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26 de mar. de 2013

Um dia acordei com o filme Inception aos pés da cama

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Um dia desses acordei com uma ideia fixa na cabeça, mais precisamente provinda do filme Inception. Para quem não o viu é impossível explicar do que se trata. Para quem viu e não entendeu é fácil, pois este filme exige compreensão aos pedaços, quase como uma descompactação de arquivo RAR comprimido em partes.

Pois bem, trata-se de um filme de estrutura modal, em que a primeira cena remete ao epílogo. Você só compreende isso quando chega ao fim, porém, tal informação antecipada não chega a configurar necessariamente um spoiler e você entenderá por que.  Contudo, o meu objetivo aqui não é dissecar os conteúdos semióticos da obra (que há muitos), mas explicitar como um roteiro genial produziu um insight na minha visão de mundo, mesmo estando entorpecido pelo sono.

Até em consequência do sono (e é nele que somos assolados pelas melhores sacadas), o leitmotiv essencial do filme mergulhou fundo na minha mente. Ou foi inserido por alguém em algum lugar? Não sei, só sei que acordei com a ficção do filme plasmada. Melhor ainda, eu era a consubstancialização daquela realidade, uma vez que uma ideia muito básica havia penetrado o meu subconsciente e passou a defini-lo.

Por diversos motivos, desde acontecimentos catastróficos até um "insersor" ativo - corroborando o argumento do filme, uma pessoa que, conscientemente ou não, insere um verme mental capaz de finalizar a pessoa – explodiu uma luz no meu subconsciente sobre a inserção que me domina. Ela e o seu elemento motivador, tudo muito simples e cristalino. Claro, acordei atônico porque o processo de autoconhecimento está mais para o descarnar do que para uma epifania.

Se você espera que eu revele a inserção com todos os detalhes, está redondamente enganado, pois este é o tipo de conhecimento de fórum íntimo que merece continuar a ser protegido pela lei do sigilo. Mas o bacana eu revelei, o quanto a nossa vida é pautada por poucas ideias simples, praticamente todas advindas do exterior, que acabam determinando as nossas ações futuras.

Se por um lado, graças às inserções Einstein concebeu a Teoria da Relatividade, Newton formulou a teoria da gravitação universal e Beethoven compôs as suas majestosas sinfonias, por outro, um mendigo se revolve na sarjeta, um cantor em overdose morre afogado no próprio vômito, um viciado em pornografia apaga a chama da existência, uma mulher se vilipendia em cirurgias plásticas. Assim, sendo esse pressuposto fidedigno, enquanto uns encontram a razão das suas vidas, outros a perdem definitivamente. Ahh... também há outros que não perdem e nem ganham, só continuam estagnados, tão somente cumprindo os repetitivos e vazios rituais sociais que levam do nada a lugar algum - apenas grãos de poeira flutuando fugazmente nas correntezas do dia cósmico. 

2 comentários:

  1. Demorei um pouco pra entender qual filme se tratava, mas notei que o título do filme foi o original e não o do Brasil 'A origem'. Via Face pensei que era algum filme do Xico Xavier rsrs.
    Enfim, pude assistir ao filme no cinema e os efeitos áudio-visuais me ajudaram a entender melhor a obra e posso dizer que é um excelente filme. Eu já pensava coisas a respeito do 'eu fui inserido aqui ou ali por alguém!!???' quando entendi realmente o que era Matrix (do filme, claro) mas tive que assistir o animatrix pra entender melhor. A parte mais legal no filme é que ele, tanto quanto no Matrix, nos remete a questionamento sem resposta definida. Eu já tive dois sonhos dentro do sonho, e muitos locais e momentos que nunca estive fisicamente, mas há coisas que eu nunca fiz (como destruir paredes sem me ferir =/ )

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    1. Sinceramente, detesto a adaptação do título original que fizeram aqui, "Origem" não bate com coisa alguma do filme.

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