Eis que estava comprando 5 chocolates 85% na Cacau Show
quando a vendedora apareceu com a proposta de gastar mais de 50 reais para que
eu concorresse a 1 milhão em barras de ouro. Na verdade faltavam 6 reais para
50, mas dispensei a promoção no ato.
Disse para a vendedora que me recuso sequer a conviver com a
ideia de ganhar, me faz mal a expectativa. Prefiro viver com os pés no chão dos
recursos que disponho, do que andar nas nuvens do sonho fantasmagórico.
Se é certo que não vou ganhar, mais certo ainda é a vã
esperança de repente ser sorteado. O simples ato de preencher um cupom já
representa uma assinatura de contrato com o Diabo, já é a perigosa entrada no
mundo lamacento do jogo.
Eu disse para a vendedora que sou ruim de jogo (sorte no amor?), que se
dependesse de mim Las Vegas iria à falência. Pois assim, graças à minha
incorrigível preguiça de preencher formulários, passei a adotar como filosofia
de vida não preencher cupons de sorteios e tenho sido feliz desde então.
Quando a promoção se dá em termos de comprar 5 barras de
chocolate e ganhar uma, vá lá, é o toma lá dá cá que não faz mal a ninguém.
Acho que o barateamento do preço incentiva mais o consumo das pessoas do que os
sorteios quiméricos, pelo menos pra mim funciona assim.
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