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23 de mar. de 2010

Não viverei sem ti... posto que és eternidade.

Não viverei sem ti,
porque perpassa a todos os instantes
a eternidade das almas gêmeas,
que não se esboroa em corpos,
nem se amarra ao pó da existência.

Os poetas inventaram amor
os humanos dor, e nós
nos transmutamos na poeira dos mundos
achando-nos aqui e acolá.

99 Luftballoons
Enchem-me teus cabelos enquanto esvoam,
despindo-te da sua pele
teu ser me sorri brilho fátuo,
momentaneamente desaprisionado.
É o poeta que a tudo vê sob o ângulo dos anjos
[mesmo que transitório]
aquele que erige musas e viaja nas estrelas,
gesto tresloucado de gente a voar acima da terra
e a rir do pobre futuro.

Mas, como ente fecundo, te doo
a segurança do algodão
e a solidez da nuvem
e o dote da inspiração.
Terás que varar a eternidade
sob este eflúvio tão evanescente
dote de coisa alguma,
que no entanto subsiste
feito respiração,
um nada que os poetas
teimam em chamar de amor.

8 comentários:

  1. Lindo!! muito bonito!!Você é um poeta né? bjs!!

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  2. Os poetas inventaram o amor, os humanos a dor e com a dor veio o odio e a guerra.
    Voce só odeia quando voce ama, cas contrário, nem sentimentos você teria.

    É de sua autoria?

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  3. gordinhas-sexi,
    Obrigado, nas horas vagas sim.

    Iara,
    sim é de minha autoria, poema escrito e entregue como presente neste dia da graça do aniversário da minha Esposa.

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  4. olá isaias

    gostei do poema, muito cheio de sentimentos. mas se você me permite uma sugestão ou crítica, acho que um poema, um verso e uma poesia, uma só imagem que simbolize todo ele já é suficiente, imagens entre os versos desvia-me um pouco a atenção.

    no caso de poesias e poemas acho mais interessante deixar que o leitor ilustre, imagine e deduza sem interferirmos muito nesse processo imaginário.

    é isso.

    Um abraço.

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  5. Lindo poema só quando se ama de verdade se pode escrever tão belas palavras.

    Assina: ROMY

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  6. Um belo poema intimista que apreciei.

    A noção de amor varia de pessoa para pessoa.
    Uma coisa é o amor, outra é relação.
    Estamos apaixonados ou estamos agradecidos por gostarem de nós?
    Será que o outro é alguém junto de quem nos sentimos bem?
    Confesso que não sei o que é a verdade acerca do amor.
    Será que alguém sabe?
    Até que ponto o amor não é a idealização de um outro e de nós mesmos?
    Talvez o segredo seja estar atento ao outro.
    Observar sobretudo que é diferente de nós.

    Só tenho perguntas, não tenho respostas.

    O amor idealizado é o amor conseguido.


    O seu casamento é a prova disso.

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  7. Pessoas,
    eu pensara que poemas fossem intransitivos, mas muito me comove verificar o contrário, que este humilde escrito à minha musa tenha suscitado gostos e apetências.
    Alguns maridos dão Rolls-Royce, outros bugigangas e eu, vagabundo, asperjo sonetos ao vento.
    Todavia, quantas mulheres no mundo recebem poemas? É de se contar nos dedos aquelas que caem nas graças dos poetas.

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  8. O problema disso tudo é não conseguir retribuir na mesma moeda literária.
    Felizmente, posso retribuir com esta coisa insubstanciável e intangível que resumimos em quatro letras: amor.
    Obrigada por existires!

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