Aqui estamos falando de conflito de gerações. Desde o início dos tempos a coisa tem sido assim, as gerações mais velhas malham as novas e assim por diante, talvez num processo dialético hegeliano impossível de ser rompido. Constato a sensação de estarmos ficando cada vez piores (enquanto civilização humana), ao comparamos a molecada atual com a rapaziada das décadas anteriores. Tremo quando ouço a expressão “no meu tempo” tudo era muito melhor. Será mesmo? Ou vai ver que fomos tão idiotas quanto os coloridos da família restart, mas douramos a pílula quando transformamos as nossas lembranças em algo digno de ser lembrado?
Diante da amnésia das gerações contestadoras da fauna atual, resgato alguns flashbacks comprometedoramente esclarecedores, que ao botar os pingos nos i's da ferida, demonstram que ninguém pode alegar imunidade contra a imbecilidade universal.
» Geração Restart: adolescentes eternamente perdidos e decadentes?
Crítica: todo o lixo que você come hoje, vai te embarangar amanhã.
Realidade: errado, e você acaba descobrindo isto depois da sua 5ª lipo, isto é, tudo se conserta mais ou menos. Confesse que você anseia secretamente que as meninas cheguem logo ao umbral dos 30, para que entrem no ritmo da faca, afinal, ninguém está disposta a ir para o inferno sozinha.
Crítica: colorido é coisa de boila - impressionante, você passa dos 20 e já é assaltado por estas certezas macabras.
Realidade: A onda colorida, inspirada na indumetária do sábio palhaço Tiririca, que faz a cabeça da galera veio aí para ficar... tanto quanto os cabelos "aborígenes" da década de 80 e os panos maneiros, lembra? Ou você nunca usou uma pantalona boca-de-sino?
Ok, você se esqueceu do passado que te condena, então, vamos dar uma espiadinha lá certo?
Crítica: um dia você vai ter que pegar no pesado - adultos permanentemente preocupados com a ociosidade dos jovens.
Realidade: não vai não. Você esquece que também viajou tardes inteiras em bancos de praça, tendo apenas brancas nuvens pairando sobre a cabeça (se é que tinha apenas nuvens dentro da cabeça).
Crítica: um dia você vai ficar velha e se arrepender - os mais velhos temorosos que não sobrem mais buracos para botar piercings e falte pele para as tattoos.
Realidade: não vai não, ou você acha que o Mick Jaegger envelheceu?
Crítica: um dia você ainda vai dar boas risadas - adultos desejosos de que tudo isto acabe logo.
Realidade: será? Será que, visto hoje, você acha ridículo o seu antigo looking?
Conclusão: bem tinham razão os malucos beleza da geração Woodstock quando afirmavam que os adultos não eram confiáveis... e eles continuam não sendo até hoje. Portanto, morte à sua seriedade empedernida! Pensando bem, me rendo e confesso que os coloridos de hoje são melhores do que estas cousas aí em cima.
Fontes das imagens:
» Góticos Russos (se é que se pode chamá-los disto) via Ocioso.
» Cabelos, caras e bocas do Heavy Metal dos anos 80.
Hahahaha. Eu ri.
ResponderExcluirAdorei!
;D
Eu fui um adolescente comum, nunca fiz extravagâncias, não usei perucas, não pintei o cabelo, não comia fast food etc. E aí? Tenho moral pra dizer muita coisa aos adolescentes. :-)
ResponderExcluirEsclarecimento. Vou usar expressões que podem ser consideradas ofensivas (Brasil) mas, são usuais em Portugal. Se usar outras, o texto torna-se ilógico. Não tenho nenhuma intenção de ferir susceptibilidades.
ResponderExcluirAntigamente, a uma rapariga com ares rudes e masculinos, que gostava de andar à pancada ou de jogar futebol, chamava-se "Maria Rapaz". Era um termo carinhoso para caracterizar aquilo que se considerava uma raridade, com ligeiros laivos de excentricidade.
Actualmente, as coisas mudaram. Numa reportagem de um canal televisivo, uma rapariga de 14 anos considerava "normal" ir para a cama com o namorado logo ao final da primeira semana. Fazer "coisas" com ele era perfeitamente habitual, e ela acrescentava que era isso que as amigas queriam "saber". As conversas entre raparigas, pelo que deduzi, eram uma espécie de competição sobre as actividades que elas praticavam com os namorados, sendo que as que mais impressionavam eram as que mais "coisas" tinham feito.
Dei por mim a pensar que, na época em que eu tinha 14 anos, conversas destas só existiam entre os rapazes. Havia quem fizesse mesmo "coisas" com as namoradas; quem mentisse só para não ficar malvisto, quem inventasse "coisas" que nunca fazia; e quem exagerasse as "coisas" que fazia. Sim, havia de tudo, com muita competição e muita gabarolice à mistura. Mas, havia também uma certeza: nós falávamos dessas "coisas",mas elas, as raparigas, não o faziam.
As raparigas podiam fazer "coisas" com os namorados, mas não iam a correr contar às amigas, nem competiam entre elas, gabando e mentindo e exagerando, sobre as "coisas" que tinham feito com os namorados.
É esta a grande transformação dos últimos vinte anos nas relações entre os homens e as mulheres. Agora, as mulheres são todas "Marias Rapazes". Não porque gostem de andar à pancada ou jogar futebol, e muito menos porque tenham ar masculino, mas porque falam como se fossem homens. Tenham 14, 20 ou 30 anos,passam a vida a conversar com as amigas sobre performances sexuais, sobre as "quecas" que deram ontem à noite com um tipo que nem conheciam; ou sobre um novo que estão doidas por comer.
Talvez sem darem por isso, as mulheres adoptaram os mesmos comportamentos masculinos que tanto criticavam no passado, e tornaram-se "Marias Rapazes", competitivas e gabarolas e, claro, muito fantasistas e pouco verdadeiras.
Será um conflito de gerações? Machismo?
Machista!!! Os homens podem tudo as mulheres não! Vc com certeza é o do tempo "no meu tempo não era assim", volta para lá por favor!!! E viva a igualdade!
ExcluirPo, mas a última banda ai na foto é o Stryper!!! Muito massa...
ResponderExcluirPor que não colocaram fotos dos ridículos Menudos ou do Hanoi Rocks???