Como os luthiers de piano sempre estão procurando novas
formas para enriquecer o timbre dos seus instrumentos, esta foi uma maneira engenhosa
inventada para criar reverberações extras e adicionar maior vivacidade ao
canto natural do piano. Para isso, os artesãos acrescentaram uma 4ª corda para
cada conjunto de três cordas nas 3 oitavas mais agudas.
Funcionamento: a 4ª corda vibra empaticamente por
ressonância com as cordas da própria nota (afinada com elas em uníssono) e com
os tons harmônicos produzidos pelas demais cordas.
Agora, imagine como fica uma música ressonante, como a
“Clair de Lune” de Debussy, tocada num piano Blüthner de 1882 dotado de Aliquot
patent system!
Para você que está todo assanhadinho em adquirir um Aliquot,
saiba que a afinação deste tipo de instrumento é bem mais trabalhosa, portanto,
mais onerosa.
Outra música tocada num Blüthner Aliquot de 1896.
Já no mundo real, o Aliquot da Blüthner não goza de tanto
prestígio assim, porque as pessoas alegam que a coisa não introduz diferenças
significativamente audíveis na sonoridade, exceto no aumento da complexidade construtiva e no
preço do produto final e da manutenção. Por meu turno, não gosto da ideia de um
piano demasiadamente ressonante, porque ao ter o tom sobrecarregado, torna maçaroquenta uma bela parte do repertório musical que exige grande clareza timbrística, como Bach e Mozart... apesar do tom sobejante ficar divino com os
franceses diáfanos; Claude Debussy, Maurice Ravel, Erik Satie... À propósito, La
Cathédrale Engloutie de Debussy ficaria divina!
Maiores informações sobre o sistema: Aliquot stringing na
Wikipedia
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