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30 de jun. de 2013

Pequeno Glossário das Partes do Piano

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Apesar de haver uma ampla literatura técnica sobre piano, em português ela é dispersa e escassa. Amiúde tenho que recorrer à bibliografia em inglês para sanar dúvidas, entretanto, quanto aos termos usados, é difícil achar os congêneres na nossa língua, o que acaba gerando uma confusão de Babel.

1) Abafador (damper)
É uma peça dotada de feltro que na posição de repouso fica pressionando as cordas. Sua função é impedir que a corda continue vibrando além da duração da nota, o que redundaria numa desagradável mistura de sons. Funciona conjuntamente com o pedal de sustentação (ver pedais).

2) Agraffe
Os agrafes são parafusos dotados de cabeça vertical furada. Eles são atarraxados diretamente na chapa e servem para espaçar e alinhar as cordas, também definem uma da extremidades do segmento vibratório (speaking length) da corda. Agrafes nos graves e médios equipam todos os pianos de cauda atualmente. Nos pianos verticais a sua presença é sintoma de qualidade, tanto que os modelos profissionais usam agraffes em toda a extensão.

3) Barra de apoio das cordas (Bearing bar)
Depois que saem das cravelhas, as cordas são apoiadas em uma barra de liga metálica dourada antes de atravessarem os Agraffes.

4) Barra de pressão (pressure bar)
Na região dos médios superiores e agudos o projeto de escala dos pianos verticais costuma usar uma barra toda parafusada que determina faz às vezes de "capo" (vide Agraffe) dessas cordas e serve de elemento de separação.

5) Capo d'astro
Nem todas as cordas que partem das cravelhas são fixadas por Agraffes. A partir dos médios agudos, num total de 35 uníssonos (pianos de cauda), as cordas passam por baixo de uma das barras da chapa desenvolvida precisamente para desempenhar tal função. Em baixo desta barra há uma terminação em "V" que fixa as cordas e determina uma das pontas do segmento vibratório.

6) Cepo (pinblock)
Na crendice popular há o enorme equívoco de chamar a espinha dorsal do piano (chapa) de cepo. Nos anúncios lê-se "cepo de aço" ou "cepo de madeira", quando na realidade o cepo é necessariamente de madeira. O Cepo é uma placa de compensado multi-camadas (podendo ter em média de 9 a 21 camadas) que recebe as cravelhas de afinação.

7) Costela (rib)
A tábua harmônica, para fazer às vezes de alto falante, tem que ser mantida curvada num processo chamado coroamento. Para que esta curvatura se mantenha ao longo do tempo, durante a fabricação são coladas ripas torneadas de madeira com o objetivo de manter a placa vergada.

8) Caixa (case)
Nos pianos verticais a caixa tem função mais estética e acabamento do que acústica, tanto que é confeccionada na maioria dos pianos atuais em chapas de aglomerado MDF.

9) Chapa (plate ou cast iron frame)
O enorme esqueleto de ferro fundido (erroneamente chamado de cepo de aço), sustenta as cordas e está no coração do piano. Ele é o esteio de tudo, portanto, qualquer tipo de rachadura ou trinca é considerada uma situação bastante grave que deve ser imediatamente sanada, pois sobre a chapa são exercidas altas pressões de mais de 20 toneladas.

10) Contorno (rim)
Nos pianos de cauda a característica forma curva é composta de contorno interno e externo, que desempenha papel importante de reflexão acústica, por isso os contornos são confeccionados várias lâminas de madeiras extremamente rígidas. O contorno interno abriga a tábua harmônica, que por sua vez é colado ao contorno externo.

11) Corda (string)
As cordas são os elementos primários que vibram e geram o som. Dividem-se em três tipos:
- cordas nuas de aço usadas em conjuntos de três para formar a nota (uníssono);
- cordas grossas (bordões) revestidos com fio de cobre;
- cordas médias também revestidas com fio de cobre, que são usadas em conjuntos de duas para formar a nota.

12) Cravelha (tuning pin)
É o pino onde está presa a corda que permite o processo de afinação. Ao longo dos anos, as cravelhas começam a se "enterrar" no cepo porque a cada afinação elas são torcidas e afundam cada vez mais para sustentar a pressão da corda e estabilizar por alguns meses a afinação. A leitura minunciosa do estado das cravelhas é decisiva no momento da compra do piano usado.

