Páginas

Pesquisar

15 de set. de 2011

“Golpe” do GPS, mais uma lenda urbana



No ano da graça de 2011 volta a circular a historinha que tem 82700* repiques no Google.
Desde a popularização dos aparelhos de GPS nos carros, o mesmo texto vem circulando intermitentemente na internet sem que mudem uma vírgula. Claro que só poderia ser uma pegadinha do malandro! Para reconhecer uma lenda urbana, basta queimar alguns fosfatos no Google para rastrear o poder de propagação da coisa. Quando você percebe que uma mesma historinha apócrifa é replicada em fóruns, Blogues “sérios” e alguns órgãos nanicos da imprensa séria, está diante de uma lenda urbana que todos acreditam, mas ninguém sabe de onde provém. 
Incrível, quem souber como os escritores de lendas urbanas conseguem tamanho poder de persuasão, escreva para a minha caixa postal.

Confesso que acreditei a princípio no “golpe” do GPS, mas passado algum tempo liguei o desconfiômetro o fui à cata da fonte, coisa que ainda não achei. Leiamos a historinha para checar se é pra boi dormir ou não:

Cuidados ao usar o GPS automotivo.
Uma família parte para férias, de carro, GPS ligado. A viagem transcorre normalmente e então decidem parar para lanchar ou almoçar, deixando o carro num estacionamento próximo.
Quando regressam, constatam que o seu GPS foi roubado. Algumas horas mais tarde, os vizinhos telefonam informando que a casa deles foi assaltada.
Os ladrões utilizaram a função de retorno para casa. Estavam tranquilos sabendo que os proprietários estavam longe e que, portanto, não seriam incomodados.
Uma importante DICA: No teu GPS, mude o teu endereço (de partida) pelo do posto policial (que você conhece) próximo por exemplo.
Os ladrões ficarão com o GPS, mas não te roubarão a casa! Todo cuidado é pouco! Pior ainda se roubarem o carro levando as chaves ... E BOA VIAGEM!!!

Um espertinho matou a charada num fórum e deu uma saída hilária:
Essa "lenda urbana" circula na net desde que o GPS se popularizou. A parte boa é que você pode por o endereço da sogra no GPS como "lar", assim os ladrões já aproveitam e roubam o rim da mardita deixando ela na banheira de gelo heheheheheheeheheheh!
Para acreditar nessa lenda urbana você tem que acreditar que ladrões entendem tudo de manejo de rotas e waypoints, para conseguirem fazer a leitura reversa e chegar no ponto de origem da última rota. Você tem que acreditar que o meliante não é um viciadão em crack e que não vai vender o GPS por 10 reais ao primeiro receptador que aparece.

Nota: suspeito que esta lenda urbana tenha nascido em Portugal, pois só na Europa você vê postos policiais perto de onde as pessoas moram.

*82700+1 agora que foi publicada no Blogpaedia.

4 comentários:

  1. Isso pode ser possível acontecer, mas como disse, além do ladrão ter de conhecer o programa de navegação, que são vários (iGO's, Garmin, Tomtom, Ndrive, PolNav, Sygic entre outros), ainda tem que ser esperto para saber diferenciar o ponto de partida ser uma residência ou o meio do nada...
    Os aparelhos GPS, em sua maioria, além disso, não são feitos para ficar no painel tomando sol com o carro fechado, pode ser danificado o touchscreen resistivo, além da placa-mãe do dispositivo. O certo é: assim como seu celular, retire do painel o GPS e leve com você, numa parada que talvez faça no meio do caminho.

    ResponderExcluir
  2. Tá e vc acha que td ladrão é burro e analfabeto?... Mais respeito com a categoria! rsrsrsrsrs

    ResponderExcluir
  3. Pergunta pra minha mulher, que é doutora, se ela tem como levantar rotas e waypoints do gps dela? Necas de pitibiriba! As lendas urbanas tem uns detalhes idiotas que são deixados propositalmente, um deles é "então decidem parar para lanchar ou almoçar".

    ResponderExcluir
  4. As lendas urbanas sempre foram uma parte importante da cultura popular e sua análise nos permite a oportunidade de perceber os anseios, medos e preocupações presentes no tempo em que vivemos. Mesmo elas sendo, em minha opinião, apenas histórias divertidas, as lendas urbanas, por serem baseadas em fatos e crenças atuais, são boas indicadoras do que está acontecendo na sociedade, nos dando a oportunidade, por exemplo, de confrontar os nossos medos. Isso tudo, junto à falta de informações, dá origem a novas lendas. Em Belém, minha cidade, o caos na segurança pública gerou a lenda de que um casal foi à última sessão de cinema em um dos shoppings da cidade (são três) e durante o filme foram abordados por dois sujeitos armados que os forçaram a pegar o carro, rodar, sacar dinheiro (aqui em Belém, não sei se acontece em outras cidades, a partir das 22:00 horas os caixas eletrônicos só liberam R$100,00) e por aí vai...
    Transmitidas originalmente na base do "boca a boca", hoje é por e-mail, a forma das lendas urbanas praticamente não mudou: sempre a história aconteceu com um conhecido ou com um amigo de um amigo, termo que ganhou tanta importância que gerou até uma sigla em inglês, FOAF, ou seja, “friend of a friend”. Eu acho que descobrir a verdade – coisa praticamente impossível – por trás das lendas urbanas é o menos importante, pois a falta de comprovação é justamente um dos motivos pelos quais elas têm tanto apelo entre nós. Ou seja, sua graça está no fato de imaginar que elas são muito fantásticas para serem reais, mas também que podem ser baseadas, pelo menos em parte, em histórias verdadeiras.
    Parabéns pelo blog, que já é um dos meus favoritos, e pelas dicas de como lidar com a blogosfera.
    PS: onde está a postagem "Você só é pobre de marré de si quando..."? Ela estava ótima.

    ResponderExcluir