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22 de dez. de 2012

Aspectos da escravidão no Brasil pelos olhos de Darwin

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Embora Charles Darwin tenha se angustiado pela escravidão no Brasil, ele também descreveu uma fazenda, na qual não duvidava de que os escravos vivessem uma vida feliz e contente.

Tal fazenda visitada em abril de 1832 pertencia a Manuel Figuireda, parente de um membro da comitiva de Darwin. 

Neste local, ele também vivenciou uma grande fartura de alimentos capaz de fazer os convidados gemerem de tanto comer. Destacou em seu diário que: “Num dia em que eu havia determinado que nada voltaria sem ter provado, eis que vejo, consternado, aparecer em toda a sua substancial realidade, um suculento peru recheado e uma leitoa assada!

Para ler este relato na íntegra acesse o Teliga.net.

Imagem disponibilizada por “Abolição da Escravatura”. 

15 de dez. de 2012

Dicas ilustradas de Avaliação de piano usado para leigos

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Está certo, você decidiu comprar um piano usado e dá largada à maratona da procura pelo instrumento que poderá chamar de seu. Só que quem não tem conhecimentos técnicos suficientes corre o risco de fazer uma péssima escolha. Eu, por exemplo, acabei optando por comprar o usado numa loja conceituada, mas não me dei inteiramente bem. Apesar da sonoridade bacana, segurar a afinação, etc, a mecânica estava muito gasta e os martelos idem. Resultado, passei anos eu mesmo reparando, regulando, trocando molas oxidadas, camurças gastas, etc. Ao final, ainda não me dando por satisfeito, acabei trocando o velho piano de armário por um reluzente de cauda... novo, desta vez para não correr o risco de passar os próximos anos à cata de molinhas, pedaços de camurça, feltros e outros babados.

Para resumir a ópera, tenho a oferecer a você candidato a piano usado a minha experiência adquirida depois de cair no erro. Assim, sabendo-se que é muito difícil ter um afinador a tiracolo na hora de examinar um piano, a informação pode ser o diferencial entre embarcar numa tranqueira, ou entrar em lua de mel com o piano dos sonhos.

Folga e/ou problemas de mobilidade nas Teclas
O problema das teclas presas normalmente é minimizado sob o seguinte argumento "ele está assim porque não é tocado há muito tempo". Todavia, algo que parece simples está revelando anos de descuido e exposição a altas taxas de umidade. Você pode testar a folga das teclas movimentando-as lateralmente com os dedos. Nos pianos novos a folga é a mínima possível, o suficiente para permitir o movimento. Se houver folga excessiva, a precisão do toque fica prejudicada e significa que o embuchamento de feltro das teclas precisará ser trocado.

Desgaste do Mecanismo
Examinar o mecanismo de um piano usado só é possível nos de armário, uma vez que nos pianos de cauda é necessário retirá-lo para fora, o que é uma operação complexa que o comprador normalmente não permite sem seja pelas mãos do afinador.

No caso de piano de armário, peça para o vendedor retirar o tampo frontal e examine cuidadosamente o mecanismo para procurar eventuais sintomas de desgaste. Veja se os corinhos vermelhos estão íntegros e todos no lugar, se não há ferrugem nas molas e nos parafusos. Preste atenção também no estado das camurças, pois se estiverem muito desgastadas, isso pode trancar o movimento das teclas.

Martelos muito achatados e vincados
Se o proprietário afirma que "esse piano quase nunca foi tocado" e você percebe achatamento e marcas profundas nos martelos, certamente isso é uma mentira! Evite comprar pianos que foram excessivamente usados, menos ainda aqueles que foram martelados por pianistas campeões do UFC!


Cravelhas enferrujadas, inclinadas, atoladas
Observar atentamente o estado das cravelhas pode evitar que você embarque numa canoa furada, ou seja, compre um piano condenado. Explico; as cravelhas que você vê denunciam o estado do cepo que você não vê e o cepo é responsável pelo piano "segurar" a afinação. A seguir publico fotos de cravelhas que denotam uma história triste.

Cravelhas enferrujadas: devem ser substituídas, inclusive com as cordas, o que significa alto custo.

Cravelhas inclinadas: essa posição quer dizer que não seguram mais a afinação, ou seja, tais cravelhas deverão ser substituídas por outras de maior calibre.

Cravelhas afundadas: isso significa que as cravelhas não têm mais folga em relação ao cepo, fato que inviabiliza as tentativas de afinação. A solução paliativa é a troca das cravelhas por outras mais grossas e, se não resolver, a troca do cepo. Agora falemos francamente, a troca do cepo implica em gastar no piano praticamente o preço que você pagará por ele.

Cordas e/ou bordões enferrujados
Cordas enferrujadas produzem um som feio e oco e devem ser trocadas, pois perderam a elasticidade. Dependendo do número de cordas afetadas, o preço do serviço pode ser bem custoso.

Manchas de líquido derramado na tábua harmônica ou no cepo
Denunciam que o piano teve donos negligentes, pior ainda, que aquele instrumento pertenceu a um bar. Fuja de pianos de bar!

Marcas de copos no tampo
Eu comprei um piano de armário que provavelmente pertenceu a um bar, pois havia marcas de copo no tampo superior. Esse é o tipo de besteira que eu não faria hoje em dia.

Marca de sol no gabinete
Pianos de bar tendem a ficar nos piores lugares, logo, facilmente eles podem passar anos expostos à incidência direta do sol, coisa que determina a ruína do piano. Portanto, procure atentamente no verniz para detectar áreas claras no verniz que denunciam um passado ruim. Por cargas d'água, o meu antigo piano tinha marcas de sol e eu não prestei atenção a isso na época da compra.

Presença de gambiarras em algumas cordas
Quaisquer gambiarras (feltros afixados) nas cordas denunciam que elas não estão vibrando a contento e devem ser trocadas. Se for o caso dos bordões, a troca costuma ser dispendiosa.

