Uma proposta, a princípio estapafúrdia, dá o que pensar se
levamos em conta os prejuízos causados por essa substância que está arrasando os
4 cantos do mundo. Reproduzo aqui um artigo publicado na Revista Ciência Hoje
número 290 de Março/2012 que aborda as conclusões de 3 pesquisadores americanos
sobre a necessidade dos governos passarem a exercer severo controle sobre o
elemento desencadeador do pior vício da história.
Embalagens de produtos que
oferecem risco à saúde infantil trazem alertas como “Manter longe do alcance de
crianças”. Três pesquisadores – em um comentário publicado em Nature (02/02/12) – propõe algo do
gênero para uma substância que, segundo eles, é tão tóxica quanto o álcool e,
portanto, deveria ser regulada. Dizem que a vilã está por trás das grandes
doenças matadoras da humanidade.
Desafio ao leitor: qual
substância?
O controle deveria ser
semelhante ao exercido pelo governo no caso do tabaco, do álcool e de outras
drogas maléficas para a saúde. Sugestões dos autores, pesquisadores da Universidade
da Califórnia, em São Francisco (EUA): aumentar impostos, dobrar o preço,
reduzir o número de locais de venda, controlar horários de comercialização, determinar
idade mínima para a compra – 17 anos, escreveram eles-, incluindo na lista
bebidas que tenham em sua composição a malfeitora da hora. Sem comerciais de TV.
Mais dois principais pontos
destacados no comentário: i) a substância está ligada a várias doenças não
infecciosas e que não precisam ser comunicadas às autoridades de saúde pública;
ii) os efeitos dessa molécula são similares aos do álcool no organismo – por sinal,
há um “parentesco” entre as duas substâncias.
Para o álcool, há quatro
critérios hoje aceitos pela comunidade de saúde pública: i) largamente
disponível – ao longo da evolução, o ser humano só tinha acesso à tal
substância em certas épocas do ano; ii) tóxico – a tal substância, dizem os
autores, está na base de problemas cardíacos, câncer, diabetes, infarto,
hipertensão, aumento dos triglicerídeos, envelhecimento, danos ao fígado e
pâncreas; iii) potencial para o abuso – a tal substância responde por até um
terço das calorias ingeridas no mundo; iv) impacto negativo na sociedade – a tal
substância, escrevem Robert Lusting, Laura Schmidt e Claire Brindis, dá
prejuízos astronômicos nos EUA, por exemplo, onde, por problemas diretos ou
indiretos causados por ela, perdem-se US$ 150 bilhões em saúde pública.
Eles reconhecem que a empreitada
que propõem é hercúlea, dado o poder da indústria nesse setor. Mas guardam
esperança, porque, dizem, isso foi feito – não sem esforço, obviamente – para o
caso do banimento do tabaco, para a venda de preservativos em banheiro
públicos, bares, danceterias e boates, uso de airbags em veículos, etc.
O consumo dessa substância
triplicou no último meio século – mesmo assim, ela é responsável por boa parte
da má nutrição mundial. E da epidemia planetária da obesidade.
Os autores finalizam com a
seguinte frase: “É hora de voltarmos nossa atenção para o açúcar”. Entenda-se
como açúcar qualquer substância que tenha em sua composição a molécula de
frutose – sim, o açúcar das frutas. O título traduzido do comentário é “A
verdade tóxica sobre o açúcar”.
MINHA CRÍTICA AO ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA CIÊNCIA HOJE:
É temerário reduzir a questão simplesmente à molécula de
frutose, pois isto reforçaria a natural rejeição que crianças e adolescentes
modernos têm contra as frutas, notórias e abundantes fontes de frutose.
O grande problema persistente no âmago do maior vício da
história se chama açúcar branco refinado, que é resultante da união da
molécula de frutose com a de glicose. Não importando a origem do açúcar, pode
ser de cana, beterraba, ou milho, o fato dele ser apresentado na sua forma mais
pura e isolada das outras substâncias nutritivas presentes na planta originária,
torna-o uma droga poderosa que produz sensações prazerosas incríveis.
Assim, não podemos colocar na vala comum todos os adoçantes
que contém frutose tais como melado, açúcar mascavo, mel etc., porque tais
substâncias não gozam de grandes favores entre os doceiros por alterarem a cor
dos alimentos e introduzirem sabores estranhos. Os alimentos que contém a
frutose industrializada não entram no cômputo do vício porque, devido ao dulçor
reduzido, não gozam de grandes simpatias entre os amantes de doçuras.
o que seria do mundo sem o açucar.
ResponderExcluirFalta ensinarem aos pobres mortais(estou aqui) o que usar em vez de açúcar.
ResponderExcluirUma xícara de café com...? Açúcar não pode, adoçante não pode. O que pode?
E se até frutose fizer mal, lascou.
Tudo depende do freguês, quem está sob restrição calórica não pode usar nada para adoçar, acostume-se a tomar café sem adoçantes, melhor ainda, contente-se com menos café ao longo do dia.
ResponderExcluirJustamente a crítica contra o artigo é que a frutose (não a sacarose) não é a grande vilã, já que o seu poder adoçante é bem menor.
Incrível essa matéria, inclusive eu já ouvi muitas outras coisas a respeito do produto mencionado acima. Eu diminuí consideravelmente o uso do mesmo,substituindo por outros produtos e estou me sentindo bem melhor, inclusive cheguei até a emagrecer e diminuí o uso do café-tomava por volta de uma garrafa térmica por dia, agora, com a diminuição do açúcar chego a tomar uma ou duas xícaras por dia, mudei minha qualidade de vida e isso é muito bom.
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