13) Duplo escape (double escapement)
Foi necessário implantar um sistema de afastamento rápido do martelo da corda para sanar os seguintes problemas:
a) quando permanecia encostado depois de tanger a corda, a superfície do martelo funcionava como um abafador;
b) além de servir como abafador, a corda produzia ruídos enquanto estivesse vibrando contra o martelo;
c) a velocidade de repetição da nota era bastante prejudicada.
Por isso, nos pianos de cauda estabeleceu-se como padrão a inovação de Sébastien Érard que permitia o retorno quase instantâneo do martelo (escape simples) e também que a tecla pudesse acionar o martelo novamente estando apenas na metade do curso (escape duplo). Por causa do duplo escape, há uma posição da tecla conhecida como "degrau", que os pianistas de piano de cauda aprendem a manejar. Assim, a velocidade de execução aumentou barbaramente. Os pianos verticais, em razão dos custos, possuem apenas escape simples.

14) Escala dupla (duplex scaling)
Foi um estratagema criado pela Steinway (e adotado posteriormente por vários fabricantes) para encorpar a sonoridade da região dos agudos. São pequenas pirâmides metálicas que criam uma secção vibrante, mas não afinável, depois do término do segmento vibrante propriamente dito. Há gente que gosta do efeito, enquanto outros detestam o tal reforço que se apresenta como um som agudinho ouvido acima das notas. Quem não gosta, tem a opção de mandar o afinador instalar tiras de feltros para abafar a sonoridade extra.

15) Estrutura
A integridade estrutural de um piano é composta de vários travessões de madeira que garantem resistência e rigidez contra a tendência ao torcimento da estrutura devido à pressão de 23 toneladas exercida pelas cordas contra a chapa.

16) Mesa (keybed)
A mesa é base de madeira localizada abaixo do teclado. A sua importância se dá porque é ali que se acumula toda a sujeira resultante dos maus hábitos do pianista, a bebida derramada, a poeira de quem deixa o piano aberto todo o tempo. Certamente, mesmo que os devidos cuidados sejam tomados, de tempos em tempos o teclado tem que ser retirado para que seja feita a devida higienização, faxina que pode ser realizada pelo próprio pianista. Nos pianos de cauda isto é fácil, pois basta retirar o conjunto mecânico, já nos pianos verticais é necessário retirar todas as teclas uma a uma, nada que um proprietário inteligente não tenha condições de fazer.

17) Ponte (bridge)
Se você observa por cima as cordas de um piano de cauda na região oposta ao teclado, vê que antes delas serem presas nos pinos da chapa, passam por cima de um lingote maciço de madeira. A ponte é o componente importantíssimo que transmite a vibração das cordas à tábua harmônica. Nos pianos mais sofisticados ele é confeccionado em compensado de madeira constituído de lâminas orientadas verticalmente. Nos pianos comuns de boa estirpe, opta-se por madeira maciça e em alguns vagabundos são encontradas pontes feitas com compensado feito de lâminas coladas horizontalmente. Quando aparece qualquer tipo de trinca na ponte, o som fica terrivelmente prejudicado, aparecem os tais "grilos" que ninguém sabe de onde saem.

18) Mecanismo (action)
Também chamado máquina, é o conjunto de peças móveis que transmite o impulso mecânico originado na tecla à corda. Um piano de cauda é dotado de dezenas de milhares de peças, cada uma sujeita a desgastes e desajustes ao longo do tempo e uso.

19) Martelo (hammer)
É uma cabeça de mateira revestida de feltro grosso responsável pelo golpeamento da corda. Como o uso, costumam aparecer sulcos no martelo, que na medida em que se aprofundam prejudicam a sonoridade.

20) Lira (lyre)
Interessante saber que até hoje o suporte de fixação dos pedais ao piano se chama lira porque realmente nos primeiros pianos ele era esculpido em forma de lira.

21) Pedais
São alavancas acionadas com o pé cujas funções são as seguintes:
1º) sustentação (sustain) – pedal da direita: quando acionado, afasta os abafadores das cordas de modo que todas ficam ressoando ao mesmo tempo.
2º) Una corda ou surdina – pedal da esquerda: nos pianos de cauda ele desloca todo o conjunto de martelos  para a direita, fazendo o martelo tanja uma só corda das notas que são produzidas por um conjunto de 3 cordas. Nos pianos verticais, o pedal apenas aproxima os pedais das cordas para que tenham um toque mais suave.
3º) Sustenuto – pedal do meio: em alguns pianos de cauda que possuem este terceiro pedal, ele serve para sustentar somente as notas que foram tocadas instantes antes do seu acionamento. Nos pianos verticais este pedal baixa uma faixa grossa de feltro que serve para abafar bastante o som produzido.
4º) surdina – pedal adicional que equipa o modelo Fazoli F308 que tem a função de aproximar os martelos das cordas. O seu objetivo é suavizar o som sem modificar o timbre
Pedais adicionais: quaisquer pedais adicionais existentes em pianos antigos acionam timbres de cravo, harpa, celesta, etc

22) Pino de fixação (hitch pin)
São pinos firmemente atarraxados na chapa que fixam a extremidade traseira das cordas.

