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20 de jul. de 2013

Trigo, o saboroso vilão da obesidade

Ao constatarmos o alastramento da epidemia da obesidade em todos os lugares do mundo, é necessário identificar o mecanismo da doença que se espalha de maneira alarmante até por lugares até há pouco tempo insuspeitados, tais como o Japão, China e Cuba. E a explicação pode ser encontrada em artigos* que lançam dúvidas sobre a ponta-de-lança da hegemonia cultural, o amado trigo, que onde quer que chegue, desbanca a comida regional e desencadeia um rápido processo de aumento de peso na população.

Para lançar um pouco de luz sobre o fenômeno, melhor do que traduzir o longo artigo, é pinçar alguns fatos relevantes que nos permitam entender o processo na sua globalidade.

1 – O trigo atual nada tem a ver com a variedade primitiva encontrada na natureza, que pouco passava de mais uma das muitas espécies de gramíneas.  As constantes hibridizações operadas ao longo da história, depois que o homem abandonou o nomadismo e adotou o sedentarismo, não são exatamente a raiz do problema, mas o início dele.

2 – O trigo orgânico encontrável nas lojinhas de produtos naturais provém de variedades híbridas, porém não transgênicas. Nas variedades transgênicas mora o perigo, pois no afã de atender aos ditames da agroindústria e da indústria alimentícia, os cientistas desenvolveram as variedades anãs, ou seja, plantas com pouco caule e espigas grossas, que possuem maior concentração de glúten do que o trigo convencional – certamente é um trigo que rende muito mais no fabrico de "n" produtos alimentícios industrializados.

3 – Não há grandes diferenças entre os malefícios produzidos pelo trigo refinado e o integral, se grão for transgênico.

4 – Três ingredientes básicos tornam o trigo transgênico uma fábrica de doenças:
»» contém uma proteína que fomenta a obesidade;
»» apresenta alta concentração de glúten, reconhecidamente uma proteína causadora de inflamações;
»» possui um polipeptídio que age semelhantemente ao hormônio estimulador do centro cerebral do prazer. Ora, tais substâncias são semelhantes às endorfinas que estimulam esse centro, mesmo processo que se obtém com os exercícios físicos vigorosos ou com a o consumo de heroína. Por isso determinadas pessoas não conseguem parar de comer doces, salgadinhos, pizzas e sorvetes. Por isso a campanha publicitária do chocolate "Bis" é baseada no slogan "é impossível comer um só!".

5 – A indústria alimentícia depende umbilicalmente do novo trigo, pois graças a ele as guloseimas se tornam mais lubrificadas, cremosas, viscosas, agradáveis de se ingerir. O fato é que o trigo está presente até em alimentos industrializados que não seriam à primeira vista subprodutos de cereais, tais como chocolates, iogurtes, embutidos, conservas, balas, flans, etc.

6 – Segundo relatos, obesos que são submetidos a uma dieta livre de trigo chegam a perder 30 quilos com alguma facilidade.

7 – Ironicamente, não são só os obesos as vítimas potenciais, pois o poder de causar inflamações pode afetar igualmente as pessoas com peso normal e as doenças inflamatórias crônicas são um grande mal ainda incompreendido. Mesmo que a medicina tenha desenvolvido abordagens terapêuticas, elas são paliativas. As doenças auto-imunes, a síndrome do intestino irritável, entre outras, são alguns exemplos de doenças de causa difusa que podem ter origem em alimentos de consumo diário.

8 - Você não tem o direito de saber se o alimento que consome é transgênico porque até hoje as instâncias de controle do Estado não obrigam a rotulagem. Ponto a favor da corrupção brasileira e do lobby patrocinado pelos megaempresários do agrobusiness e contra os interesses da saúde pública!

9 - Dos quatro cavaleiros do apocalipse mandatórios da obesidade, a saber: leite, açúcar, carne vermelha e trigo, fica difícil estabelecer quem é o pior.

Trigo, nosso maior inimigo?

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