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9 de mai. de 2013

Como reconhecer os períodos das artes na estética dos pianos

Conhecer os meandros da história das artes é um dos passatempos que você pode cultivar num dia chuvoso, mais ainda, saber como reconhecer a época de um piano só pelo jeitão é um prazer que pode ser degustado quando alguém, por exemplo, visita um museu de instrumentos musicais antigos como o Kunsthistorisches Museum (Museu de História da Arte) de Viena e consegue "ler" neles as imbricações históricas. Pena que em 2008 eu não sabia o que sei hoje...

Rococo (século XVIII)
O espartanismo exibido pelos primitivos pianos cedeu lugar a refinamentos. Mantendo a tradição da confecção de cravos, os pianos ganharam elaboradas pinturas feitas à mão nas caixas e tampos. Este estilo diferencia-se do próximo período no que tange à leveza, pois tais pianos eram inteiramente confeccionados em madeira.

Gótico ou aristocrático (Século XIX)
Se no princípio os pianos eram finos e delgados como os cravos, posteriormente eles foram se encorpando, na medida em que adentraram aos ricos salões da aristocracia europeia. São pianos facilmente reconhecíveis pelo aspecto pesadão e carregado de ornamentações. O gênero gótico foi consagrado no cinema de horror e no seriado televisivo Família Adams. O pianista Liberace manteve durante sua carreira uma especial predileção por pianos do tipo "Conde Drácula" como este:

Art Nouveau (1890 a 1910)
Poucos exemplares neste estilo restaram. Eles são caracterizados pela assimetria, linhas sinuosas e ornamentação já não tão densa quanto o gótico.

Art Déco (décadas de 20 e 30)
É verdadeiramente o estilo mais reconhecível à primeira vista. Consiste no diálogo incessante entre quadratura e curvatura. Os pianos construídos nesse estilo apresentam linhas despojadas, encadeamento ou empilhamento de figuras geométricas retangulares no corpo e preferência pelo acabamento curvo.

Modernismo (década de 30 em diante)
Os traços modernistas são facilmente reconhecíveis pelas linhas austeras e retas, extremidades finas e redondas e preferência pelos volumes triangulares.

Bauhaus (período inter-guerras)
As linhas retas e nuas dominam esse estilo, já que a sua concepção se baseia no conceito de arte funcional ou construtivista. A tendência Bauhaus floresceu no período inter-guerras como uma das derivações do modernismo. O caso do piano da foto é uma coisa engraçada, trata-se realmente de um desenho inspirado nas linhas do movimento Bauhaus, mas o uso de cores primárias é de inspiração das pinturas do pintor holandês Piet Mondrian, um minimalista. Acredite se quiser, esse piano singelo custa 36 mil reais!

Minimalismo (Década de 90 em diante)
Percorremos a turbulenta história do design de pianos desde a riqueza de curvas, circunvoluções e filigranas, para terminarmos no expurgo de todo o supérfluo, só restando as linhas absolutamente necessárias à consecução de um objeto de música. Estamos falando do Minimalismo, uma tendência que estourou na década de 90 e se propaga até hoje.
A marca alemã Sauter, fabricante de pianos premium, nos brinda com um modelo de grand piano concebido no estilo Minimalista.

Futurismo (daqui para frente)
Como será o piano do futuro? É isso que cotidianamente se perguntam os designers de pianos, até que, alguns dele têm a extrema felicidade de participar de um projeto de prospecção do futuro. O vídeo no link acima exibe o resultado da cooperação entre a famosa grife francesa de pianos Pleyel e a montadora de veículos Peugeot. Naturalmente, como a essência da empreitada não se concentrou exclusivamente na feitura do instrumento perfeito, não podemos esperar sonoridades ao nível da excelência.

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