Ninguém duvida que pertencemos à civilização do orgasmo,
onde aparentemente toda a vida tem uma só função: atingir o orgasmo, de
preferência múltiplo. Entretanto, será que o orgasmo é a meta final ou apenas
um curto circuito para a infelicidade?
Quando a sociedade passou a exigir o orgasmo como prova de
pessoa resolvida, as primeiras vítimas foram as mulheres. Sob pena de rótulos
assustadores, tais como frígida e recalcada, a mulher busca desesperadamente chegar
ao estado orgástico, mesmo para que para isso tenha que fingir, em suma, mentir
descaradamente para entrar no time das mulheres que sabem aproveitar a vida*.
Já os homens que não têm como fingir, já que o produto do
orgasmo deles é palpável e viscoso, para eles o furo é mais embaixo, uma vez
que toda a relação deve obrigatoriamente acabar em orgasmo, ou o sujeito será
qualificado de brocha e outros adjetivos mais desabonadores.
Diz-se que a energia da paixão perdura dois anos no casal e
o resto do tempo a coisa vira amizade e companheirismo, se é que não vira uma
brigaçada interminável. E a razão disso é muito simples: os casais se acabam
literalmente na medida em que seus orgasmos se arrefecem. O homem perde
elementos anímicos imprescindíveis a cada ejaculação e a mulher acumula
frustrações, por um lado, se não consegue atingir o orgasmo e por outro se atinge,
em consequência das progressivas perdas de energia similares às sofridas pelo
homem.
Assim, o casal que renuncia ao orgasmo em nome do prazer
mais sublime e duradouro, tem seus 2 anos de paixão multiplicados ad infinitum, bônus por preservarem
íntegras as suas capacidades físicas e psíquicas. Isto acontece porque preservar
a energia e sublimá-la é uma especificidade humana, enquanto a sua pronta dissipação
é uma característica animal – pois são fadados a nascerem, reproduzirem-se e
morrerem.
É bom lembrar que a incessante busca pelo orgasmo cada vez
mais intenso leva as pessoas ao vício
por sexo, pornografia,
pedofilia,
zoofilia, masturbação.
Assim, este blog oferece um contraponto à ditadura da maioria, à “verdade” propagada
de que nascemos predestinados a chafurdar como animais, não obstante carregarmos
no nosso âmago a centelha do livre arbítrio, fato que nos torna únicos na
escala zoológica.
* muitas delas enganam os homens ingênuos que não conhecem
os intensos espasmos causados pelo orgasmo nos músculos circunvaginais. A
mulher que consegue simular isso, só se for praticante do pompoarismo.
Ola Paedia, voce poderia indicar algum lugar aonde pode-se aprender mais sobre o assunto?
ResponderExcluirDesde ja, grato!
Há muitas referências na internet sobre o problema do orgasmo. Particularmente, aconselho a leitura desse livro:
Excluirhttps://docs.google.com/open?id=0B7KlWNDe_8FvZDQwNzU4MGYtZTM4MS00MjkzLTlkODItNzg0NDY0YjViMTk3
Tem um lado interessante a respeito de não tomarmos o orgasmo como parâmetro final de qualquer coisa, é muito bom e acho que uma consequência natural e não obsessivamente obrigatoria, na verdade tudo que chega a esse tipo de generalização e excesso é prejudicial, não só o orgasmo. Por outro lado, essa ideia de não liberar energia me pareceu tanto Evolucionismo Bio-Social do século XIX, rs, discordo totalmente, me lembrou uma palestra que assisti uma vez sobre um grupo que pregava exatamente isso, não liberar a energia em vão, até a masturbação é citada inclusive com ares de prejudicial ou que seja algum mal praticá-lo, pois bem, discordo totalmente dessa visão, os tomo, tanto o orgasmo como a masturbação, como hábitos saudáveis humanos, de qualquer forma, cada um toma pra si o que desejar.
ResponderExcluirAbraço