PH Piano designed by Poul Henningsen now manufactured by Blüthner |
Infelizmente, em língua portuguesa existe pouco material
sobre os tipos de pianos e seus tamanhos e as poucas informações são dispersas.
Assim, no intuito de munir estudantes e pianistas de dados imprescindíveis na hora de eleger um piano para ser amado, compilei todos
os tipos de modelos segundo os tamanhos (acompanhados das medidas imperiais,
porque elas são usadas nos pianos importados), juntamente com os prós e
contras de cada um.
A principal característica aquilatadora da qualidade de um
piano fica por conta do comprimento das cordas. Quanto maiores são, menos
grossas elas serão, portanto, menos rígidas e menos propensas a introduzirem distorções harmônicas.
Nos pianos verticais, a dimensão das cordas é mensurada pela altura de instrumento, enquanto nos horizontais é pelo comprimento.
Nos pianos verticais, a dimensão das cordas é mensurada pela altura de instrumento, enquanto nos horizontais é pelo comprimento.
Tipos de Pianos Verticais
Espineta (Spinet)
Altura: 89 – 94 cm (35” – 37”)
Descrição: solução adotada pelos
fabricantes nos anos 30 para abastecer de pianos grande parte da população dos
EUA empobrecida pela grande depressão. Trata-se de um piano vertical
extremamente pequeno e barato, consequentemente, apresenta profundidade tonal e
volume sonoro bem ruins.
Prós: dependendo do espaço da
residência e/ou da disponibilidade orçamentária, às vezes é a única opção da
pessoa ter um piano acústico.
Contras: devido à altura extremamente
reduzida, este piano é dotado de sistema de mecanismo de acionamento indireto, ou
seja, ele se localiza abaixo da linha do teclado. Isto significa que além da
pouca sonoridade, o pianista enfrenta uma mecânica pouco sensível. Com o
advento dos pianos digitais, a produção de Espinetas praticamente se extinguiu.
Consolette
Altura: 95 cm – 99 cm (38” – 39”)
Quase idêntico ao tipo Espineta, só que de formato um pouco
mais retangular. Como também possui o sistema de acionamento indireto, apresenta as mesmas
desvantagens do tipo Espineta.
Console
Altura: 100 cm – 114 cm (40” – 45”)
Descrição: É um piano equipado com mecanismo de acionamento
direto (localizado acima da linha do teclado), fato que facilita grandemente a
transmissão da força originada nas teclas. Muito popular desde os primórdios do
século XX, este tipo continua sendo o mais vendido até hoje.
Prós: baixo custo e tamanho extremamente adaptável a espaços
pequenos sem, contudo, sacrificar demasiadamente a sensibilidade do toque e o
volume sonoro.
Contras: Naturalmente, devido ao menor comprimento das
cordas, o timbre carece de profundidade e, devido ao fato da localização do
mecanismo muito próxima ao teclado, a mecânica não apresenta o mesmo conforto e
precisão encontráveis em modelos maiores.
Apartamento ou Estúdio (Studio)
Altura: 110 cm – 121 cm (44” – 47”)
Descrição: O nome se justifica porque normalmente estes
modelos são escolhidos por estúdios de gravações, devido ao tamanho otimizado e
ao bom desempenho acústico. Os pianistas de apartamento também acabam optando
por este tipo.
Prós: muito bom desempenho sonoro.
Contras: ainda não é o piano ideal para quem deseja usufruir
a máxima sonoridade possível de se obter num piano vertical.
Profissional (Professional)
Altura: 122 cm – 152 cm (48” – 60”)
Descrição: Hoje, somente alguns modelos muito antigos
ultrapassam a altura de 132 cm. Pianos deste tamanho podem ter maior potência
sonora do que pianos de cauda pequenos.
Prós: excelente volume sonoro e excelente sensibilidade dentro
das limitações impostas pela estrutura verticalizada do mecanismo.
Contras: apesar de você ter um piano com tamanho (132 cm) de
cordas igual um de ½ cauda (vide quadro abaixo), ele apresentando um som de
caixão. Tudo porque as suas cordas estão confinadas dentro do gabinete e a
parte traseira da tábua harmônica tradicionalmente é aposta contra uma parede.
Ademais, os pianos verticais não possuem o sistema de duplo
escape característico dos pianos de cauda, que permite a repetição rápida
da nota sem que a tecla esteja totalmente baixada.
