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3 de dez. de 2010

O Crime Organizado não existe!

As espetaculosas imagens de invasões de favelas no eixo Rio-São Paulo sempre trazem à baila na velha mídia a expressão “Crime Organizado”. Será que isto existe?

Apesar da notória atuação de grupos armados no mundo dedicados ao crime: Máfia na Itália, Yakusa no Japão, Bratva na Rússia, Cartel nos países latinos e Comando no Brasil, é possível falar em organizações criminosas?

A resposta para este dilema foi respondida pelo próprio Estado por ocasião da recente invasão dos complexos de favelas “Cruzeiro” e “Alemão”. Depois de criada uma enorme expectativa sobre a resistência dos traficantes, constatou-se que Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia entraram a bala, como se nenhum obstáculo houvesse – até porque, se depararam com um bando de pobres coitados pés-de-chinelo.

Para não ficarmos apenas no acreditar/desacreditar, vejamos as famosas imagens captadas pelo helicóptero da Globo, o “Globocop”, para chegarmos à conclusão de que a única coisa que existe é a suprema incompetência, leniência e corrupção do Estado.

Quem vê essas imagens não consegue parar de pensar que foi tudo planejado para que os principais soldados do tráfico saíssem ilesos, rindo e faceiros. O resto da história todo mundo já sabe, uma vez chegados no Alemão, os traficantes simplesmente se evaporaram por buracos cavados pelo próprio Estado.

Os locais flagrados na sequência de imagens vergonhosas que correram mundo afora e foram deflagradoras da operação no complexo do Alemão, receberam a visita do repórter Carlos Uchôa no dia seguinte.


Depois que se constata que os integrantes do “Crime Organizado” fugiram para o Alemão de chinelos de dedo, resta concluir que a desorganização está do outro lado, do Estado que suga impostos suecos e devolve serviços Zimbauanos. Enquanto persistir tal desorganização sistêmica, continuaremos sendo obrigados a “invadir” e a “ocupar” porções do território brasileiro que legitimamente nunca deveriam ter deixado de ser nossas.

Conceituação de Estado: a palavra “Estado” está aqui sendo empregada como sinônimo de poder constituído, independentemente da esfera político-administrativa. Tradicionalmente, depois que caíram os últimos déspotas europeus e foi implantado o regime de poder triplamente compartilhado, urdido sob os novos ventos da Revolução Francesa, o termo Estado tem sido usado como antônimo de barbárie e caos, como é registrado nos países onde houve o desmantelamento do poder político central, a exemplo do Haiti e Somália, entre outros.

5 comentários:

  1. Concordo com quem diz que essa escalada policial atende a diversos interesses, exceto ao da própria população que ali vive, ao contrário do que mídia tentou mostrar.

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  2. Tenho seguido com atenção as informações que chegam a Portugal. Tenho muitas dúvidas sobre elas, além de os comentários serem efectuados pelo correspondente no Brasil dá-me uma sensação teatral.
    Ocorreu-me, uma velha canção, retirada do baú que talvez corresponda à realidade.

    http://www.youtube.com/watch?v=qdoSAdv5vLE

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  3. Com a sua permissão. A ideia que tenho ficou muito mais clara quando li a notícia/entrevista do presidente do BC,Henrique Meirelles à Reuters. Sinceramente está a tentar tapar o sol com a peneira.

    http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE6B209720101203?pageNumber=3&virtualBrandChannel=0&sp=true


    Não estou a fazer qualquer análise, limito-me a constatar os factos em face das declarações proferidas.


    A crise está instalada;

    Risco mais que provável da bolha especulativa;

    Aumento da inflação;

    Alta dos juros em 2011;

    Restrição ao crédito;

    Retracção da economia;

    Retracção no consumo interno;

    Sobrevalorização do real;

    “ Ficção de redução até 2014 da taxa de juros “

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  4. Na sequência e com a sua permissão, já agora uma explicação técnica mas simples.

    Ao esvaziar a bolha entra-se em recessão e com isso um aumento em larga escala do desemprego. Assim, a dívida pública aumenta devido à queda do rendimento e aos custos habitualmente associados à recessão. O país fica à beira de uma crise de endividamento, acompanhado por uma subida em flecha da dívida do sector privado.

    Sair desta situação é difícil e, para que a economia fique competitiva, tem que se conseguir uma desvalorização interna: cortar nos salários e preços até os seus custos ficarem alinhados pelos dos concorrentes.

    Ora a desvalorização interna não é fácil. Para começar é lenta: em geral são precisos anos a fio de desemprego para baixar salários. Além disso, a descida dos salários representa uma descida dos rendimentos, enquanto a dívida se mantém. Isto significa que a desvalorização interna agrava o endividamento do sector privado.
    Com a redução do crédito a economia estagna, porquanto as empresas não têm meios monetários disponíveis para investir e subsequente produzir bens transaccionáveis. Quer para o mercado interno, quer para o externo.


    Evidentemente que existem soluções. Porém, não me vou alongar, deixo isso para os ilustres governantes.

    Afinal, não pretendo dar uma lição de economia a ninguém.

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  5. Algo bastante interessante a respeito dessas imagens que circularam até em e-mails pps enviados pelas tias, é que os bandidos que fugiam só não foram todos mortos "graças" ao globocop que os filmava. Os policiais estavam com todos na mira, mas se atirassem, seria uma cena um tanto feia de ver e muita gente "cairia de pau" em cima do bope. Então eles só puderam fazer nada. Sempre a imprensa, sempre.

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