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20 de abr. de 2014

O medo de perder nos torna perdedores

Costumamos ouvir pessoas falando do sonho de usufruir a liberdade plena com o advento da riqueza. Ora, sabemos o quanto é equivocada a associação entre o aumento dos bens materiais e paz de espírito. A verdade é que quanto mais tenho, maior é o meu medo de perder.

E devemos saber que se o medo não é um sentimento divino, então só pode ser de Satanás. Através do medo os povos são dominados, as pessoas abandonaram o conforto das suas casas e foram trabalhar sob condições insalubres nas fábricas que despontavam na aurora da era industrial, o medo move as guerras e urde os genocídios.

 O medo de perder o emprego me rouba a alegria de possui-lo, o medo de perder dinheiro, posição e fortuna tem o poder de transformar o rico em miserável. Até o medo de perder entes queridos é perturbador porque turva a efêmera alegria de viver. A mensagem de alerta sobre a tenebrosidade do medo nos tem sido passada por religiões e esoterismos, os budistas nos falam em desapego e Jesus decreta a miséria moral do jovem rico: "Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus".

Por isso a TV é tão perniciosa, por lançar na vida das pessoas o medo de cada dia em substituição ao pão de cada dia rogado na oração do pai nosso. Por isso a sociedade construída em cima do ter e não do ser forma sofredores e não cidadãos aptos a desfrutarem da vida em seu livre movimento. Sei que se eu ficasse rico conviveria com o medo de inúmeras perdas, além de passar a ver cobiça nas intenções dos meus achegados. Este tipo de exercício mental ajuda a compreender o porquê do rico não poder adentrar ao reino dos céus.


E, por último, o medo não é só uma questão de possuir bens tangíveis, pois o miserável que nada tem pode ter um apego irresistível pelo seu saco de quinquilharias sem valor, ou melhor, que têm inestimável valor para ele. No frigir dos ovos, cada um não carrega o seu próprio saco de quinquilharias que somente nós damos valor?

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