23) Tábua Harmônica (soundboard)
A imensa chapa de madeira localizada embaixo das cordas serve de elemento secundário na produção do som. Ela é formada de dezenas de ripas de abeto (spruce) coladas entre si, ou outra madeira que tenha fibras longas e paralelas, nos pianos nacionais usa-se o pinho (Araucaria angustifolia). O seu papel é concentrar o som gerado pelas cordas e dirigi-lo ao ambiente, servindo assim de transdutor acústico, semelhantemente ao funcionamento do autofalante.

24) Tampo (lid)
O tampo do piano de cauda é objeto que chama maior atenção devido às suas dimensões. Atualmente, tampos, tampas e gabinetes de pianos são confeccionados em aglomerados do tipo LDF e MDF, tanto por razões ecológicas, quanto à crescente escassez de madeiras maciças. O estado do tampo denuncia em muito o tipo de tratamento ao qual aquele piano foi submetido.

25) Teclado (keyboard)
É a parte do piano que permite o tangimento das cordas. Até a IIª Guerra Mundial as teclas eram recobertas por marfim extraído de presas de elefantes, um material reconhecidamente bonito e que possui a propriedade muito especial de semiporosidade que não deixa a tecla escorregadia na presença do suor. Com a proibição da caça aos elefantes na África, a solução adotada foi o plástico, cujo principal defeito é ser liso demais. Hoje, os modelos mais sofisticados de pianos vêm com teclas cobertas de "falso-marfim", que é um material plástico que imita as desejáveis propriedades do marfim orgânico.
Referências:
The Anatomy of the Piano

27 de jun. de 2013

Elogios às mulheres, mais do que palavras ao vento, podem ser tempestade!

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A razão feminina é um mistério que intriga até hoje os expoentes da filosofia. Quando para um ser racional um "sim" significa um "não", um "cala a boca" significa "não para de falar", um "está tudo bem" significa que tudo está mal, precisamos rever conceitos e aplicar na prática as condutas que a teoria dissimula.

As situações relatadas abaixo ocorrem rotineiramente e acho que você leitor não está livre dessas saias justas, na ânsia do impulso de fazer o elogio, involuntariamente podemos estar ofendendo o objeto do nosso rasgo de admiração (alimentativa)*.

Que saúde!
Quando você não se refere especificamente à beleza de uma mulher, significa simplesmente que a está achando gorda.

Você está tão conservada!
Não adianta, esta frase é a senha universal para chamar alguém de velha, é isso o que a elogiada vai interpretar e não adianta consertar depois do estrago feito.

Como você está bonita!
Até pode causar boa impressão na destinatária do elogio, mas se houver mais mulheres no recinto, incluindo a sua, elas se sentirão irremediavelmente enxovalhadas – e não adianta remendar depois.

Você não mostra a idade que tem!
Não adianta, você a está chamando inapelavelmente de velha.

Pensei que ela fosse a sua irmã!
Caminho mais curto para chamar a filha de velha: é o elogio tipo "faca de dois gumes", pois de um lado ela certamente vai cortar. Por isso, evite elogios que dão margem à aspectos comparativos.

A solução propriamente dita não é renunciar ao elogio, mas fazê-lo brotar sob o espírito da espontaneidade. Além disso, o elogio bem feito levanta a sua moral. Afinal, porque você acha que elas passam horas na frente do espelho às voltas com cremes hidratantes, depilações, tinturas, esfoliações, massagens, e no closet escolhendo meticulosamente as roupas todas combinandinhas? Porque a sua vaidade se alimenta de reconhecimento, isso é um fato. Também é fato que agradar uma mulher, sem dar com os burros n'água, exige uma boa leitura do entorno, a sinceridade como guia e a pureza de intenções como elemento motivador.


