O recente crime ocorrido aqui perto na cidade de Nova
Petrópolis, município da região da Serra do Rio Grande do Sul*, somente
reforçou as minhas suspeitas; possuir um dos carros mais cobiçados do mercado
não chega a ser um dos melhores conselheiros para a sobrevivência nas nossas cidades caóticas. Um rapaz
trafegava na madrugada numa plácida cidadezinha interiorana, quando o seu Golf
foi atingido por disparos de fuzil desferidos por bandidos que recém haviam
explodido um caixa eletrônico.
Aí eu me pergunto: o que teria acontecido se o rapaz tivesse
surgido na cena do crime com um modesto carro mil? Talvez, os bandidos não o tivessem
cobiçado e ele poderia estar vivo e em paz com a sua família. Este pequeno
episódio ilustra a aspereza dos nossos dias: se de um lado estamos submetidos à
insegurança urbana, do outro, temos que sobreviver às fermentações invejosas
dos nossos vizinhos.
Para os proprietários de veículos que querem se acautelar contra
a insegurança social alastrante que infesta o país da corrupção governado por
Dilma (a mesma que propõe resolver com um canetaço o problema da crise financeira
global), há três remédios principais:
- escolha um modelo menos cobiçado por bandidos em fuga e
por ladrões especializados em roubos de carros. Não necessariamente precisa ser
um modelo inroubável,
mas é altamente recomendável que seja um daqueles que ostentam menores valores
de seguro;
- por falar em seguro, o maior item de segurança de um
veículo é justamente o seguro total, pois a primeira pergunta que os meliantes
fazem em caso de ataque é: “tem seguro?”. Em caso afirmativo, eles terão
certeza de que você não lhes causará futuras complicações;
- NÃO instale em hipótese alguma qualquer tipo de rastreador
por satélite, pois a segunda pergunta mais frequente que eles fazem é “tem
rastreador?”. Se você declara em alto e bom som que não tem, é um obstáculo a
menos entre o atual pesadelo e a luz no fim do túnel da sua vida poupada. Caso
você manifeste a mínima hesitação, ou se confessa que tem rastreador,
prepare-se para o segundo round matador: “onde ele está?”.
- O problema é que a maioria das empresas que instalam rastreadores não avisa, por questões de segurança (pensando somente NELES obviamente), o local exato onde está o equipamento. Neste caso, prepare-se no mínimo para tomar umas belas coronhadas na cabeça, correndo o risco de levar uma azeitona no ouvido.
- Resta sempre a opção de mentir. Contudo, você está preparado psicologicamente para mentir convincentemente tendo um 38 enterrado na sua orelha, manejado por dedos trêmulos?
- NÃO instale alarmes, bloqueadores, corta-corrente e
qualquer outra geringonça que impeça que os meliantes sumam rapidamente com o
seu carro. Lembre sempre que, se você passar por este perrengue, a única coisa
que lhe ocorrerá naqueles instantes é que o seu único bem precioso e insubstituível
é a vida;
O primeiro remédio funciona perfeitamente contra a inveja
dos vizinhos. Mas, por que me preocupo tanto com tal sentimento alheio, que é
tido como uma merda? Porque a inveja e o mau-olhado, quando pegam, podem levar
o sujeito a ter uma vida de cão, só porque ele não conseguiu se precaver
colocando uma imensa réstia de olho na porta da casa – no caso – pavoneando-se com um carrão
que desperta turbilhões de cobiça. O mais saudável seria desfilar por aí com um
carrinho que desperta apenas um vago sentimento de pena.
É melhor ter uma bicicleta, exercita nosso corpo e não polui o ambiente. Não sei por que brasileiro gosta de se sentir superior. Compra um carro e se sente o rei do mundo.
ResponderExcluirMelhor mesmo é ter uma bici. Quem tem carro somente por status, acaba se quebrando cedo ou tarde.
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