Só a prática leva à perfeição! E o ditado vale mais do que
nunca para as coisas domésticas, quando você é obrigado por cargas d’água a
assumir a faxina da própria casa. Depois de retirar cobras e lagartos do meio
de campo, envereda pelo aprendizado de descobrir com quantos paus se faz uma
canoa.
1) O tempo extremamente rápido, no seu julgamento, que as
faxineiras levam para limpar a sua casa, enquanto você leva horas e horas para
fazer uma ninharia, não significa que você é extremamente incompetente,
ao passo que elas são azes da limpeza. Significa que elas só conseguem fazer
tantas coisas em tão pouco tempo com a superficialidade aterradora de atacar
os pontos que os olhos veem e ignorar olimpicamente os demais fora das vistas e corações.
2) Seus produtos de limpeza passam a durar, durar, durar e
durar. Você continua não conseguindo entender porque eles desapareciam como
água no esgoto e o resultado não era lá grandes coisas, apesar de todas as
semanas sair com o carrinho de supermercado dedicado tão somente a bugigangas
de limpeza.
3) Você observa uma baixa assustadora no ecossistema de
aranhas e formigas habitantes da sua humilde mansarda. Claro que há uma
explicação para isso, limpeza profunda e bem detalhada afasta esses bichinhos
infestantes pois combate pela raiz os seus alimentos: pó, fragmentos orgânicos,
ácaros e mofos típicos da imundície.
4) Por falar em limpeza profunda, você descobre que antigas
manchas, que não saiam de jeito nenhum e se perpetuavam através das eras, saem
depois de alguma esfregação com o sem saponáceo. Aí você descobre o ralo por
onde iam seus preciosos produtos de limpeza: é que as faxineiras tentam atacar
a sujeira na base da pressão – jogado sobre as sujeiras muita água misturada
aos químicos. As que se nocauteiam com a pressão, tudo bem, a maioria que não
está nem aí continua reinando em pisos e paredes.
5) Você descobre que seus preciosos panos de limpeza começam
a permanecer no mesmo lugar de onde saiam e sumiam sem deixar vestígios.
6) Você descobre que aquele cheiro nauseabundo que pisos e
louçaria de banheiro irradiavam depois de limpos era causado porque os panos de
limpeza não eram suficientemente trocados durante as tarefas – tudo isso é feito
em nome do menor tempo de trabalho possível é àquela suntuosa superficialidade
já comentada.
7) Você também descobre que aquela fedentina era causada
também pela pouca água trocada no balde. Aí você percebe que aquela água preta
que restava ao final da limpeza, além de agilizar sobremaneira o tempo de
faxina, servia para sujar coisas que deveriam se apresentar limpas ao final da
tarefa.
8) Você descobre que rodos, mops, esfregões e outros utensílios
passam a durar um tempo absurdo porque você os submete a uma rigorosa limpeza
depois da tarefa. Além disso, pelo fato de iniciar a próxima faxina com
utensílios limpos, a possibilidade das superfícies ficarem fedendo por causa da
sujeira incrustrada fica reduzida a zero. Achamos um mop que havia sumido
devido a um problema de fácil solução: estava completamente imundo, por isso
foi escamoteado. Depois de limpo, ele voltou à ativa.
9) Você descobre que o seu aspirador de pó não servia para
nada e trata de arrumar o pequenino que tem (doméstico e imprestável) e comprar
outro (industrial) dotado de eficiência aspiradora gigante, porque agora você
já se considera o verdadeiro inimigo dos ácaros!
10) Ao cabo de alguns meses você se descobre especialista em
desinfetantes, produtos antiengordurantes, detergentes, ceras para piso, aparelhos
elétricos, vassouras, aprende o significado da palavra mop, odorizadores,
adquire proficiência no manejo do hipoclorito de sódio concentrado, aprende a
usar soda cáustica, reconhece os princípios ativos dos bactericidas e avalia a
sua concentração. Ou seja, acaba transformando a história toda numa ciência da
limpeza, coisa que as faxineiras passam uma vida inteira e não assimilam nem
com banda de música. Ao final você se considera feliz pelo conhecimento (apesar
do trabalho do cão) porque o conhecimento é libertador!
Nota final: aqueles limpadores perfumados vendidos em supermercado são produtos baseados na ação de sequestrantes, eles facilitam a limpeza mas não têm propriedade bactericida equivalente à dos desinfetantes. Leia mais sobre o papel dos sequestrantes em Conservantes CMC.
Nota final: aqueles limpadores perfumados vendidos em supermercado são produtos baseados na ação de sequestrantes, eles facilitam a limpeza mas não têm propriedade bactericida equivalente à dos desinfetantes. Leia mais sobre o papel dos sequestrantes em Conservantes CMC.
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