Costelas devem ser inteiras
Um piano de qualidade se caracteriza por ter costelas que vão até o fim da tábua harmônica, conforme a foto.

Já esse piano é considerado de baixa qualidade, pois as costelas não vão até as bordas (flutuantes) – melhor evitar a sua aquisição.

Rachaduras na tábua harmônica
Rachaduras não significam a morte do piano, mas podem trazer futuros aborrecimentos. Imagine você tocando num daqueles dias úmidos e começam a aparecer zumbidos irritantes. O conserto de rachaduras no tampo harmônico é muito relativo, pois os resultados são incertos.

Costela (baralho) descolada
Esse é o tipo de problema bem mais grave que exige reparação imediata, pois os ruídos produzidos são inevitáveis. É preferível não comprar um piano usado nesse estado.

Costela quebrada
É um caso mais raro, mas acontece ou por batida durante o transporte ou por fadiga do material. Dependendo de onde ocorre, esse problema pode alterar a curvatura (coroa) da tábua harmônica e consequentemente a ressonância.

Cavalete (ponte) rachado
Um cavalete rachado ou quebrado implica em impossibilidade de estabilização da afinação no piano enquanto a peça não for substituída. Como o custo dessa reparação é muito alto, a compra desse piano é altamente desaconselhável.

Chapa (harpão) trincada ou rachada
Se você perceber qualquer espécie de trinca na grande peça metálica que sustenta as cordas do piano, rejeite imediatamente o instrumento pois isso significa que se trata de um instrumento condenado, já que é absolutamente inviável a substituição da chapa.

Referências:

7 de dez. de 2012

Metas pendentes de realização antes do fim do mundo

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O calendário maia acaba esse ano, mas algumas perguntas continuam martelando na sua cabeça. Quem não deseja entregar o mundo de casa totalmente arrumada? Para tanto, responda essas perguntas e esteja preparado para o que der e vier, se for para o fim, sem lamentar muito, se não for, para dar boas risadas no dia 22! Mesmo que o mundo não acabe, todas as perguntinhas merecem alguma atenção porque elas
definirão o seu perfil nos próximos anos.

1- Deverei Emagrecer?
( ) começo uma dieta nas férias.
( ) vou me inscrever numa academia.
( ) por enquanto caibo nas roupas.
( ) não preciso me preocupar, estou melhorando aos poucos.















2- Que fim devo dar àquela esteira ergonômica (virada em cabideiro) que me enche de culpa?
( ) começarei a usá-la religiosamente todos os dias.
( ) continuarei usando-a como cabide.
( ) vou vende-la no mercado livre.
( ) doarei a uma pobre alma que sonha desenvolver disciplina suficiente para usar rotineiramente a esteira em casa.









3- Como arranjar mais tempo livre para o lazer, para conviver com a família?
( ) conseguirei viver ganhando menos.
( ) serei obrigado a continuar correndo atrás da máquina pois tenho muitas contas.















4- Largar os Vícios?
( ) vou abandoná-los no novo ano.
( ) paro quando tiver vontade (cigarros e drogas).
( ) uma cervejinha de vez em quando não faz mal a ninguém.









5- Que destino dar àquele teclado empoeirado guardado em cima do armário?
( ) vou começar um curso de música.
( ) não sou bom de ouvido.
( ) será que pego alguma coisa por ele no Mercado Livre?











6- Cuidar da saúde?
( ) agendarei um check-up.
( ) não preciso, estou bem, no último check-up (de 5 anos atrás) não deu nada.
( ) quem procura acha, não vou entrar nessa.






7- Mudar para uma alimentação saudável?
( ) sim, abandonarei a junk food (o que implica em conseguir ter mais tempo livre).
( ) não consigo, estou sempre na correria.
( ) não consigo comer algo que não eu sinta o sabor.








8- Encontrar um grande amor?
( ) sim, príncipes e princesas existem! Para tanto, sinto que tenho que conquistar merecimento.
( ) Príncipes e princesas não existem!
( ) Acho que continuarei engolindo sapos.
















9- Ser menos consumista?
( ) definitivamente, preciso adotar um estilo de vida mais sustentável!
( ) o dinheiro é meu, faço com ele o que quiser!
( ) isso sobre consumismo é tudo papo de ecochatos!








10- Buscar mais espiritualidade?
( ) tenho que lutar para ser menos materialista, encontrar uma razão de ser transcendental.
( ) realmente, tenho medo de acabar como todo o materialista, amargurado e solitário no final.
( ) nem pensar, não gosto de religião/igreja.

5 de dez. de 2012

A sociedade trata melhor as pessoas magras

Tenho que confessar que já esposei simpatias por gordinhas (nunca por gordinhos). Porém, ao cabo de dois anos de execução de um programa militar de redução de peso, vejo o quão equivocadas eram as minhas inclinações. Aliás, uma das descobertas mais intrigantes feitas nesse tempo de reconfiguração de peso corporal foi que os gordos não enxergam a dimensão da sua real condição, talvez como resultado do instinto de autopreservação, que os impede de ver a sua autoimagem como ela é.

Pois bem, feito esse preâmbulo, é de notório saber que as pessoas magras gozam de todos os privilégios em uma sociedade coagida a comer... e a engordar. Por isso, quem consegue driblar a pressão social de engorda coletiva, passa a usufruir de algumas satisfações reservadas tão somente aos iniciados na arte de refutar os prazeres fáceis proporcionados pelas comilanças.

O primeiro e grande bom ganho com a perda de peso foi a conquista da mobilidade. Li na Revista Ciência Hoje um artigo que versa sobre o poder genético único do ser humano que o torna o organismo com a maior capacidade de locomoção entre os animais terrestres. Fomos projetados para andar dezenas de quilômetros por dia e milhares por mês, incansavelmente. Podemos atravessar desertos, florestas e savanas sem experimentar quaisquer desconfortos fisiológicos. A verdade é que sentimos esse poder latente no cerne da nossa espécie ressurgir na medida em que reduzimos o peso corporal.

