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17 de jan. de 2014

Tempos modernos do "não se pode mais"

Não se pode mais ficar bêbado, tem os energéticos.
Não se pode mais ficar sozinho, tem os messengers.
Não se pode mais ficar infeliz, tem o metilfenidato.
Não se pode mais ter fome, tem as comidas rápidas.
Não se pode mais ficar em silêncio, tem os headphones.
Não se pode mais suportar os contatos presenciais, tem a imersão nos celulares.
Não se pode mais engendrar contato sexual físico, tem o sexo virtual.
Não se pode mais dormir, tem os entretenimentos infinitos que tornam o sono coisa para os fracos.
Não se pode mais somente estar aí, tem os inumeráveis afazeres criados por coisas que foram
inventadas para que tivéssemos mais tempo livre.
Não se pode mais envelhecer sossegadamente, tem os anti-aging prometendo o elixir
da eterna juventude.
Não se pode mais ser menos do que melhor, aliás, não se pode estar simplesmente alegre, tem que estar exultantemente alegre, praticamente beirando o paroxismo.

2 comentários: