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25 de dez. de 2010

Por que as pessoas se matam no fim de ano?

Não há como negar, na época em que se espera/exige regozijos e celebrações exultantes, nos vemos turvados por pensamentos sombrios.

Freud explica porque a intensa pressão social pela alegria é contraproducente para um determinado tipo de pessoas? Não sei, só sei que quando você se vê na obrigação de ser feliz, é quando os grilos saltam na sua cabeça.

Na qualidade de pouco amante das relações sociais, confesso que esta época de excessivos contatos familiares adicionados aos mais diferentes círculos de relações voejando em busca de atenção, pensamentos me imaginando longe deste pandemônio num remoto chalé no pacato inverno europeu, estão longe de parecerem desagradáveis.

Todavia, as formidáveis pressões afetivas não são a causa primeira do elevado número de suicídios e sim os inevitáveis balanços. O que fiz da minha vida até hoje? Quando alguém chega ao fundo de poço da conclusão de que as suas realizações não decolaram e que talvez jamais venham a acontecer e que a vida é um nada repetitivo de sonhos frustrados, a casa cai e ele se vê sozinho caindo no escuro, sob o peso insuportável da própria nulidade.

Afim de evitar o encontro macabro com o próprio ser interior, as pessoas tendem a se submeter à risca aos trabalhosos rituais desta época. E depois de terem se endividado até a medula, se esturricam em comilanças e beberranças, tudo para entrarem no ano novo menos sóbrias e intactas, em suma, idiotamente efusivas porque entorpecidas.

Imaginemos uma passagem de ano sem orgias gastronômicas, álcool e drogas! Decerto, teríamos um aumento espantoso no número de óbitos de envenenamento por lucidez! Entretanto, ainda prefiro correr todos os riscos em plena posse da minha consciência, ao invés de me escravizar ao bug do natal, bug do ano novo, bug do milênio e o escambau das manobras escapistas.

Quem parafraseou liricamente os amargos conflitos entre o vazio da normalidade e a dimensão da voz interior foi ele, o maior maluco beleza de todos os tempos, que legou a bíblia dos loucos de cara...


...e por falar em loucos de cara, Vitor Ramil explica o que é isso:


Ps: a quem está pensando em se matar neste fim de ano, peço que adie para o próximo, porque só encara de frente a morte quem mergulha em profundas reflexões, porque tocar o fio da navalha do inevitável talvez seja a única coisa sólida que se possa construir em meio ao sonho do real.

3 comentários:

  1. Se matam por sentirem solidão. No fim de ano a maioria viaja, ou sei lá que diabos. Só sei que desaparece. Minha rua está um deserto, parece até que sumiram no ar. Não tenho a quem telefonar. No msn não tem uma pessoa online. Não tenho o que fazer. Já estou ficando doido.

    Deveriam acabar com esses feriados. O tal de Jesus na verdade nem nasceu no dia 25/dez.
    Não será brincadeira a quantidade de acidentes de trânsito no período de 24 a 31 do mês. Fora bebedeiras, assaltos, homicídios.
    Isso sim é Natal e ano novo. Ho ho ho ho ho.

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  2. Um suicídio anunciado.

    Hugh Hefner com 84 anos, director da Playboy anunciou o seu casamento com Crystal Harry uma coelhinha 60 anos mais nova. Claro que ela chorou, talvez um mar de lágrimas e, afirmou “ é o meu fim-de-semana mais feliz de sempre”

    Quanto a ele vai ser certamente um cliente assíduo do já célebre “ comprimido azul “ a morte é inevitável

    As mentes perversas (como a minha) poderão dizer, sim, é um suicídio mas, feliz.

    http://www.youtube.com/watch?v=CVLKJJBsEl4&feature=player_embedded

    No vídeo, a felizarda da noiva.

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  3. Viagra para Hefner? Só se for para a língua, porque a glande ele já gastou há 60 anos!

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