Assim, aos poucos vou descobrindo que na condição de magro vivo melhor, durmo melhor, caio melhor, caminho muito melhor, só não como melhor em relação ao antigo estilo de vida baseado em encher sistematicamente o pandulho.

Então, o que posso dizer é que não é só a atriz Keira Knightley (foto acima), uma magriça incontestável, que consegue todas as atenções, sucesso, papeis principais e muito dinheiro, nosotros também em pequena proporção, podemos colher vários frutos provenientes da redução de peso. Paradoxalmente, lutando contra as gulodices tentadoras oferecidas pela monstruosa e multimilionária indústria alimentícia.

30 de nov. de 2012

10 desvantagens do piano digital em relação ao acústico

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Preste atenção no título, pois nem estou falando de tecladinhos, mas dos pianos digitais de verdade com teclas pesadas e tudo mais. Também não estou falando dos horrorosos pianos chineses do tipo Fenix, uma verdadeira cilada com semi-peso, polifonia minguada e timbres fraquinhos.

Vejo por aqui na minha cidade que a maioria dos alunos de piano clássico não têm piano acústico, por isso praticam em algum tipo de teclado eletrônico, uns melhorzinhos e outros bem ruinzinhos.

De qualquer maneira, os estudantes que enveredam seriamente pelo estudo do piano, acabam sentido falta do som verdadeiro, do toque e do encorpamento que somente o instrumento acústico pode proporcionar. Por isso, elaborei uma série de categorias representativas que estancam o avanço do estudante rumo ao desenvolvimento da técnica pianística genuína.

1) Inarmonicidade inexistente
O grande chamariz do piano digital é o fato dele não precisar de afinação. No entanto, esse também é o seu calcanhar de Aquiles, pois o padrão de afinação matematicamente exato adotado nos teclados eletrônicos acaba incomodando os ouvidos (por causa da sua percepção não linear). A explicação desse fenômeno sairia do escopo dessa pequena lista, mas você pode procurar na internet maiores informações sobre inarmonia nos pianos e verificar como a imperfeição dos pianos acústicos torna a sua sonoridade mais simpática aos ouvidos.

Remediação: os modelos mais sofisticados de teclados eletrônicos possibilitam a troca do sistema de temperamento e até permite a afinação de cada nota.

2) Equalização precária
Uma das principais reclamações de usuários de pianos digitais é a dificuldade de equalizar o som para que a estridência seja atenuada, uma característica ruim dos sintetizadores digitais que geram ondas quadradas e que são posteriormente (precariamente) suavizadas através de filtros digital/analógico.

Remediação: a única solução possível é pegar o sinal não balanceado de áudio do piano digital e submetê-lo a um equalizador externo e posteriormente a um amplificador de excelente qualidade, de preferência valvulado, pela característica das válvulas de suavizarem o som. Para resolver o problema do "som de lata", jogo a saída do meu teclado Yamaha DGX-500 num equalizador Micrologic ME-22 estéreo de 10 canais e a saída é amplificada por um cubo Staner KS-150.

3) Timbre pobre
Isso chega a ser óbvio demais, mas deve ser dito: a missão dos dispositivos eletrônicos é simularem um instrumento acústico real. Para tanto, os fabricantes lançam mão de sofisticados equipamentos de captura e "imageamento" das amostras (samples) no processo de gravação dos sons de um piano de cauda de verdade. No entanto, por mais perfeito que seja o processo, não há como superar as limitações intrínsecas de algo que tem tão somente a função de simular.

Tais limitações são perceptíveis também pelas ausências. Faltam os sons viscerais do piano, tais como os ruídos dos pedais, do mecanismo, enfim, toda uma miríade de sons gerados dentro da caixa de ressonância constituidora do piano acústico.

Remediação: módulos externos de piano, softwares de pianos virtuais e pianos digitais sofisticados contornam a pobreza harmônica, mas a um custo altíssimo, equivalente ao que você dispenderia por um bom piano de cauda.

4) Pobreza harmônica
Os sons puros caracterizaram a primeira geração de sintetizadores eletrônicos. Hoje achamos muito pueris e planos os antigos hits eletrônicos das décadas de 70 e 80, tais como Tangerine Dream, Isao Tomita, Walter Carlos, Rick Wakeman, etc. A principal razão para o ouvido moderno ter mudado o crivo estético em relação aos antigos sintetizadores do tipo Moog, A.R.P. synthesizer, Mellotron, foi a carência de componentes harmônicos. O vídeo a seguir ilustra o que são os harmônicos, ou seja, notas múltiplas parciais geradas a partir da nota fundamental. Os ouvidos conseguem distinguir alguns harmônicos, mas as pessoas de modo geral terão a percepção de som mais rico, quanto mais deles houver.

Remediação: novamente, o dinheiro é o único capaz de resolver esse problema, pois os instrumentos mais caros (dotados de memórias suficientemente grandes para armazenarem amostras robustas) possuem riqueza harmônica praticamente equivalente aos pianos acústicos.

5) Ressonância simpática inexistente
O vídeo abaixo explica, (ironia do destino, num teclado eletrônico) o que é na prática o conceito de ressonância simpática entre as cordas. No piano acústico, uma das fontes da riqueza tonal está na capacidade das cordas se tangerem umas às outras. Infelizmente, a maioria dos instrumentos eletrônicos não dispõe desse recurso.

Remediação: ou você adquire um piano virtual como esse do vídeo acima que funciona conectando o seu piano digital comum ao computador, ou compra um piano digital de alta estirpe dotado de ressonância simpática (sympathetic resonance digital piano).

