Páginas

Pesquisar

22 de ago. de 2013

2ª parte - Comparativo entre pianos caros e baratos: Pontes e Barrotes

As pontes e os barrotes definem respectivamente no piano a qualidade do tom e a integridade estrutural. Logo, o corte de custo nesses itens tende a comprometer bastante a qualidade de instrumento em termos de sonoridade pobre e desigual, e dificuldade em segurar a afinação.

Estrutura das pontes
Comparação entre ponte de piano de 1ª linha com a de piano barato
As pontes são as estruturas responsáveis pela transmissão do débil som das cordas à tábua harmônica. Quaisquer problemas na ponte causam os desagradáveis "grilos" que tanto incomodam os pianistas.
CARO: os pianos de alta estirpe são equipados com pontes manufaturadas em madeira compensada com as lâminas posicionadas verticalmente, detalhe construtivo que confere extrema resistência ao conjunto.

BARATO: os pianos baratos são equipados em sua grande maioria com pontes de madeira maciça e em alguns casos (nos de pior qualidade), pontes de compensado de camadas posicionadas horizontalmente. O prejuízo acústico é fácil de entender, pois quando os 14 níveis (piano da foto) de lâminas de madeira entremeados de cola são atravessados pelas ondas sonoras, forçosamente há uma atenuação importante da potência devido ao grande número de barreiras a obstaculizar o caminho das ondas sonoras.
Número de travessões
Queda no número de barrotes de 1900 para 1990
Eles cumprem a magnífica tarefa de garantir a integridade estrutural e, por conseguinte, a estabilidade da afinação. Sendo assim, não só o número deles é um indicador de qualidade, como também a espessura e a qualidade das madeiras usadas.

CARO: os pianos verticais do início do século passado costumavam ter 6 travessões, hoje eles têm em média 5. Quanto aos pianos de cauda a questão é mais complicada, pois um Steinway modelo O tem tão somente 3 barrotes, enquanto outros da mesma categoria têm 4 ou 5.

BARATO: os pianos verticais mais baratos têm 4 barrotes. Todavia, isso por si só não define o critério de qualidade. Você tem que prestar atentar para a espessura da madeira, a regularidade da sua superfície, a granulação da madeira. A maioria dos fabricantes usa abeto (supruce) nos barrotes, logo, eles têm que ter uma cor clara e homogênea. Assim, barrotes com cores variadas, alguns escuros e outros claros são um sintoma de baixa qualidade.

Num caso curioso, um sujeito se apaixonou por um piano de cauda exposto no showroom de uma loja e decidiu comprar exatamente aquele. Quando recebeu o piano em casa, nem tom e toque coincidiam com o instrumento que ele experimentara na loja. Então ele analisou a aparência dos barrotes e do contorno e chegou à conclusão que a loja mandara um piano novo justamente por causa da cor irregular da madeira, característica que ele não havia notado no exemplar do showroom. Esta história demonstra que a pior qualidade da madeira empregada na estrutura torna o piano pior.

Há outros indicadores que somente um técnico de piano pode aferir, tais como o sistema de conexão dos barrotes ao corpo de piano e a sua extensão. O que você diria de um piano com barrotes pintados em tinta preta fosca, como é o caso do Yamaha indonésio GB1K? Também vemos alguns modelos nacionais Fritz Dobbert com barrotes pintados. A pergunta que fica é: o que estão tentando esconder?


Exemplo de involução do reforço estrutural de 1900 para cá: The China Syndrome
Referência: Everything You Wanted to Know about Pianos… Part II

Nenhum comentário:

Postar um comentário