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15 de mai. de 2009

Telefone de voz é tranqueira arqueológica.

Desde que me conheço por gente não suporto telefone. É através deste aparelho dos infernos que chegam as vozes femininas lentas e artificialmente cordiais dos cartões de crédito, as vozes posadamente afetuosas das associações arrecadadoras(sugadoras) de donativos, enganos, trotes e o coro gerundista do famigerado telemarketing.

Não guardo nenhum afeto por este aparelho nefasto. Acho que a tecnologia telefônica está ultrapassada. Ao lado do fax e do telegrama, o telefone de voz deveria ser banido do mundo civilizado e digo mais, as pessoas deveriam ter o direto de enviar e receber tão somente pacotes de dados.

Para quem é Old Fashioned adepto da comunicação instantânea, pode continuar tendo seus contatos tet-a-tet através dos messengers. O sucesso dos messengers acabará com a fabriquinha de ganhar dinheiro fácil dos torpedos, o que nos livraria da sangria desatada nas contas telefônicas. Uma vez que telefonautas estão aderindo em massa às os smartphones, as mensagens SMS também estão com seus dias contados..

Imagino um mundo sem telefone fixo analógico. Não quero mais ouvir trims,ou Ringtones. Quero que o silêncio impere na minha mente livre de Spam. Sim, pois muito antes de inventarem a Internet, o Spam já infernizava disseminado através de ligações indesejáveis para as casas das pessoas.

Meu saldo depois de anos de sofrimento sob as maldades do telefone é o seguinte: nunca ninguém me ligou para me informar que ganhei dinheiro, nunca me deram emprego, nunca me ofereceram ajuda, nunca tentaram melhorar a minha vida. Ao contrário, os sequestradores exigiram resgate, os caritativos pedincharam óbolos, os estelionatários se ofereceram para pagar o saldo atrasado do Montepio da Família Militar e a Legião da Boa Vontade lutou pelo meu centavo mais miserável.

Todos me achacam através deste encantamento amaldiçoado inventado por Alexandre Graham Bell, mesmo após os Deuses terem inventado a Internet. Todavia, continuo mantendo o aparelho do diabo ligado e matutando sobre a sua denominação deste objeto, algo como “aparato arqueológico analógico fixo de televoz”. Ainda bem que o conceito de telefonia fixa está dando seus últimos suspiros. A primeira onda trouxe os celulares e a segunda nos brindou com os “telefones inteligentes” Iphone e Blackberry.

Torço para que a terceira onda coloque a atual telefonia de voz definitivamente no museu, para que possamos futuramente dizer aos nossos netos: eu já tive um treco destes pendurado na parede de casa.

10 comentários:

  1. Quando eu era pequena havia uma telefonista que conectava todos os telefones da cidade de Garibaldi, o nosso era o 15. Depois em Bento Gonçalves na zona rural tivemos um telefone em que era preciso dar manivela e a telefonista, por vezes, chegava esbaforida para completar a ligação depois de dar alimentos para as galinhas. Depois de chuva não se conceguia ligar porque, segundo ela: "As linhas tão tudo rendadas!"
    Acabo de me sentir um fóssil vivo após este comentário.

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  2. Concordo com vc. Também detesto telefone. Acho muito estranho que seja o meio de comunicação n° 1 das empresas.
    Quando entro em contato com um suporte como o da LG, ou uma loja distante, é por e-mail e peço que respondam da mesma maneira.
    E-mail significa comodidade: leio e respondo QUANDO eu puder. Pode ser dentro de 5 min. como pode ser daqui a 20.
    Telefone é um grande aborrecimento pois exige que seja atendido logo, desconsiderando se a pessoa está no banho, cozinhando ou saiu.

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  3. Gladis, gostaria de dizer brevemente "os dinossauros usavam telefone".

    Anônimo, desde o momento em que inventaram os messengers os telefones perderam o sentido. E pensar que tem gente que ainda usa telegrama, fax, mimeógrafo, máquina de escrever ...

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  4. Até o dia que faltar luz na sua casa e a bosta do VOIP não funcionar...

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  5. Vejo esse texto como uma piada, e se for assim, e válido. Apesar de não gostar de ficar no telefone e de ser um grande adepto das novas tecnologias, meu bom senso não me permite concordar com o que acabei de ler. Isso porque um texto JAMAIS vai poder substituir a voz, visto que esta contém o sentimento do remetente. Mesmo que sejam extremamente cordiais ao telefonarem pedindo dinheiro ou oferecendo algum serviço inútil, fica claro para quem atende que aquilo é falsidade! Se fosse um texto (e o caso não fosse tão óbvio), poderia ser impossível tal identificação. Enfim, acho que sempre haverá espaço para as duas coisas: texto e voz.

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  6. Olha, telefone e celular ainda constituem um modelo de comunicação em tempo real.
    São usados em empresas porque assim que você recebe uma ordem você não tem mais como nega-la, como acontece com sms, e-mail e derivados.
    "Ah, ainda não li" não pode existir em alguns lugares.
    Se ninguém precisa falar contigo em tempo real, meus parabéns, para muitas outras pessoas o telefone é útil.
    Tá, era pra ser só uma piada, mas já arrebanha uma irritante legião de seguidores, oprimidos com os encargos da responsabilidade.

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  7. Não me preocupo com faltas de luz porque os smartphones têm bateria.

    O texto não pode ser interpretado como substituição da voz. O que está acontecendo é a eliminação do tráfego da voz. Precisamos trafegar por nossas vias apenas pacotes de dados. Com a telefonia móvel isto já é 100% e a telefonia fixa tem a tendência de se reduzir a nichos, mesmo assim vai ter que migrar integralmente para o sistema digital.

    A tendência é que o contato instantâneo com voz e imagem seja cada vez mais feito via sistemas de messenger. As empresas estão migrando massivamente o seu suporte técnico para isto e tem uma vantagem: para os casos de decaimento da velocidade da rede, há sempre o recurso de teclar online. As empresas que não acordarem para isto vão ser varridas do mercado.

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  8. eu não sou da época das telefonista, mas eu via nos filmes e adorava, não via a hora de ir no orelhão e ligar para a telefonista, mas não sabia como isso funcionava, até q agora me lembrei que um dia conseui fazer isso, que tinha uns orelhão marcando o numero da telefonista da embratel...muito bom o post!

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  9. A palavra certa é convergência. Ou seja: voz, vídeo, texto, dados, etc, através do mesmo sistema. Considerada dentro este contexto, o telefone tal qual conhecemos (inclusive o celular) está com os dias contados. E não é só porque eles podem tocar quando você está no banho. A convergência pode ao mesmo tempo otimizar a infraestrutura, diversificar o serviço e garantir a provacidade (ou não, dependendo de como for implantada). Não morro de amores pelo telefone, mas também mão sinto ódio pelo mesmo. Mantenho o meu principalmente por causa da banda larga, mas não posso negar que certas situações precisam ser resolvidas em tempo real numa conversa direta. Nestas situações, eu prefiro o contato pessoal, mas este nem sempre é possível.

    http://gilvan.apolonio.com.br

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