6) Toque duro ou leve demais
Há três conceitos em teclados eletrônicos: peso nenhum, semi-peso, peso-piano e os mais sofisticados vem com peso-piano graduado (graded hammer), mais pesado nos graves e vai se tornando mais leve nos agudos, e os dotados com mecânica construída inteiramente em madeira. As teclas dos teclados eletrônicos comuns não tem peso algum. Têm semi-peso os teclados que apresentam um leve clique no curso da tecla. Os pianos digitais com peso-piano custam mais e os dotados de efeito graded hammer são bem mais caros. Os pianos digitais com mecanismo de madeira, quase idênticos ao empregado nos pianos de cauda, são os mais sofisticados do mundo.

Remediação: experimentei um Clavinova da Yamaha e posso afirmar que ele tem peso excessivo, como se você apertasse as teclas contra uma borracha. Quem não dispõe de espaço e quer praticar num instrumento que oferece EXATAMENTE o mesmo toque do piano de cauda, a solução é comprar um piano digital que utiliza o mesmo mecanismo dos pianos de cauda. A Yamaha disponibiliza a série Avant Grand e a Roland oferece a série Digital Grand.

7) Mecanismo não amacia
Todo o pianista sabe que um piano acústico novo vai amaciando no decorrer do tempo de uso. Já os teclados eletrônicos, por serem constituídos 100% de plástico, não chegam a amaciar. Portanto, se você acha duro o toque do seu Clavinova, pode perder as esperanças de que um dia ele se modifique.

Remediação: somente dos pianos digitais top de linha, equipados com mecanismos de madeira, se pode esperar o efeito amaciamento.

8) Pobreza dinâmica
Se você tem um piano de cauda, sabe que para cada quantidade de força exercido na tecla consegue extrair um timbre diferente. Os grandes intérpretes exploram essa capacidade ao máximo nos grandes pianos de concerto. Isso significa que as potencialidades tonais do piano analógico são praticamente infinitas, sabendo-se que existem inúmeras graduações de força possíveis.
A recriação digital desse recurso requer a gravação de múltiplos níveis de diferentes dinâmicas, o que esbarra na capacidade de memória e processamento do dispositivo.

Remediação: o dinheiro que você está disposto a dispender para comprar um piano digital vai definir muitas coisas, entre elas a capacidade do piano digital de recriar texturas harmônicas atreladas à dinâmica do toque.

9) Ruídos nas teclas
Os teclados e pianos digitais podem apresentar com o uso cliques desagradáveis nas partes móveis de plástico. Constatei o problema num Cassio PS20. O vídeo abaixo mostra o problema num Korg que usa o avançado mecanismo RH3 (real hammer 3d generation).

Remediação: não conheço uma marca infensa a ruídos nas teclas. Sejamos sinceros, problemas semelhantes podem ocorrer em pianos acústicos.

10) Limitações na polifonia
A polifonia quantifica a quantidade de sons que podem ser processados simultaneamente num aparato eletrônico. Nessa categoria não entra apenas o número de notas, mas também os efeitos combinados de pedal de sustentação, eco, reverberação, etc. Para os tecladistas rápidos, a polifonia de 32 vozes provavelmente estourará, e quando isso acontece, as primeiras notas tocadas são perdidas.

Remediação: vale lembrar que a polifonia dos instrumentos acústicos é ilimitada. No caso dos teclados digitais, 128 vozes garante que não haverá truncagem nas passagens rápidas feitas com o pedal de sustentação acionado.

26 de nov. de 2012

Dicas de sobrevivência quando o carro novo estraga

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Sei que este assunto é polêmico, mas ele deve ser tratado sob outro ponto de vista, não das concessionárias, nem das montadoras e muito menos dos usuários, estes que se fazem de vítimas e xingam muito na internet. Quero retratar o tema sob a ótica do bom senso, quando os humores das partes são governadas pela boa saúde nas relações.

Sei que o seu principal pensamento ao investir num carro Zero é não precisar se preocupar nos próximos anos. Todavia, também devo saber que as montadoras não têm absoluto controle sobre os (talvez) milhares de sistemistas que fabricam os componentes. Assim, forçosamente alguém será a bola de vez e terá que pagar o pato pelas peças que falham miseravelmente nos primeiros meses de uso.

Aconteceu conosco. Compramos uma Livina-Nissan que nos deixou na estrada com apenas 3.900 km. Até então, não tínhamos passado pela amarga experiência de ficarmos a ver navios por culpa de um carro "zero bala". Felizmente, mantivemos o controle emocional e conseguimos dar a volta por cima. Primeiramente chamamos o socorro do seguro, que demorou para chegar. Cerca de uma hora depois de parados na estrada, tentei dar a partida e o carro funcionou. Aí conseguimos ir para casa, pois o problema estava no motor de arranque, que não girava depois que o motor esquentava.

O problema todo foi resolvido em 4 dias, acredito que num tempo recorde, numa época em que as concessionárias têm poucas peças de reposição em estoque. Conseguimos fazer da concessionária uma aliada da nossa causa pelo fato de não nos fazermos de vítimas. Assim, sem brigas todos trabalhamos pelo bem maior, que é o restabelecimento do nosso carro zero ao funcionamento pleno. Por isso, das lições aprendidas elenco alguns conselhos aos marinheiros de primeira viagem e àqueles, que apesar de calejados, transformam tais fatos em querelas intermináveis que prejudicam sempre o lado mais fraco, ou seja, o usuário.

1) Eleja uma concessionária de confiança
Se você é um daqueles que faz um leilão na praça para comprar o carro mais barato e não pretende voltar nunca mais naquela concessionária, ou por ser muito ruim, ou por estar em outra cidade, dificilmente poderá esperar atendimento VIP, quando aparecer com a maior cada de pau numa concessionária onde você NÃO comprou o carro. Cá para nós, eles não têm a mínima obrigação de agregar o seu problema à sua lista de prioridades (apesar de terem a obrigação legal de atendê-lo), uma vez que os clientes fieis ocuparão sempre a primeira fila.
Por isso, quando leio nos sites de reclamações os relatos de pessoas que fazem peregrinações por várias concessionárias, tenho a certeza de que problema que começa torto tem poucas chances de endireitar.

