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16 de out. de 2013

O inimigo público número 1 do emagrecimento

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Se você chegou até aqui é porque está curioso de que raios de inimigo será esse! Então façamos pouco de enrolação, não é açúcar branco, frituras, não é o tipo de alimentação, não é o fracasso da dieta, não é o sedentarismo ou falha no programa de exercícios, não é leseira do nutricionista, não é nada disso.

Meu irmão acaba de declarar todo alegre que está iniciando novamente um regime, só que dessa vez será para ir a fundo, segundo ele. Ora, mais um reflexo deste setembro (o mês hemisférico dos inícios de dieta) que nesse bombou total, pois vejo uma correria de fofinhos e fofinhas se puxando de todos os jeitos.

Só que tem um problema... o ano não é composto apenas de setembro e do seu sucessor, dias excitantes de ares primaveris, que as pessoas inalam a plenos pulmões e fazem juras eternas à boa saúde. O ano lança logo ali tentações irresistíveis para os amantes do bom garfo e da boa bebida. Novembro enfarrusca o tempo com churrascos, formaturas, jantas de firmas, confraternizações e as sonhadas festas de fim de ano, capazes de inflar quatro quilos de gordura nos setembristas bem intencionados somente na última semana do ano entre natal e réveillon!

Nessa altura do campeonato você já deve ter matado a charada proposta neste texto ao suspeitar que o maior inimigo do emagrecimento é o tempo. O tempo é o fator determinante do desmilinguir das intenções, é o pai do famoso efeito sanfona.

Para combater os efeitos do tempo, a fórmula é simples de explicar e difícil de seguir. Em 1º lugar você deve responder sinceramente se o seu negócio é conseguir emagrecer para satisfazer um motivo ou outro ou se a coisa é pra valer, mudar o estilo de vida. Caso você se enquadre na 1ª resposta, então siga algum tempo uma das dietas da moda, mas não nutra grandes esperanças de vencer o inimigo.

Agora, se a sua decisão é ir efetivamente a fundo, então faça um teste: assuma o compromisso moral de cancelar todas as comilanças de fim de ano que os endiabrados meses de novembro e dezembro carreiam. Isto significa planejamento; a única forma de derrotar o tempo é trabalhar adotando as suas próprias regras. Isso significa renúncia? Sim. Isso significa dor? Talvez. Isso significa atitude antissocial? Sim, se não gostarem do fato de você comparecer e ficar tomando água mineral enquanto todo mundo enche o pandulho.

O método para derrotar o tempo é tão banal quanto prescrever a um viciado em sexo que deixe de frequentar puteiros, ou a um drogado que abandone as bocas de fumo. Contudo, para o gordo nada disso é óbvio porque o grande palco das suas orgias é encenado no seio da sacrossanta família e entre as pessoas mais amicíssimas.

Ninguém suspeitaria de um dependente se drogando numa festinha de aniversário um ano de um anjinho! Ninguém suspeitaria de um drogado consumando seus prazeres numa confraternização de amigos! Portanto, se o rito alimentar virou drogadição, o tempo nunca será seu aliado, a menos que seja usado para decretar moratória, que sirva para você pensar em termos mínimos de 5 anos. Aí vou acreditar nas suas promessas do tipo "comecei o regime de novo e vou ver se vou a fundo desta vez...".

Veremos se nos próximos 5 anos poderemos retirar as reticências...

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