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1 de dez. de 2011

Maravilhosos sistemas dos pianos de cauda: Aliquot da Blüthner

Caso você seja um minucioso apreciador dos sons de piano, notará que alguns modelos da marca alemã Blüthner apresentam uma ressonância bastante peculiar, quase como se estivessem estranhamente desafinados. Trata-se do sistema de encordoamento Aliquot Piano Patent, criado em 1872, e que perdura até os dias de hoje.

Como os luthiers de piano sempre estão procurando novas formas para enriquecer o timbre dos seus instrumentos, esta foi uma maneira engenhosa inventada para criar reverberações extras e adicionar maior vivacidade ao canto natural do piano. Para isso, os artesãos acrescentaram uma 4ª corda para cada conjunto de três cordas nas 3 oitavas mais agudas.

Funcionamento: a 4ª corda vibra empaticamente por ressonância com as cordas da própria nota (afinada com elas em uníssono) e com os tons harmônicos produzidos pelas demais cordas.

Agora, imagine como fica uma música ressonante, como a “Clair de Lune” de Debussy, tocada num piano Blüthner de 1882 dotado de Aliquot patent system!

Para você que está todo assanhadinho em adquirir um Aliquot, saiba que a afinação deste tipo de instrumento é bem mais trabalhosa, portanto, mais onerosa.

Outra música tocada num Blüthner Aliquot de 1896.

Já no mundo real, o Aliquot da Blüthner não goza de tanto prestígio assim, porque as pessoas alegam que a coisa não introduz diferenças significativamente audíveis na sonoridade, exceto no aumento da complexidade construtiva e no preço do produto final e da manutenção. Por meu turno, não gosto da ideia de um piano demasiadamente ressonante, porque ao ter o tom sobrecarregado, torna maçaroquenta uma bela parte do repertório musical que exige grande clareza timbrística, como Bach e Mozart... apesar do tom sobejante ficar divino com os franceses diáfanos; Claude Debussy, Maurice Ravel, Erik Satie... À propósito, La Cathédrale Engloutie de Debussy ficaria divina!

Maiores informações sobre o sistema: Aliquot stringing na Wikipedia

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