2) Não leve o carro à concessionária
Surpreendentemente, se você conseguir arrastar o seu carro pifado até à concessionária, dificilmente terá direito ao carro reserva. Logo, o melhor conselho não é acionar o guincho do seguro em caso de pane, mas o telefone de atendimento da própria montadora. Chame o serviço pelo 0800 e peça para o guincho levar o seu carro até a concessionária. Isso aconteceu conosco, primeiramente levei o carro até lá (pois o motor de arranque funcionava com o motor frio) e eles me aconselharam a voltar para casa e de lá solicitar o guincho através do telefone da montadora. Posteriormente, solicitamos através do mesmo número a disponibilização do carro reserva.

3) Não inicie uma tempestade em copo d'água em função da qualidade do carro reserva
Vista as sandálias da humildade para ter paz de espírito. Certamente o carro destinado a você será de qualidade inferior ao seu. Por isso, contente-se com o que o destino lhe reserva e não fique se achando a última bolacha do pacote. Conseguir um carro reserva já é recompensa de bom tamanho. Portanto, guarde as suas energias para fabricar pensamentos positivos.

4) Não vire o antipático da concessionária
Se você é um daqueles que chega na oficina como aquele ar de bandoleiro do velho oeste atirando para tudo que é lado, saiba que ninguém ficará feliz em resolver o seu problema. Isto porque, se alguma daquelas pobres almas se puxar para solucionar o seu caso, dificilmente ele terá um simples agradecimento, pois você deve ser uma daquelas pessoas que acha que subalternos não fazem mais do que a sua obrigação.
Agora, se você tratar todo mundo com respeito e um sorriso e solicitar as coisas como alguém que depende da boa vontade deles, descobrirá que as soluções chegarão com muito mais celeridade.

5) Não sonhe com a troca por um carro novo
Vejo as pessoas pleiteando facilmente a troca do veículo pifado por um carro novo. Ora, é mais fácil conseguir um abalo sísmico do que uma montadora sair trocando seus produtos a torto e a direito. Somente em casos raros de vícios de origem efetivamente comprovados é que haverá a troca, isso depois de muitas delongas e discussões. Na absoluta maioria dos casos isso não ocorre, portanto, não adianta alimentar falsas esperanças.

6) Não torre o saco das pessoas cobrando prazos
Sei como isso é difícil, e tinha ganas de ligar todos os dias para saber o andamento do nosso caso. No entanto, o próprio chefe da oficina ligou duas vezes para nós, na primeira comunicou que no mesmo dia ele testou o carro e havia dado o problema, ou seja, depois de feito o diagnóstico, o conserto só dependia da chegada da peça. Na segunda vez ele telefonou para dizer que o carro estaria pronto e lavado para ser entregue na tarde do dia seguinte, mais precisamente, um dia antes de esgotar os 4 dias de prazo do carro reserva.
Se você aporrinhar as pessoas com exigências, as coisas podem mudar de figura para pior, pois ninguém gosta de resolver os problemas dos outros por obrigação.

7) O mais importante de tudo
Viver uma existência destilando raiva só será ruim para você, que verá os seus anos diminuídos em virtude da corrosão do ódio, afinal, no inferno pululam almas que se sentem mortalmente injustiçadas.

23 de nov. de 2012

Como manter um relacionamento saudável



Hoje em dia, ter um relacionamento não é nada fácil. Muita gente não quer ter compromisso sério com ninguém, outras pessoas estão traumatizadas por problemas de relacionamentos anteriores. Ainda assim, existem muitos homens e muitas mulheres que querem amar, serem amados e que não perdem a fé no amor.

Ter um relacionamento é algo muito bom. Traz paz, felicidade e não tem nada mais gostoso do que estar com uma pessoa que te ama e lhe faz bem. Mas, com a convivência, as diferenças começam a aparecer e podem minar o seu relacionamento.

Os principais vilões de um relacionamento saudável são o ciúme, que leva a raiva, a mágoa e muita tristeza para muitos casais. As próprias diferenças pessoais - um agitado demais, outro muito quieto – um parceiro bagunceiro com uma mulher com mania de organização, entre outros. Isso tudo detona muitos relacionamentos.

Para evitar desgastes no seu relacionamento sério, continue lendo esse artigo, siga as nossas dicas e você terá um relacionamento duradouro, saudável e feliz.

·       O primeiro passo para manter um relacionamento saudável é ser segura de si. Com essa postura, você inspira confiança e segurança no seu parceiro, o que, por si só, já torna o relacionamento mais leve e gostoso.

 ·       Seja uma boa ouvinte. A maioria das mulheres fala demais e ouve de menos. Isso entristece o homem. Às vezes ele só precisa de carinho, atenção e de não ser julgado, principalmente quando o problema tem a ver com o trabalho (não com você, moça!).

 ·       Seja vaidosa. Homens são muito visuais e adoram uma mulher cheirosa, com o cabelo bonito e unhas bem cuidadas.

 ·       Deixe de ser brigona. A maioria das mulheres tem mania de ficar brigando por pouca coisa. Isso desgasta o relacionamento aos poucos e faz com que o homem vá se afastando. Seja mais carinhosa e veja como ele vai ir se abrindo e se sentindo cada vez mais ligado a você.

 ·       Respeite o seu parceiro. Muitas mulheres têm mania de discutir em público, de fazer barraco e isso desmoraliza o homem. Se ele fez alguma coisa e você NÃO gostou, segure a onda e deixe para discutir depois, quando vocês estiverem a sós.

 ·       Tentem encontrar um hobby para fazerem juntos. Pode ser uma caminhada, um curso de dança ou qualquer outra coisa que vocês possam fazer juntos. Isso faz bem para os dois e une o casal.

