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19 de fev. de 2011

Carros viraram computadores, o que ganhamos e perdemos com isto?

Quer queiramos, ou não, os nossos carros estão se transformando em computadores. Isto quer dizer que, doravante, temos que conviver com os prós e os contras da tecnologia embarcada, dizer adeus definitivo às salvadoras gambiarras de estrada e nos resignarmos ao guincho quando a eletrônica dá tilt.

Perda: a tecnologia do seu carro está muito além dos conhecimentos analógicos do pica-pau da esquina.
Tempos atrás, o sujeito tinha um problema mecânico qualquer e ia num mané qualquer, carinhosamente apelidado de "mechânico". O cara dava uma examinada no motor, assoprava o carburador e lá ia você feliz da vida. Hoje, quando o carro para, mesmo que seja só um fiozinho solto do sensor lambda ou pane eletrônica da braba, é certo que você vai chamar o guincho e voltar para casa de táxi. Foi-se o tempo do problema facilmente solucionável na rebimboca da parafuseta!

Ganho: prepare-se para entregar a direção.
O Google chegou à conclusão de que o maior perigo dos carros somos nós os humanos. Para tanto, ele está tratando de nos substituir por robôs confiáveis e inteligentes. Bem vindo ao admirável mundo novo! Qual é o ganho nisto? Você pode ficar durante toda a viagem futricando nos seus gadgets sem dar a mínima atenção ao trânsito. Não me pergunte como ficam as implicações éticas e responsabilizações morais por um algum incidente havido sob o comando do robô.


Perda: acostume-se com misteriosas luzinhas que acendem no painel e mensagens de erro.
Já que os automóveis se computadorizaram, fomos presenteados com as terríveis mensagens de erro que apavoram.
Soube de uma infeliz dona, cujo Volkswagen Jetta acendeu TODAS as luzes do painel. Depois de ter se incomodado na concessionária várias vezes, ela vendeu o bandeiroso e comprou um Toyota Corolla.
Se você é proprietário de um Peugeot, saiba o perrengue que é a mensagem de erro "anomalia anti-poluição" e não é só este brasileiro que teve o problema, se você procurar no Google, vai descobrir que alguns europeus enfrentam a mesma anomalia em várias quilometragens.
Peugeot 207 Passion zero com mensagem de "anomalia anti-poluição".

Ganho: aprenda com a lógica do reset, que graves problemas pode ser resolvidos num OFF/ON.
Quando você pilota um computador, tem destas coisas. Eu estava viajando num ônibus de excursão, quando subidamente o motor começou a acelerar sozinho. O motorista teve que encostar o coletivo no acostamento e comunicou o fato à empresa. Decorrida meia hora, eles deram a solução do problema: provavelmente havia "sujeira" na memória da central de comando eletrônico. Então mandaram o motorista desconectar o negativo da bateria e esperar alguns minutos para religar. Pronto! O ônibus estava precisando mesmo de um reset, pois defeito não apareceu mais e seguimos a viagem normalmente.

Perda: bata três vezes na madeira antes de pensar na possibilidade de pifar a sua central de comando eletrônico.
Como nos carros atuais a central é tudo, nem sonhe em substituí-la, pois o susto financeiro será enorme.
Renault Megane - Central de comando eletronico bixada.

Ganho: É a única maneira dos carros se tornarem energeticamente sustentáveis.
Sem a eletrônica embarcada, não se iluda, pois seria impossível pensar em carros elétricos, híbridos ou movidos a células de combustível.

Perda: esqueça os meios convencionais de localização.
Com a popularização dos GPS, os motoristas esquecem cada vez mais as tradicionais ferramentas de orientação (mapas), para confiar cegamente no aparelho. O resultado disto é que muitos deles acabam morrendo de maneira bizarra ou se perdendo feito retardados mentais.
Europeu confiou cegamente no GPS e se deu mal.

Ganho: esqueça o motor, ele não é a coisa mais importante.
Um camarada uruguaio me relatou que um dia a irmã dele o chamou para ver o que estava acontecendo com o seu carro, que não pegava mais. Cono na época era comum os carros com motores traseiros, ele perguntou onde ficava o motor e ela não soube responder, apesar do automóvel estar na sua mão há anos. Isto ilustra o quanto a história se repete, pois todos nós estamos nos desligando paulatinamente de manter uma relação íntima com os motores, uma vez que eles estão cada vez mais blindados e confinados dentro de caixas pretas inacessíveis ao comum dos mortais.
Para matar a saudade dos velhos tempos em que você tinha o motor nas mãos, assista esta pequena fábula necessária para gestar um motor Ferrari.

5 comentários:

  1. Tem umas desvantagens aqui umas vantagens ali, embora os problemas não sejam tão fáceis de se resolver como antes os problemas ficaram mais raros ai acaba compensando

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  2. Com a quantidade de electrônica nos automóveis a condução ficou mais segura. É verdade que quando há problema, só mesmo chamando a assistência em viagem.
    Tive um Peugeut que de vez em quando se calava. Fiquei em Espanha com a família, fiquei numa auto-estrada às 4 da manhã e eles nunca descobriram o problema...

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  3. robô dirigindo?? isso ta virando bosta..
    eu dirijo pq eu gosto de dirigir,nem isso eu vo poder fazer mais kkkkkk

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  4. E onde fica a paixão?O entusiasmo,esses carros de hoje estão cada vez mais geeks e sem graça...
    O prazer que um carro oferece é a tração,o torque,o ronco do motor,a tendência a derrapar ou sair de traseira(ou de frente),nos brindando com o clássico duelo homem vs maquina,até mesmo o mais potente dos carros perde a graça com milhares de controles de tração,estabilidade,computadores de bordo,etc...

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  5. Marcelo,
    vamos supor que você seja o mestre da direção, mas a maioria dos motoristas é legítima braço de pau, não sabe reagir corretamente e se apavora instantaneamente. Por isto, em respeito a eles, os caras querem abolir a parte mais fraca da equação homem-máquina; o mesmo processo ocorreu na história da aviação, onde hoje o piloto é um mero ascensorista nos grandes aviões de carreira. Todas as principais decisões são tomadas pelos computadores.

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