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18 de set. de 2014

Música, quem crer será salvo, que não crer está condenado!



Simetria, beleza, paz, harmonia, são sentimentos abstratos relacionados à música que exigem crença, fervor, entrega praticamente religiosa. Ou você se deixa encantar pela musa, ou se converte em remoedor de engenhocas estéreis.

Recentemente, ao longo de uma discussão com céticos musicais numa rede social, veio-me à tela mental a seguinte imagem: tentar provar a vitalidade da corda vibrante (que anima todos os instrumentos de corda) e da coluna de ar (que anima todos os instrumentos de sopro), é o mesmo que tentar provar a maravilhosidade da luz ao cego de nascença.

O sentido do verbo tocar em música vai muito além da simples execução de um instrumento, pois há o sujeito ativo que toca e se deixa tocar. Eis o grande dilema da música: alegria versus orgulho. A música pode ser uma arena em que se esgrimam egos gigantes inflados de habilidades hereditárias, como também um oásis de humildade e congraçamento, já que abriga a única linguagem verdadeiramente universal desde o erigimento da torre de Babel.

Qual é o sentido da música senão curar? Curar os males que abundam no mundo e nos corações dos homens. Discussões com ateus materialistas me fazem realizar o quanto tenho e quão pouco eles possuem. A arte sem função, constructo meramente intelectual, serve para isso, para se discutir obviedades, discussão impensada entre dois videntes, mas eternamente recorrente quando toca convencer o cego da inefabilidade do raio de luz.

E de novo vem à baila o verbo “tocar”! Tocar e ser tocado, me parece que isso é tudo!

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