 ·       Por último, se tiver uma oportunidade, proponha uma viagem para seu parceiro. Viajar a dois é sempre revigorante e deixa os dois mais à vontade. E quanto mais feliz o casal está, menor a possibilidades de brigas e de separações...que muitas vezes ocorrem por motivos tão bobos.





14 de nov. de 2012

Balada, convulsão e fotoepilepsia

por Isaias Malta
Minha mulher foi convidada para uma festa a fantasia. Ela arranjou as fantasias e me convocou, uma vez que de meu próprio motto não vou a festas. Chegado o dia, lá fomos nós fantasiados de palhaça e zorro. Tão logo adentramos ao recinto, constatamos os dois ingredientes fundamentais das baladas: música ruim em volume insuportável e luz estroboscópica feérica piscando o tempo inteiro.

Como sofro somente com ruídos (e graças à isso atulhei os ouvidos com bolinhas de papel higiênico, pois tinha esquecido em casa os atenuadores), não levei a sério quando 5 minutos depois a mulher disse que não estava se sentido bem e precisava sair. Vale lembrar que não tomamos nenhum gole de bebida alcoólica e nem fizemos uso de qualquer droga!

A realidade é que depois que saímos, não voltamos mais para o olho do furacão. Depois de uns 20 minutos sentados num banco em baixo de umas árvores sob o sossego noturno, acabamos indo embora.

Em casa, depois de matutar um pouco, fui na internet e pesquisei sobre o fenômeno ocorrido e me deparei com uma enxurrada de depoimentos de pessoas que têm convulsões sob o efeito de luzes estroboscópicas, jogando videogame, vendo animações no computador, etc.

Descobri que a pessoa que passa mal com luzes piscantes padece de fotoepilepsia que pode redundar em convulsão fotoepilética, ou seja, se a pessoa não cessa a exposição ao elemento desencadeador, ela começa a ficar tonta e chega a tombar no chão desacordada.

Os relatos de desmaios achados na internet foram muitos, quando pesquisei no Google os termos "balada convulsão".

A cura que a minha mulher vai aplicar doravante é abstenção completa de baladas. Da minha parte, fico feliz por isso, porque odeio música excessivamente alta que costumam tocar nas baladas, mais ainda quando o conteúdo alterna entre três gêneros odiosos: Techno, pagode e funk.

Aos padecedores de fotoepilepsia um aviso; não brinquem com o assunto, pois a cada episódio convulsivo uma pequena área do seu cérebro dá adeus à vida.

Saiba mais sobre fotoepilepsia:

8 de nov. de 2012

Fábricas de pianos nacionais e avaliações dos seus produtos

por Isaias Malta Apesar de o Brasil ter fabricado muitos pianos em décadas passadas, seus melhores exemplares nunca chegaram a se equiparar às marcas consagradas e reconhecidas internacionalmente. Por isso, a afirmação de que o Essenfelder é um dos melhores pianos do mundo não chega a ser verdadeira se não for relativizada; sim, ele foi o melhor piano brasileiro numa época em que era extremamente difícil trazer instrumentos do exterior.

O grande problema, no tocante ao assunto fabricação de pianos nacionais, é a nossa crônica escassez de documentação. Por isso, as informações têm que ser pinçadas aqui e ali da maneira que dá, inclusive para auxiliar as pessoas desejosas de comprar um piano usado que se veem num cipoal confuso de nomes, quase todos alemães de nascença e vendidos como "piano alemão", quando o real parentesco é muito distante de um alemão de verdade. De fato, foram fabricados por famílias judias alemãs que migraram para o Brasil na primeira metade do século XX, e trouxeram na bagagem as técnicas construtivas de pianos das fábricas sobre as quais vamos discorrer.

Cirei
Um piano com origem duvidosa que dá problemas a vida inteira. Esta fábrica, praticamente de garagem, produzia seus instrumentos em Porto Alegre e tinha problemas na linha de produção das chapas e as madeiras empregadas não recebiam o tratamento adequado. Logo, é um piano que apresenta grandes riscos de rachaduras na chapa e tem fama de não segurar a afinação. O único Cirei que conheço é um traste que não merece ser reformado.

M. Schwartzmann
Piano bem fraquinho fabricado com materiais de baixa qualidade. É considerado de qualidade ruim e tem fama de não segurar a afinação. Conheço um deles numa casa de família, que está guardado há anos por seu valor sentimental. Afora o valor atribuído, ele não tem mais valor intrínseco algum, pois não passa de um monte de chapas de compensado com a forração descolando. Você encontra tais pianinhos a preço médio de dois mil no mercado livre. Essa fábrica também comercializou produtos sob outras marcas: Schalitz, Schalter, Schumann, Goldmann, Schermann, etc.

Essenfelder
Piano originário de Curitiba, Paraná, goza a fama de ser o melhor piano brasileiro já fabricado. Contudo, há de se discernir os períodos bons dos períodos maus na história da produção do Essenfelder. Enquanto os pianos fabricados nos anos 30 a 60 desfrutavam das melhores madeiras e mecânicas importadas da Alemanha, os exemplares mais recentes receberam mecânicas de plástico, compensado, MDF e até partes em aglomerado.
As melhores peças foram fabricadas antes de 1970 (tenha cuidado com os mecanismos do fim dos anos 50 que usavam boquetas de plástico escuro, hoje apodrecidas), sendo o melhor dos modelos, aquele com a tampa superior quadrada e uma barra entalhada na parte superior da espelheira. 
Essenfelder de 1958.

Nardelli
Foi a primeira fábrica de pianos de Brasil surgida no fim do século XIX para competir com os instrumentos importados. A Nardelli chegou a fabricar bons pianos, todavia hoje em dia, os exemplares ofertados por aí aparecem "baleados" devido ao péssimo estado de conservação. Alguns modelos tem a excelente mecânica importada americana Prett Read.