* Está provado cientificamente que os homens se alimentam das mulheres, não só no sentido sexual da absorção da mistura de fluidos, nem no sentido alimentativo que nutria os nossos antepassados canibais, outrossim no sentido de mantimento pelo contemplamento da beleza.

23 de jun. de 2013

As más estradas brasileiras sob o olhar de Darwin.

Estradapara os Guararapes em Pernambuco deVictor Meirelles, c. 1879.

Comentários sobre os protestos de 2013 enfatizam que "estava na hora de acordamos".

Entre os muitos protestos que podemos fazer estão as más condições das estradas brasileiras. Ao ler o que Darwin descreveu no seu diário entre os dias 19 e 23 de abril de 1832, pode-se concluir que somos um país de péssimas estradas sem a devida sinalização para orientar os transeuntes, mas com cruzes indicando a morte.

Vale a penas ler as descrições de Darwin, traduzidas num português antigo, mas lamentando os tão velhos, mas atuais problemas, para isso clique aqui: Lamentações de Darwin sobre as “estradas brasileiras”.

19 de jun. de 2013

Eterno e torturante utilitarismo existencial: para quê existo? Reflexões sobre o filme A Invenção de Hugo Cabret

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"Se o bem é um complexo de bens reais e de objetos necessários e não-necessários, chamados esses também de bens, é necessário tentar procura-los. Mas, se o fim é necessariamente um só e não muitos – porque então procuraremos os fins, mas não o fim – é necessário considerar como único fim o fim último, o mais precioso, aquele que a alma tenta acolher em si."*

Recém assisti o filme "A Invenção de Hugo Cabret" e me vi com pulga atrás da orelha sobre a sofrida questão da finalidade existencial. Ela permeia a vida dos sujeitos desde que o homem deixou (elevou os olhos ao céu) de se preocupar estritamente com a reprodução e sobrevivência.

Estamos fadados a algum terminalismo teleológico, ou apenas estamos aí no mundo sem eira nem beira, marionetes passivos no desenrolar do pano da existência? Acho que aí reside a diferença cardeal entre ateus e crentes, enquanto os primeiros podem se omitir tranquilamente das reflexões sobre a sua função no universo, os segundos moralmente não devem sonegar que estão no mundo para desempenhar um papel – não significando necessariamente que estejam dispostos a fazê-lo.

Paradoxalmente, enquanto se observa muitos ateus às voltas com a questão do finalismo, grande parte dos crentes delega às mãos de Deus as questões existenciais mais nevrálgicas, ou seja, achar uma resposta satisfatória à pergunta fundamental: para quê existo?

Como é um filme baseado num livro (não li o livro), mas como um filme costuma ser um produto com tudo embaladinho para pronto consumo, os personagens ao final da trama descobrem o seu papel lindo e maravilhoso e vivem felizes para sempre enquanto baixam os letreiros.

Lamentavelmente, as coisas na vida prática não são tão esquemáticas e bem resolvidas, pois o impulso teleológico primordial jamais é inteiramente satisfeito. Um jardineiro deverá alcançar a quintessência da jardinagem? Um compositor deverá atingir a música absoluta? Um médico terá conseguido ao final da carreira a cura para todos os males ou, se olhar para trás, verá tão somente uma trilha de sucessivas tentativas e erros? Um homem de filosofia terá encontrado respostas às questões ontológicas? Um homem comum de ofício indeterminado almejará pelo menos se tornar um homem melhor?

Se melhorar é considerado uma meta aceitável, então há pelo menos um fim lato sensu, independentemente da grande finalidade em si mesma. No entanto, o que contemplamos à volta é justamente o contrário, os sujeitos se estropiando física e moralmente ao longo da vida num longo decair. Deve ser a luta contra a decadência o derradeiro e verdadeiro fim?

No filme "A Invenção de Hugo Cabret" a ocupação do garoto Hugo é acertar, dar corda e manutenir os imensos relógios da estação ferroviária central de Paris e ele o faz para cumprir o ofício imposto pelo tio bêbado e omisso. Depois do sumiço do tio, ele continua a fazê-lo para garantir o frágil status quo, mesmo que de garoto sozinho e vadio, para garantir um lugar para ficar que não seja o orfanato. É uma boa metáfora! Talvez sejamos Hugos em algum lugar do espaço e tempo meramente desempenhando funções que caíram nas nossas mãos, enquanto nos embatucamos para achar o fim definitivo, se é que ele um dia se mostrará acessível.

* Citação de Plotino feita no livro "O fim último do homem" de Idalgo Jose Sangalli, página 129.

