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23 de dez. de 2011

Uma palavra define os pianos pequenos de ¼ de cauda: dúvida


Recentemente enfrentamos o dilema da escolha do nosso upgrade de piano, quando depois de 8 anos passaríamos de um velho piano de armário para um piano de cauda. A princípio, por questões econômicas, a decisão lógica deveria ter sido um modelo pequeno de piano de aproximadamente 150 cm de comprimento. No entanto, os dados levantados na internet acenderam o sinal vermelho. Assim, mesmo com a nossa faixa de preço extrapolada, acabamos optando por um piano de meia cauda, já que não queríamos conviver com futuras dúvidas que seriam fatalmente ensejadas pela nossa aguçada (paranoica?) sensibilidade.

19 de dez. de 2011

Viciados em dispositivos móveis adquirem doenças crônicas


Por ora, esqueçamos os prováveis danos causados pela radiação eletromagnética e nos concentremos em coisas de curtíssimo prazo: as tendinites e artrites que se espalham epidemicamente entre os usuários pesados de dispositivos comunicacionais portáteis.

O grande diferencial entre a era dos PC’s, dotados de confortáveis cadeiras e mesas, e o que estamos assistindo é que hoje as pessoas se botam a dedilhar nos seus gadgets minúsculos pondo em risco três zonas fisiológicas vitais para o conforto do bom viver: dedos polegares, pescoço e costas.

Os gringos, no alto do seu pragmatismo cartesiano, já cunharam algumas palavrinhas para descrever o horror sofrido pelos inválidos provocados pelo uso e abuso de dispositivos móveis:

Text neck = o mal do pescoço torto e dolorido
Um dia desses eu passava numa rua quando me deparei com uma cena peculiar. Olhei de costas uma pessoa sentada num quiosque cuja cabeça se achava incrivelmente encurvada. A princípio pensei que ela estivesse dormindo, mas no momento em que me aproximei, percebi que se tratava de uma mulher futricando no seu smartphone com uma caneta eletrônica. Façamos um cálculo rápido; a cabeça humana pesa entre 4,5 a 5,5 kg quando estamos eretos. Quando todo este peso está equilibrado, nosso organismo deixa barato. Contudo, no momento em que ficamos muito tempo com a cabeça inclinada, toda a carga de cinco quilos recai sobre os frágeis mecanismos responsáveis pela manutenção do pescoço na posição vertical.

Text thumb injury = o mal do dedão falido
O que significa perder a força do dedo polegar? Ora, o que nos diferencia dos outros animais (exceto primatas e gambás), é o dedo opositor. Logo, imperceptivelmente quase todas as nossas atividades diárias dependem do movimento de pinça protagonizado pelo polegar contra os demais dedos, desde o simples ato de pegar um copo até a pilotagem de um avião.
No entanto, os esforços repetitivos presentes em teclagens rápidas feitas sobre telas minúsculas acabam provocando ao longo do tempo inflamações na articulação do dedo polegar, praticamente incapacitando-o. Tal distúrbio se chama artrite e até bem pouco tempo era um fenômeno privativo da população idosa, até recentemente, pois hoje assistimos de camarote jovens sofrendo males característicos de idades avançadas.

Não bastando o quadro da dor, também é conveniente lembrar que as posições anatômicas ingratas praticadas repetitiva e extenuantemente pelos viciados em smartphones e tablets redundam nas famosas dores nas costas, que antes mesmo das mudanças comportamentais recentes, já vitimava metade da humanidade.

Moral da história
Não importa a sua idade, pois a partir do momento em que você passa a sofrer de uma tendinite ou artrite, tal transtorno vira um “presente” com validade para a vida inteira, ou seja, de repente, em pleno vigor da sua adolescência ou na fase recém-adulta, você adquire o “direito” de conviver pelo resto dos seus dias com mazelas típicas dos velhos. Portanto, recomendo cautela e uso moderado e consciente dos novos dispositivos que colocam o mundo ao alcance dos nossos dedos em qualquer lugar que estivermos.