Fritz Dobbert
A fábrica mais de pianos mais longeva, sem dúvida, é a Pianofatura Paulista. Seus sessenta e poucos anos de história são marcados por altos e baixos nos seus produtos. Portanto, dependendo do período de fabricação, tanto pode ser um instrumento excelente, quanto um piano sofrível dotado de mecânica de plástico e madeiras de aglomerado. Recentemente, a Pianofatura decidiu importar da chinesa Pearl River os modelos mais simples tanto verticais, quanto o de cauda.
Acho os Fritz Dobbert com sonoridade bastante metálica e o toque duro.
A Pianofatura já fabricou usou outras marcas, além de Fritz Dobbert: Loreley, Halben, Barrat Robinson, Meinster, Graubott, Otto Halben, Goldenklang, etc.

Zimmermann
Juntamente com a Pianofatura Paulista e a Schneider, aparentemente são as únicas fábricas nacionais remanescentes.
A minha professora relata uma experiência desastrosa que passou com um deles, comprado novo décadas atrás. Depois de algum tempo ela teve que vendê-lo devido a problemas na afinação. Espero que os tenham resolvido ao longo do tempo.

J. Hoelzl
Eram pianos fabricados no Paraná. Tive durante 8 anos um J.Hoelzl e posso atestar que eles têm construção robusta e sonoridade aveludada. Pelo menos o meu, tinha deficiência nos agudos e baixos um pouco distorcidos. O lado hilário da coisa é a plaqueta rebitada no travessão da mecânica que diz ser ela originária da Áustria, o que é uma bruta mentira, ainda mais porque os tradicionais fabricantes de mecanismos se encontram na Alemanha.

Lux
Antiga fábrica de pianos que funcionou por pouco tempo no Rio de Janeiro e fechou. É considerado um piano de padrão mediano, compatível com a maioria dos instrumentos fabricados naquela época, a exemplo dos Fritz Dobbert, Schwartzmann, etc. Não apresenta bom valor de mercado porque a marca não chegou a vingar.

Brasil
Acredito que tenham sido os melhores pianos fabricados no Brasil. Refiro-me exclusivamente aos modelos equipados com marteleira e mecânica importados, que podiam ser Elephant (EUA), Renner, ou Schwander, essas de origem alemã. Essa fábrica, situada na cidade de São Paulo, atingiu o seu auge nos anos 50 e 60, sendo que a sua grande garota propaganda foi a excepcional pianista Magda Tagliaferro.
A plaqueta colada no travessão de alumínio "Mecanismo Brasil dupla repetição" é uma atochada tamanho gigante, 
trata-se apenas de uma jogada de marketing para enganar os incautos, pois sabemos que tal recurso que aumenta a velocidade de repetição das notas não existe em pianos de armário, só nos modelos de cauda.

Schneider
Uma das raras fábricas de pianos no país ainda em funcionamento, a Pianos Schneider atua no mercado desde 1937, situada em Curitiba, Paraná. Pelo relato abaixo, parece que o instrumento não gosta muito de afinadores, apesar da boa sonoridade.

Dittrich
Antiga fábrica de fundo de quintal em Blumenal que foi tocada até 20 anos atrás pelo senhor Diettrich. Fabricou desde os anos 50 cerca de 125 pianos, todos eles feitos à mão, de excelente qualidade. Seus filhos Hans Peter e Wolfgang (foto), hoje na casa dos 60 a 70 anos, continuam o trabalho de reparação, manutenção e afinação de pianos.

Chateaubriand
Novíssima fábrica de pianos situada no Recife – Pernambuco, na realidade não os fabrica diretamente, mas os importa da China e faz a preparação.

No Brasil vicejaram cerca de 90 fábricas nos áureos tempos em que era chique ter um piano em casa. Aqui, devido à brevidade do texto, foi impossível abarcar todas as marcas, mas pode ter certeza que muitos outros nomes alemães fizeram a alegria dos compradores de pianos em terras tupiniquins, tais como: Albert Schmolz, Sohn Jeg, Natal, Lichtner, etc.

Referências:
Algumas informações constantes aqui foram pinçadas da excelente comunidade no Orkut: Afinadores de Piano

2 de nov. de 2012

Atenção denunciantes, Facebook endurece cerco contra a pornografia!

por Isaias Malta Até agora as nossas denúncias de conteúdo impróprio publicado no Facebook caiam numa espécie de limbo. Não nos davam a mínima satisfação sobre os resultados. Aos mais minuciosos restava o consolo de guardar o link da imagem e conferir posteriormente a sua eliminação, ou não.

Hoje fui agradavelmente surpreendido. Depois de ter feito a denúncia de uma foto no perfil de uma potencial futura amiga putosa loirosa com os silicones de fora que o Facebook me oferecia, recebi uma notificação após dez minutos dando conta de que o conteúdo havia sido removido. Aliás, o FB removeu o perfil inteiramente.
Você pode acompanhar o andamento das suas denúncias no Facebook através do painel de suporte.

Ora, que mal representa uma mulher com os seios à mostra? A coisa em si mesma não teria mal algum se a rede fosse frequentada exclusivamente por adultos. Entretanto, a realidade é outra, pois o FB abriga milhões de perfis de crianças e adolescentes, notoriamente vulneráveis à exposição de conteúdos eróticos. E não sou eu que estou dizendo, já que uma pesquisa conduzida no Reino Unido constatou que crianças a partir dos 10 anos estão se viciando em pornografia online (diga-se de passagem, compulsão uma vez instalada não tem cura).

Pensando nas crianças, me rendo à política rígida contra o compartilhamento de conteúdo pornográfico e erótico e, tanto quanto o Facebook, devemos abominar e denunciar até as manifestações mais altamente artísticas, tais como fotos de esculturas famosas, amamentação e a famosa nudez frontal "A Origem do Mundo" do pintor francês Gustave Courbet. Porque a pornografia mais medonha sempre começa inocentemente, através de imagens bem intencionadas eivadas do mais alto apelo artístico. Os paladinos da liberdade berram contra a censura e reclamam do cerceamento da liberdade da expressão. Por defender a pornografia na rede, espera-se que eles sejam ET´s e não tenham filhos pequenos, irmãos, sobrinhos, primos, filhos de amigos, etc.

