
Ora, o formato Weblog, surgido no apagar das luzes de 1997, veio para suprir o hiato nas mídias internéticas, que não contemplavam o conteúdo de cunho pessoal. Lembremos que era o tempo dos Sites estáticos e que permaneciam imutáveis ao longo dos anos. E grande expoente dessa época foi o Geocities, um megaportal de páginas pessoais comprado por bilhões de dólares pelo Yahoo e que nove anos depois teve que ser fechado porque o seu tempo já havia passado.
Hoje os Blogs, criados com o único propósito de servir como diários pessoais online já não comportam tal conteúdo por força da emergência impressionante das mídias sociais: Orkut, FaceBook, MySpace, Twitter, Meme, Sonico, etc., sem falar no fascínio exercido pelos instant messengers.
Assim, ao longo da sua curta existência a blogosfera, que até 2006 pululava de vida, hoje sofre a fadiga do Diário Pessoal e o reflexo disto foi muito bem compilado pela Rosana no seu vídeo, uma sequência de desabafos no Twitter sobre a situação de blogueiros que estão escrevendo pouco ou nada e recebendo quase nada de comentários, portanto, caindo em termos de relevância nos rankings.
Quando foi criado o Weblog, as Redes Sociais ainda não haviam sido inventadas, mas no momento em que elas estão aí cativando os corações, se tornou imperativa a questão: por que publicar impressões pessoais num Blog, quando isso pode ser feito muito mais facilmente no Twitter?
Então, os blogueiros em crise se perguntam: “E se eu escrevesse no blog como escrevo no Twitter?".
Devido ao conflito Redes Sociais X Blogs, muitos blogueiros tem entrado em falência inspiracional:
“Então eu descobri que meu suposto bloqueio criativo me impede de escrever comentários também. Ultimamente eu tenho lido textos, textos que gosto, inclusive, e não sai nada que preste. Quando muito, um elogio sincero, assim, mas a relevância – palavra, aliás, tão em voga, não? – é a mesma de tantos milhares de "gostei do texto" por aí.” [Bruno Guedes & Toupeiras].
Bingo! Será um indício da tão propalada morte do Weblog? Sim, o falecimento do Blog como Diário Pessoal foi anunciado há algum tempo, faltam apenas as exéquias. Paralelamente ao assédio promovido pelas Redes Sociais, os Blogs foram invadidos por propostas bem mais consistentes do que o antigo princípio norteador do Weblog.
Assim, num campo coalhado de mortos e feridos, os sobreviventes terão que transcender à mesmice e superar leniências semânticas como esta:
“nosssa eu naum agento mais os emos naum aguento cara eunaum to agenteando mais eu chego as epesoas pergunta qq se ouve ai eu digo rock os cara fala aff se e emo vo sai daqui ai eu fico assim papum cara ja dexei de pega meninas bonitas por causa desses emos q conseguiram fazer as pessoas axarem q emocore e rock eu naum ro conseguindo me segurar c eu ver um emo eu nem sei qq eu faço axo q eu vo agredi o cara sem motivo por isso eu preciso de toda ajudas de voces q tb naum aguentam mais eu vo criar uma comunidade no orkut movimento o anti-emo e eu e como no orkut td mundo tem eu qr q isso chegue a ser uma revolta pq emo naum e rock por isso juntando a foça de todos vcs q participam dessa categoria eu qr q vcs participem por favor se os emos continuarem falando q sao rockeiros eua axo q eu vo fazer como hittler fez com os judeos pq eu naum to me segurando mais cara qm axa o msm eu daqui a pouco vo por o link da comu eu preciso da ajuda de todos vcs e vao promovenmdo e falando para os amigos” [Sic et simpliciter].
Só para não absolutizar a morte de qualquer coisa, transcrevo o comentário de uma leitora publicado no artigo Techmeme e a morte dos blogs: “Com o tal relativismo pós-moderno, em que "não se posicionar é a forma mais radical de tomar partido" (Teca Chaves) fica cada vez mais difícil declarar a morte de alguma coisa."
Leia maiores detalhes da História do Weblog na Wikipédia.