11 de jun. de 2013

Matérias primas secretas do pior alimento do mundo, a margarina

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É de conhecimento público que o consumo de TODAS as margarinas representa riscos à saúde. Então, numa medida simples, você esvazia o seu refrigerador e está livre delas? Errado, pois os produtos de confeitaria e padaria usam a margarina como ingrediente básico. Num dia desses eu estava comentando os males das gorduras vegetais industrializadas* com uma funcionária de confeitaria e ela retrucou que na sua eles usavam somente margarina. Ora, isso é como trocar 6 por meia dúzia, pois as margarinas que aí estão são produtos tidos como alimentícios altamente industrializados que contém na sua fórmula uma verdadeira sopa não determinada de matérias primas, denominada genericamente no rótulo como óleos vegetais líquidos.

A não discriminação desses óleos atende claramente a interesses comerciais, pois a busca da lucratividade faz com que os fabricantes tendam a usar os substratos mais baratos... e desastrosos para o sistema cardiovascular.
A desculpa padrão para a sonegação da informação ao consumidor é dada pelo próprio órgão de regulamentação que, teoricamente, foi criado para cuidar da nossa saúde:
EU food labelling rules allow manufacturers to use the generic term 'vegetable oil' rather than listing the types of vegetable oil in the product. This is because in practice the vegetable oil ingredient will be a mixture of oils such as rapeseed, sunflower, soya, maize or coconut oil, the exact composition of which can change due to variability of supply. The use of this term prevents the need for label changes »» Can I buy margarine that is palm oil-free?

Então vamos esmiuçar as principais supostas e prováveis matérias primas que a indústria não é obrigada a revelar.

Óleo de algodão
As plantações de algodão costumam receber doses massivas de pesticidas, portanto, suas sementes são altamente contaminadas. Além disso há um desbalanceamento entre os ácidos ômega 6 e ômega 3, fato que causa vários problemas de saúde, entre eles o enfarto »» How Margarine is made?

Canola
A origem do uso do óleo de Colza é servir de matéria prima para lubrificantes industriais. O grande problema dele é a alta concentração de ácido erúcico, responsável pelo desencadeamento de cardiopatias. Por isso, o óleo de canola tem que ser complexamente processado, para que seja guindado da sua condição inicial de lubrificante industrial ao status de alimentação humana. O ruim da história é que as características tóxicas iniciais nunca são completamente eliminadas. Pesquise na internet toda a polêmica acerca do óleo de canola »» Rapeseed

Palma
O óleo de palma tem a vantagem de diminuir os processos de hidrogenação e/ou interesterificação, pois ele tem possui alta viscosidade natural. A desvantagem é que possui alto percentual de gorduras saturadas »» Óleo substituto da gordura trans também é nocivo, aponta pesquisa
A outra preocupação concernente ao óleo de palma é de ordem ecológica, pois o seu plantio indiscriminado, principalmente na Indonésia e Malásia, está ocasionando a derrubada dos últimos redutos de florestas tropicais desses países »» Entenda como o óleo de palma está no seu dia a dia e prejudica florestas no mundo

Milho e Soja
À primeira vista são óleos inofensivos, só que na feitura das margarinas os grãos utilizados podem ser provenientes de espécies transgênicas (geneticamente modificadas). Não temos certeza, já que o rótulo não especifica quais foram os componentes utilizados no "caldo" bruto de gorduras vegetais »» Temores sobre os transgênicos estão se confirmando, diz cientista gaúcho

Açafrão-bastardo, girassol e outros
Conclui-se que a inocente e genérica expressão "óleos vegetais líquidos" constante na lista de ingredientes pode denominar qualquer origem conhecida, ou desconhecida, tóxica ou benéfica. De qualquer maneira você não nunca saberá o que está comendo e isso é uma verdadeira insegurança alimentar patrocinada pelas grandes corporações da indústria alimentícia e os seus lacaios, os governos lenientes cujos políticos só têm como expectativa de futuro a próxima eleição.

* antigamente, antes da campanha massiva demonizadora das gorduras TRANS, o rótulo das margarinas ostentava "óleos vegetais líquidos e hidrogenados". Atualmente ele mudou para "óleos vegetais líquidos e interesterificados". Só que o novo processo de adensamento dos óleos vegetais originalmente líquidos, se eliminou as temidas gorduras TRANS, trouxe outras inseguranças »» How Safe is Trans fat free Margarine?
A controvérsia da gordura interesterificada