Se queremos combater a erotização prematura da infância, devemos imperativamente afastar as nossas crianças da explicitude sexual que infecta os nossos canais midiáticos, inclusive as novelas de TV, mas isso é papo para outra hora.

31 de out. de 2012

Reclamações sobre os mecanismos de pianos feitos de compostos sintéticos

por Isaias Malta
A tentativa de trocar a madeira por materiais compostos em pianos não é de hoje, pois a coisa começou mais intensamente na década de 40 nos pequenos pianos do tipo espineta. E a novidade não foi muito longe porque o PVC empregado não resistia durante muitos anos e se tornava quebradiço. Hoje são encontrados por aí pianos nacionais com mecânica de PVC, naturalmente imprestáveis. Já o uso de plástico em substituição ao marfim na forração das teclas se tornou imperativo devido à proibição da caça ao elefante depois do fim da 2ª guerra mundial.

A introdução da resina ABS (Acrilonitrila butadieno estireno) e compostos sintéticos mesclados com carbono mudou completamente o cenário de descrédito em relação à durabilidade. Inclusive há uma onda de ufanismo sobre o uso de tais materiais em substituição à madeira, cujas irregularidades e comportamento errático são perfeitamente conhecidos. No entanto, apesar da Kawai ter começado a usar compostos sintéticos nas suas mecânicas há 40 anos, até hoje persistem as discussões sobre o assunto e o fato é que a tradição da madeira tem reinado soberana, pois a maioria dos fabricantes permanece fiel à obra prima tradicional. Isso por causa de prováveis deficiências no funcionamento, ou será por imposição do mercado?

Agora, em meio às vozes que fazem juras de amor aos plásticos modernos, ouçamos algumas vozes dissonantes que falam de questões bastante pontuais e caras aos pianistas, que são os verdadeiros interessados nessa guerra entre o seguimento da tradição e a abertura de espaço para a introdução de novos materiais.

O problema da rigidez dos pinos dos martelos
O vídeo acima demonstra como a extrema variabilidade na flexibilidade das madeiras pode minar o equilíbrio na produção da nota de tecla para tecla. Ora, o oposto também é um problema. A rigidez dos tubos de carbono usados como pinos dos martelos dos mecanismos fabricados pela Wessell, Nickel and Gross” (uma subsidiária da fábrica de pianos norte americana Mason and Hamlin), pode tornar o som muito "seco", fato que restringe a capacidade expressiva dos pianistas. Será que este motivo fez com que a Kawai tivesse permanecido fiel aos pinos de martelos de madeira? A primeira foto da página ilustra uma mecânica Kawai, enquanto a foto abaixo mostra um mecanismo WNG (Wessell, Nickel and Gross).
Segundo palavras do projetista de pianos Del Fandrich "o peso dos pinos de martelos produzidos pela WNG é quase idêntico aos tradicionais pinos de madeira fabricados pela Renner, porém eles são significativamente mais rígidos, tanto no sentido longitudinal, quanto no rotacional".

O problema da rigidez total da mecânica
Se a questão estrita da rigidez dos pinos dos martelos pode ser um problema, pode-se cogitar o quanto a rigidez total das partes de plástico altera o toque ao pianista, desejoso antes de tudo de ter um teclado altamente responsivo, mas que não vê com maus olhos uma pitada de resistência. A madeira, com certeza, dá esse componente orgânico em alto grau, apesar da sua irregularidade e de ser vulnerável às variações de umidade.

Não transmite as vibrações aos dedos
Um depoimento intrigante dado por esse pianista lança luz sobre uma das maiores vantagens do instrumento acústico sobre os seus congêneres digitais: a capacidade que os primeiros têm de transmitir as vibrações via teclado aos dedos, coisa que os teclados eletrônicos não transmitem absolutamente. Pois bem, o pianista relata que notou tal deficiência quando experimentou um piano Mason and Hamlin equipado com mecanismo de plástico. Ora, sabemos que a madeira de fibras longas é uma ótima condutora de som, por isso ela é usada em praticamente em todos os instrumentos musicais acústicos. O que pode garantir essa mesma capacidade condutora nas resinas de plástico?

Problema na cola
Especificamente quanto aos mecanismos WNG, que usam martelos de madeira colados a pinos de carbono, uma escola de música de Ontário (Canadá) documentou um acontecimento estranhamente desolador. Eles compraram um Mason and Hamlin orquestral CC 9'4" em 2009. Depois de afinado, regulado e entonado, ele ficou sem uso até 2012. Quando foram usá-lo, eis a amarga surpresa: todos os martelos estavam incrivelmente desalinhados. Ora, sabemos que pianos com mecânica de madeira chegam a permanecer décadas parados num canto sem que os "fantasmas brincalhões" consigam transformar os martelos num lixo puro.

Ruídos
Este usuário relata os barulhos que tem experimentado no seu Mason and Hamlin modelo AA recém comprado. O ruído, que ocorre quando o martelo percute a nota, é mais pronunciável na zona dos agudos, diminui nos médios e quase não é notado nos graves. Ele comparou com outro modelo semelhante dotado de mecânica de madeira e não constatou os ruídos. A explicação pode ficar por conta do item "O problema da rigidez dos pinos dos martelos" visto acima.

Mecanismo leve demais
Uma medição do peso exercido pelo bascul sintético sobre a tecla revela que ele é 2,5 gramas mais leve do que o equivalente de madeira. Se por um lado há a vantagem dessa leveza significar a diminuição do uso de chumbo como contrapeso da tecla (por ser um material altamente tóxico), por outro, o pianista pode se sentir desconfortável com um toque demasiadamente macio - fato que remete aos famigerados teclados eletrônicos.

Maiores informações sobre o uso de novos materiais em pianos: