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7 de abr. de 2012

Liberte-se da ditadura do Orgasmo!


Ninguém duvida que pertencemos à civilização do orgasmo, onde aparentemente toda a vida tem uma só função: atingir o orgasmo, de preferência múltiplo. Entretanto, será que o orgasmo é a meta final ou apenas um curto circuito para a infelicidade?

Quando a sociedade passou a exigir o orgasmo como prova de pessoa resolvida, as primeiras vítimas foram as mulheres. Sob pena de rótulos assustadores, tais como frígida e recalcada, a mulher busca desesperadamente chegar ao estado orgástico, mesmo para que para isso tenha que fingir, em suma, mentir descaradamente para entrar no time das mulheres que sabem aproveitar a vida*.

Já os homens que não têm como fingir, já que o produto do orgasmo deles é palpável e viscoso, para eles o furo é mais embaixo, uma vez que toda a relação deve obrigatoriamente acabar em orgasmo, ou o sujeito será qualificado de brocha e outros adjetivos mais desabonadores.

Diz-se que a energia da paixão perdura dois anos no casal e o resto do tempo a coisa vira amizade e companheirismo, se é que não vira uma brigaçada interminável. E a razão disso é muito simples: os casais se acabam literalmente na medida em que seus orgasmos se arrefecem. O homem perde elementos anímicos imprescindíveis a cada ejaculação e a mulher acumula frustrações, por um lado, se não consegue atingir o orgasmo e por outro se atinge, em consequência das progressivas perdas de energia similares às sofridas pelo homem.

Assim, o casal que renuncia ao orgasmo em nome do prazer mais sublime e duradouro, tem seus 2 anos de paixão multiplicados ad infinitum, bônus por preservarem íntegras as suas capacidades físicas e psíquicas. Isto acontece porque preservar a energia e sublimá-la é uma especificidade humana, enquanto a sua pronta dissipação é uma característica animal – pois são fadados a nascerem, reproduzirem-se e morrerem.

É bom lembrar que a incessante busca pelo orgasmo cada vez mais intenso leva as pessoas ao vício por sexo, pornografia, pedofilia, zoofilia, masturbação. Assim, este blog oferece um contraponto à ditadura da maioria, à “verdade” propagada de que nascemos predestinados a chafurdar como animais, não obstante carregarmos no nosso âmago a centelha do livre arbítrio, fato que nos torna únicos na escala zoológica.

* muitas delas enganam os homens ingênuos que não conhecem os intensos espasmos causados pelo orgasmo nos músculos circunvaginais. A mulher que consegue simular isso, só se for praticante do pompoarismo.

3 comentários:

  1. Ola Paedia, voce poderia indicar algum lugar aonde pode-se aprender mais sobre o assunto?

    Desde ja, grato!

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    1. Há muitas referências na internet sobre o problema do orgasmo. Particularmente, aconselho a leitura desse livro:
      https://docs.google.com/open?id=0B7KlWNDe_8FvZDQwNzU4MGYtZTM4MS00MjkzLTlkODItNzg0NDY0YjViMTk3

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  2. Tem um lado interessante a respeito de não tomarmos o orgasmo como parâmetro final de qualquer coisa, é muito bom e acho que uma consequência natural e não obsessivamente obrigatoria, na verdade tudo que chega a esse tipo de generalização e excesso é prejudicial, não só o orgasmo. Por outro lado, essa ideia de não liberar energia me pareceu tanto Evolucionismo Bio-Social do século XIX, rs, discordo totalmente, me lembrou uma palestra que assisti uma vez sobre um grupo que pregava exatamente isso, não liberar a energia em vão, até a masturbação é citada inclusive com ares de prejudicial ou que seja algum mal praticá-lo, pois bem, discordo totalmente dessa visão, os tomo, tanto o orgasmo como a masturbação, como hábitos saudáveis humanos, de qualquer forma, cada um toma pra si o que desejar.

    Abraço

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