Referências: 

11 de dez. de 2011

A verdadeira origem dos pianos Michael


Se você abre o site do Mercado Livre, eles estão lá reluzindo, novos e negros a preços super convidativos. Desde os verticais aos de cauda, você pode encontrar verdadeiras pechinchas, a exemplo do M185 novo de ½ cauda por 34.990 reais, dito o “mais barato do Brasil”. E você se obriga a acreditar nisso, pois entre as outras marcas de ½ cauda, Fritz Dobbert, Kawai, Yamaha, o mais barato parte dos 50 mil reais.

5 de dez. de 2011

Top 10 doenças do Fast Food


Parece mentira, mas as pessoas ainda não estão completamente cientes dos riscos envolvidos quando se alimentam de porcarias, ou falando mais chique, Fast Food. Por isso é importante bater sempre na mesma tecla, pois o percentual de obesos está crescendo assustadoramente em todos os países e a causa disso os especialistas sabem há muito tempo, é a dieta baseada em gorduras, açúcar branco, carboidratos refinados, excesso proteico, aditivos químicos e muito sal, este às vezes em concentrações maiores do que a água do mar.

Sabendo-se que a metade da população brasileira já se encontra na faixa do sobrepeso*, nunca é tarde para nos debruçarmos sobre as doenças associadas à obesidade.  Principalmente quando se sabe que ao longo das épocas festivas, as pessoas chegam a engordar 2 quilos numa única orgia alimentar**.

4 de dez. de 2011

Comprando gato por lebre na Loja de Pianos


Achei um depoimento memorável de um comprador de piano que sofreu na carne o velho dilema dos pianistas versus afinadores: todos os pianos de um determinado modelo são iguais e o que os diferencia são os ajustes, ou cada peça é irremediavelmente diferente e possui uma “assinatura” própria? Os afinadores sustentam que o tipo de sonoridade e o perfil do mecanismo dependem do seu trabalho, enquanto os pianistas tem certeza que cada piano tem uma identidade única que independe da regulagem. Quem tem razão? Logicamente estou entre os primeiros e o relato a seguir reforça a minha crença.

1 de dez. de 2011

Maravilhosos sistemas dos pianos de cauda: Aliquot da Blüthner

Caso você seja um minucioso apreciador dos sons de piano, notará que alguns modelos da marca alemã Blüthner apresentam uma ressonância bastante peculiar, quase como se estivessem estranhamente desafinados. Trata-se do sistema de encordoamento Aliquot Piano Patent, criado em 1872, e que perdura até os dias de hoje.

Como os luthiers de piano sempre estão procurando novas formas para enriquecer o timbre dos seus instrumentos, esta foi uma maneira engenhosa inventada para criar reverberações extras e adicionar maior vivacidade ao canto natural do piano. Para isso, os artesãos acrescentaram uma 4ª corda para cada conjunto de três cordas nas 3 oitavas mais agudas.

Funcionamento: a 4ª corda vibra empaticamente por ressonância com as cordas da própria nota (afinada com elas em uníssono) e com os tons harmônicos produzidos pelas demais cordas.

Agora, imagine como fica uma música ressonante, como a “Clair de Lune” de Debussy, tocada num piano Blüthner de 1882 dotado de Aliquot patent system!

Para você que está todo assanhadinho em adquirir um Aliquot, saiba que a afinação deste tipo de instrumento é bem mais trabalhosa, portanto, mais onerosa.

Outra música tocada num Blüthner Aliquot de 1896.

Já no mundo real, o Aliquot da Blüthner não goza de tanto prestígio assim, porque as pessoas alegam que a coisa não introduz diferenças significativamente audíveis na sonoridade, exceto no aumento da complexidade construtiva e no preço do produto final e da manutenção. Por meu turno, não gosto da ideia de um piano demasiadamente ressonante, porque ao ter o tom sobrecarregado, torna maçaroquenta uma bela parte do repertório musical que exige grande clareza timbrística, como Bach e Mozart... apesar do tom sobejante ficar divino com os franceses diáfanos; Claude Debussy, Maurice Ravel, Erik Satie... À propósito, La Cathédrale Engloutie de Debussy ficaria divina!

Maiores informações sobre o sistema: Aliquot stringing na Wikipedia