Quadro demonstrativo da equivalência de tamanho de cordas
entre pianos verticais e de cauda:
¼ Cauda Crapô de 150 cm (4' 11") equivale a um vertical Espineta de 91 cm (36");
¼ Cauda Baby Grand de 160 cm (5' 3") equivale a um vertical Console de 107 - 114 cm (42-45");
½ Cauda Médio de 170 cm (5' 7") equivale a um vertical Estúdio de 121 cm (48");
½ Cauda Parlour de 180 cm (5' 11") equivale a um vertical Profissional de 132 cm (52").
Já houve pianos verticais maiores do que 132 cm, mas foram
abandonados devido a problemas de ajuste de massa do mecanismo. Nos pianos
menores, é possível incrementar o tamanho das cordas através do aumento do
ângulo de inclinação das cordas, recurso chamado de “cordas cruzadas” usado
pelo projeto de escala de todos os pianos modernos. Porém, isto aumenta a
largura do piano e torna mais complexo o projeto do mecanismo.
Pianola (Player Piano – Player Piano Rolls – Auto Piano)
Descrição: Antes do advento do fonógrafo e das gravações, a grande
chance das famílias ouvirem música era ter um pianista em casa, ou na falta
dele, adquirir um piano que tinha um mecanismo eletromecânico de rolo, que
tocava as músicas previamente gravadas num rolo de papel.
Prós: dispensa pianista.
Contras: apesar de custar mais do que os pianos verticais
comuns, produz um som débil e tremeluzente parecido com um “piano de faroeste”.
Além disso, as geringonças mecânicas necessárias para tocar o rolo complicam a
afinação e a regulagem, fato que eleva os custos de manutenção.
Híbrido acústico/digital (PianoDisk)
Descrição: Alguns modelos, tanto de pianos verticais quanto
horizontais, oferecem o recurso de reprodução automática a partir de arquivos
digitais MIDI. Por terem toda a parte acústica concomitante com o aparto de
piano digital, tais equipamentos são extremamente caros. Isto significa que se um
Disklavier da Yamaha de ¼ de cauda na versão acústica custa aproximadamente 28
mil reais, na versão equipada com o recurso PianoDisk salta para 68 mil reais.
Portanto, é um equipamento destinado ao nicho de mercado profissional.
Prós: pode ser usado em apartamento à noite sem incomodar o vizinhos, pois basta
desligar a parte acústica e tocar usando somente a parte digital e usando fones
de ouvido.
Contras: custa mais do que um belo piano de cauda bem maior.
Híbrido digital/mecanismo de piano acústico (Hybrid Piano)
Descrição: Mesmo que não seja um instrumento acústico, ele se apropria de um componente chave do piano.
O principal problema dos pianos digitais, mesmo os modelos Clavinova da Yamaha, é o seu mecanismo. Apesar serem equipados com teclas pesadas imitando as do piano, a sensação de estar tocando num piano de verdade nunca é completa. Para resolver este entrave, os fabricantes criaram um tipo de instrumento que utiliza a parte mecânica do piano de cauda. Contudo, os martelos não chegam a acionar cordas que não existem, ao invés disso eles excitam sensores de movimento que transformam o toque virtual em impulsos elétricos.
O principal problema dos pianos digitais, mesmo os modelos Clavinova da Yamaha, é o seu mecanismo. Apesar serem equipados com teclas pesadas imitando as do piano, a sensação de estar tocando num piano de verdade nunca é completa. Para resolver este entrave, os fabricantes criaram um tipo de instrumento que utiliza a parte mecânica do piano de cauda. Contudo, os martelos não chegam a acionar cordas que não existem, ao invés disso eles excitam sensores de movimento que transformam o toque virtual em impulsos elétricos.
Prós: por ser um instrumento digital, não precisa de
afinação. Equipamento procurado por quem, mesmo enfrentando severas limitações
de espaço, quer usufruir de um instrumento que transmite a ambiência exata de um
piano de cauda.
Contras: custo extremamente elevado e os sons, mesmo que
sejam perfeitamente sampleados, jamais recriam inteiramente a riqueza harmônica
do instrumento acústico.
Tipos de Pianos de Cauda
¼ de Cauda - Crapô – Mignon (Petite Grand)
Descrição: O menor dos pianos de Cauda, graças a Deus, está
em extinção porque é uma bomba de três patas!
Prós: custo e tamanho reduzido podem ser as suas únicas
vantagens relativas.
Contras: o tamanho das suas cordas equivale ao menor dos pianos
de armário, do tipo Espineta. Por isso, você não pode esperar de um Crapô nada
mais do que uma bela peça de decoração pode oferecer.
