Vivemos num mundo cercado de reducionismos e generalizações
por todos os lados, talvez insuflados pela profunda superficialidade que nos
assolou depois que resolvemos as causas dos nossos desconfortos. Se cansamos,
vamos de escada rolante, se subimos, pegamos o elevador, se queremos nos
transportar, vamos de carro, se queremos entorpecer a mente na ilusão da TV,
zapeamos erraticamente o controle remoto, sentados confortavelmente numa
poltrona rodeada de suculenta comida doce/salgada, gordurosa e de valor nutricional
zero.
Graças ao esforço zero proporcionado pelas comodidades da vida
moderna, nos tornamos rasos e generalistas, enfim, um pecado cometido por quem
tem tudo à mão e acaba pecando justamente pelo tédio de não batalhar por coisa
alguma. Eis algumas delas:
Todas as mulheres bonitas são russas.
Todos os carros à venda são de mulheres.
Todos os imóveis à venda de praia são de frente para o mar.
Toda a mulher precisa perder 5 quilos.
Todas as batatas vendidas na estrada são novas.
Todas as mulheres que aparecem vendendo a virgindade na
internet, estranhamente não são putas, mas virgens.
Todos os pianos à venda são alemães.
Todo o gordo acha que come pouco.
Todo o magro acha que come muito.
Todo o rico não se acha suficientemente rico.
Todo o crente quer, essencialmente, salvar a própria pele.
Todo o cético quer ver para crer.
Todos os buracos são do governo.
Toda a nudez será comercializada (modernamente nas infovias).
A burrice das generalizações certamente não está nessas aí
acima, fofas e levezinhas. Ela está nas inomináveis, de natureza racista,
resultantes do ódio étnico e da negação da diferença, enfim, nas que fomentam a
guerra e o ódio no nosso mundo turvado por desavenças de todas as naturezas. Menos
mal que uma jovem da classe média alta foi condenada por propagar que todos os
nordestinos são...
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