Tive acesso a duas notícias que se complementam: uma aborda
o estresse crescente por conta da disponibilidade ilimitada das pessoas ficarem
online.
Nem férias, nem sexo, muito menos sono escapam da sanha
conectiva. Vejamos o que um usuário surtado fala sobre a sua privação
momentânea de internet em pleno gozo de férias:
BOM DIAAAA FÉRIAAAS \o/To
sem telefone fixo, sem internet e a TIM resolveu que a minha linha seria
desativada nesse FDS (pensa num viciado surtando).
Como o corpo do ser humano não foi feito para ficar ligadão
24 horas, mecanismos de defesa começam a ser acionados trazendo em consequência
abalos significativos na saúde.
A primeira notícia sobre a síndrome do sempre-ligado:
E a segunda notícia vem em decorrência direta do hábito da conexão
extrema. Um cérebro que nunca se acalma, acaba se tornando dependente químico de
substâncias calmantes. E aí começa o reinado supremo do Ritrovil, não só em
meio aos idosos se incapacitaram sob maus cuidados com a saúde, mas grassa nas
novas gerações que perderam a capacidade de desligamento.
Então, vai aí a segunda notícia a enfeixar o círculo vicioso
que estamos vivendo:
Se você me perguntar qual é a solução, sinceramente não sei,
porque a confiança das pessoas nas soluções mágicas da medicina é cada vez
maior. Ao invés de cortar o sal para acabar com a hipertensão, você toma umas
pílulas, ao invés de cortar o açúcar para acabar com o diabetes, você toma
insulina, ao invés de mudar radicalmente o padrão alimentar para erradicar a
obesidade, você embarca numa cirurgia bariátrica, ao invés de optar pelo sexo
seguro, você confia nos coquetéis antivirais.
Mais do que nunca assistimos o recrudescimento do
adoecimento evitável, não só o laboral, como também o comportamental. E não
vejo nenhuma iniciativa real para mitigar o mal pela raiz, só os paliativo das
pílulas “mágicas” e das cirurgias “milagrosas”. Por ora, é o que as pessoas
querem, é o que as pessoas têm.
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