¼ de Cauda (Baby Grand)
Descrição: Todos estes pianos de cauda pequenos tem algum
crime no seu passado, explico, eles tendem a apresentar problemas cíclicos,
crônicos e insolúveis, seja nos pedais, na falta de sensibilidade do teclado,
na falta de profundidade dos graves, na estridência e artificialismo dos
médios, na deficiência dos agudos, etc. Portanto, engana-se quem pensa que o
simples fato de adquirir um piano de cauda resolve todos os seus problemas.
Prós: preço bem mais baixo do que pianos de cauda maiores.
Eventualmente, é o único modelo possível de ser instalado num apartamento.
Contras: os fabricantes não se limitam a fabricar um piano
de cauda menor, uma vez que eles reduzem a qualidade dos componentes, na mesma
medida em que barateiam o preço final. Portanto, por trás de um pequeno Baby
Grand sempre haverá grandes problemas, mesmo que seja um Steinway.
½ de Cauda Médio (Medium Grand)
Comprimento: 170 cm – 174 cm (5’ 7” – 5” 8”)
Descrição: os problemas crônicos do Baby Grand começam a ficar
para trás, mas o preço se torna mais salgado. É um tamanho de piano bastante
interessante para alegrar a sala de uma casa que se preze.
Prós: excelente relação custo benefício e boa fidelidade
timbrística.
Contras: custo elevado e tamanho que não se adapta com tanta
facilidade a qualquer lugar.
½ cauda (Parlour Grand)
Comprimento: 175 cm – 199 cm (5’ 9” – 6” 52’)
Descrição: é o tamanho ideal de piano para famílias de
respeito! Esta é a faixa de tamanho adequada para brindar residências que tenham
um grande espaço que pode ser destinado à música.
Prós: como este tamanho não se ressente das limitações
impostas pelas leis da física típicas de tamanhos menores, é a faixa ótima
tanto para o pianista recreativo, quanto para o profissional.
Contras: custo elevado e ocupa muito espaço para ser
instalado em apartamento.
¾ de cauda – semi-orquestral (Semiconcert or Ballroom)
Comprimento: 200 cm – 227 cm (6’ 53” – 7’ 45”)
Descrição: tamanho de piano que pode ser pensado para
equipar uma sala pequena de concerto.
Prós: são modelos extremamente bem construídos e recebem os
melhores projetos de escala.
Contras: alto custo, longe das possibilidades de posse dos
comuns mortais. Além disso, é um tamanho que começa a apresentar algumas
restrições ao uso em residências devido à grande potência sonora.
Orquestral (Concert Grand)
Comprimento: 228 cm – 300 cm (7’ 46” – 9’ 84”)
Descrição: conforme o próprio nome diz, é um piano que se
destina a atender às grandes salas de concerto e se sobrepujar à orquestra.
Prós: é o instrumento que apresenta a menor taxa de inarmonicidade entre todos
os tamanhos de piano. Logo, os seus sons são puros e cristalinos em toda a gama
da sua tessitura.
Contras: não bastasse o altíssimo custo, que pode se elevar
a centenas de milhares de dólares, há o inconveniente do grande volume sonoro, que se
já acontece no modelo de ¾ de cauda, radicaliza-se neste tamanho. Portanto,
mesmo que o pianista toque num modelo orquestral com o tampo fechado, ficará
surdo ao cabo de algum tempo, se o instrumento estiver confinado num espaço restrito.
Referências
Não aguento mais essa conversa de pianos!
ResponderExcluirAgora entendo o sucesso que o violão faz.
ResponderExcluirConseguir um violão excelente também não é tarefa nada fácil. A grande maioria dos que são vendidos por aí a 300 pilas não servem nem para tambor.
ExcluirQual o melhor tipo de piano para quem quer tocar clássicos? Sem pensar no preço e sim na qualidade do piano. Um piano clássico que seja bom. Vc sabe informar?
ExcluirFico agradecido pelas informações precisas e altamente tecnicas. Muito ajudam na decisão da compra.
ResponderExcluirSinto-me lisonjeado que o Blog tenha te servido.
ExcluirMuito boas as explicações. Parabéns!
ResponderExcluirrealmente exelente,agora não passo mais vergonha em conversa de pianista.
ResponderExcluirMuito bom. Parabéns!
ResponderExcluirMas com toda a evolução da tecnologia moderna poder-se ia sim, fabricarem pianos menores e com boa sonoridade.Mas os tabus relativos a esses instrumentos, assustam quem desejasse investir num empreendimento desses que restringem muito qualquer inovação...
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