Palavras nunca estiveram tão ao vento
Hoje elas são quase perniciosas viciosas apequenadas
hashtags
Não confinadas a livros preferem a transitoriedade dos
dispositivos
Nem sequer rimam em decassílabos agora soltas de
formalidades
Sem eira nem beira palavras jorram a revelia de Shakespeare
Sem Machado de Assis sem o paradigmático James Joyce
Hoje elas são jornalísticas secas anêmicas raquíticas
Consumidores de fotos desdenham textos por não lhes apetecer
semântica
E o mercado dominante pressiona deforma cria um novo léxico
da pior estirpe
Tanto que palavras ao vento se tornou palavrão não mais
metáfora poética
E o vento continua a carregar palavras vazias órfãs de
densidade borgiana
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