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15 de set. de 2014

A verdade sobre os Pianos Digitais


Na verdade piano de verdade é de cauda de mais ou menos 1,80 m para cima. Contudo, como o mundo real pode impor severas restrições aos pretendentes, torna-se necessário inovar pelo amor à música. Por isso, os simuladores de pianos vieram a calhar no caminho da democratização, tanto em termos financeiros, portabilidade, facilidade de manutenção, quanto em termos sociais, para os que moram em apartamentos ou com familiares chatos que não suportam Hanon, escalas, nem Czerny e muito menos quando eles repetem mil vezes o mesmo trecho.

Apesar do piano acústico ser insubstituível, se não fosse pelos recursos tecnológicos muita gente estaria sem instrumento, por isso temos que admitir que a maior verdade sobre pianos digitais é colocar no caminho do usufruto musical uma imensa gama de excluídos por várias razões.
No momento de adquirir um Piano Digital (PD) várias dúvidas assaltam os neófitos. E as características técnicas requeridas dependerão do tipo de curso, se for teclado, primará pela quantidade de timbres, ritmos, acompanhamentos e outros recursos específicos, se for piano, veremos os pontos mais importantes.

- Tipo de material das teclas
Só os modelos de PDs mais sofisticados têm teclas de madeira, o que é uma glória, pois aumenta a t0cabilidade, a resposta e a sensação real de peso do piano acústico. Uma coisa importantíssima dos teclados eletrônicos é que há dois padrões de largura das teclas. No padrão teclado clássico a largura é menor, fator que dificulta o dedilhado nas teclas pretas. Felizmente, a maioria dos PDs existentes no mercado vêm com o teclado padrão piano - fuja dos PDs baratos equipados com teclas ocas!
Como nem tudo são flores, o problema dos teclados de madeira é o peso, portanto, prejudica bastante a mobilidade.

- tipo mecânica (action type)
Para os estudantes de piano clássico a mais importante característica de um PD é o mecanismo. Cada marca tem no seu portfólio várias classes de mecanismos, desde os básicos (sem peso) que equipam os pianos digitais mais simples, passando pelos de média  complexidade (teclas com peso de piano - hammer action keys), até chegar aos “graded hammer” ou “progressive hammer action”, que imitam a característica do piano de cauda de aumentar o peso progressivamente das teclas na direção dos graves.

Para quem não vê no dinheiro um problema, a indústria oferece os chamados PDs híbridos, que incorporam integralmente uma mecânica de piano acústico vertical ou de cauda.

- recuo automático do martelo (hammer escapement)
Os pianos acústicos são dotados de um dispositivo mecânico que provoca o recuo do martelo independentemente do comando do pianista tão logo a corda seja percutida. Isto acontece porque, de outra forma, ao invés de continuar soando, o martelo continuaria encostado na corda, o que provocaria tanto o abafamento imediato da nota, quanto a produção de zumbido desagradável. Tal efeito pode ser constado em gravações feitas em Fortepianos antigos. Alguns modelos de PDs simulam através de algoritmos o efeito de recuo do martelo, ou seja, trabalham o pós-toque da tecla, conferindo assim maior sensação de se estr tocando num piano acústico.

- produção de harmônicos por ressonância entre as cordas (sympathetic string resonance)
O vídeo abaixo explica a capacidade de determinados PDs de produzir harmônicos por simpatia entre as cordas apesar deles não terem cordas, analogamente ao que acontece nos pianos acústicos. Nestes, enquanto você segura algumas notas num acorde e toca outras, elas reverberam as cordas liberadas dos abafadores (de acordo com o comprimento de onda), fato que produz uma sonoridade muito mais rica e cheia.


- transdutor por tábua harmônica
Uma das grandes falhas dos pianos digitais é a falta de som visceral, aquele que golpeia o corpo pela barriga e peito, por causa da deficiência de amplificação. Ora, se você for investir posteriormente num sistema de amplificação realmente bom, gastará muito mais do que num bom piano de cauda. Por isso, alguns fabricantes implementaram o transdutor através da tradicional tábua harmônica de madeira presente nos pianos acústicos.

- temperamento
Um dos mais interessantes recursos presentes nos PDs high-end é a possibilidade de escolher entre vários tipos de temperamentos, de acordo com o repertório a ser executado. Aqui vai uma lista de temperamentos e os compositores que mais se adaptam a eles:
1/4 Comma Mean Tone
Frescobaldi
Purcell
Vivaldi
Scarlatti (earlier compositions)?

Werckmeister III; Bach (Rediscovered by Kellner); Handel; Neidhardt
J.S. Bach
C.P.E. Bach
Handel

Modified Mean Tone
Soler
Rameau
Scarlatti (later compositions)
Froberger
Buxtehude

Kirnberger III; Vallotti; Prelleur; YoungI; YoungII;
Haydn (modified mean tone)
Mozart (modified mean tone)
Beethoven
Schubert
Chopin
Weber
Brahms

Equal Temperament
Debussy
Schoenberg
Webern
Stravinsky
Martin
Cage
Stockhausen
Sessions

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