Sobre as arenas que o Brasil construiu em vários recantos
desse imenso país, certamente o tempo pesará a mão sobre elas, assim como fez
com outra ex-sedes extravagantemente pobres como nós. Hoje as nossas estruturas
estão novas, reluzentes e com tudo funcionando, mas ainda não temos ideia do
montante necessário para a sua manutenção e se conseguiremos destinar fartos recursos,
não digo para a ampliação, mas para a sua simples manutenção.
Temos consciência de que somos um país pobre, ou deveríamos
começar a tê-la rapidinho. E a Estônia, um país localizado lá no leste europeu
perto da Finlândia também pode se considerar um país pobre, mais ainda depois
da implosão do império soviético simbolizada pela queda do muro de Berlim em
1989.
Vamos recapitular aqui um pouco do destino de abandono
vivido por uma superestrutura de competição esportiva herdada das olimpíadas de
1980 realizadas na União Soviética. Devido ao fato de Tallinn, capital da
Estônia, ser banhada pelo mar Báltico, recebeu instalações apropriadas para receber as
competições marítimas.
No bojo das instalações necessárias às olimpíadas, Tallinn
ganhou uma sala de concertos de 3 mil lugares, como se pode observar na foto da
época:
Na imagem de hoje, vemos o mesmo piano de concerto Estonia
em estado deplorável, assim como o resto das instalações.
Pelo piano e o
entorno depreendemos que o local não foi completamente abandonado, mas que o
dinheiro para a sua manutenção escasseou ao longo do tempo. Ainda hoje, o
complexo Linnahall continua a ser eventualmente usado, mas sem ter jamais ter readquirido
o esplendor da época do farto dinheiro russo.
Hoje no Brasil vivemos uma utopia semelhante à enfrentada
pelo Linnahall. Temos moderníssimas arenas aparelhadas com as mais sofisticadas
tecnologias, inclusive a arena do Sport Clube Internacional é dotada de gigantescos
nobreaks, além dos geradores de energia reserva convencionais. Foi meio profético isso aqui, acabo de ler que os nobreaks do Beira Rio pifaram durante um jogo. Tão cedo?
- Fabricante será acionado para explicar apagão no Beira-Rio
No futuro, na medida em que a crise econômica global avança implacavelmente, as megaestruturas entrarão pouco a pouco em decadência. Essa é a palavra para o destino que assolou o LinnaHall, não o abandono, mas a decadência que se prolonga e se aprofunda por décadas.
- Fabricante será acionado para explicar apagão no Beira-Rio
No futuro, na medida em que a crise econômica global avança implacavelmente, as megaestruturas entrarão pouco a pouco em decadência. Essa é a palavra para o destino que assolou o LinnaHall, não o abandono, mas a decadência que se prolonga e se aprofunda por décadas.
Ainda não estamos vivenciando o gosto amargo da utopia que
se desmancha no ar, mas brevemente começaremos a forma uma ideia de com quantos
paus se faz uma canoa, ou melhor, quando dinheiro será necessário para manter
as arenas, inclusive aquelas instaladas nos cafundós do Judas, funcionando.
Como prenúncio do nosso futuro, consulte os links abaixo
para tomar ciência dos fatos acontecidos com o LinnaHall.
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