Todo mundo está atrás Dele, mas Ele se reserva ao direito de aparecer para poucos. Estes
dias estava eu diante de uma mocinha muito compenetrada lendo um livro e, como
um perfeito chato, perguntei do que se tratava e a resposta foi tão lacônica quanto decepcionante: “Os Segredos da Mente Milionária”. Para a minha decepção, não
era Hegel, nem tampouco Nietzsche, muito menos Ilya Prigogine e suas maravilhosas ilações sobre a teoria do caos, nem “Um Mundo Melhor” sobre as vantagens do estilo de
vida mais sustentável. O que prova que a disparada da boiada é em busca do
sucesso, cegamente, e sem chance de se tentar ver algo pelo caminho.
Coincidentemente a tais elucubrações, nestes dias chega ao
Blogue uma consulta muito estranha ensejada pelo meu artigo Verdades
& mentiras sobre o pacto com o Diabo:
“Sou um pequeno empresário no ramo da publicidade. Portanto,
tenho uma grande necessidade de fazer um pacto com o Satã a fim de desenvolver
os meus negócios. Já estou no ramo há quase dez anos e por isso quero me
destacar como um empreendedor de renome no meu país onde a economia se
desenvolve a cada segundo, dependentemente do sacrifício. Obrigado pela atenção
e fico no aguardo da reposta de vossa parte no Hotmail, etc.”
O que posso responder caro consulente, se os exemplos
públicos de pactos com Satã, digo, com o sucesso, são extremamente bem
sucedidos? É o caso da Xuxa,
que 9 entre cada 10 estrelas alegam que ela fez o tal pacto, mas que continua lá no Plin-Plin lépida, loira, faceira, famosa... e rica. A única coisa que posso fazer é dar uma de
urubu magro na esperança dela, se é que realmente assinou o contrato com o
chifrudo, caia de podre num determinado dia para nos provar que tais pactos
são de curta duração e nunca produzem os resultados realmente desejados.
Caro consulente, a resposta mais satisfatória à sua ânsia de
contato com Satã não chega a ser otimista, pois provavelmente a sua alma já se
encontra sob o seu poder e o Diabo não é burro ao ponto de querer pagar por algo que já lhe pertence. Por ora, sugiro que o Sr. lute ferozmente para se tornar uma alma de Deus, pois somente assim ela adquirirá um certo valor de barganha.
Um bom exemplo disso seria o seguinte: duas pessoas podem realizar a mesma atividade, porém com objetivos diferentes; uma com interesse apenas no dinheiro que irá receber e a outra na satisfação pessoal, no enriquecimento dos relacionamentos, na troca de experiências. Então a definição de sucesso pode ser ambígua dependendo dos objetivos de cada pessoa.
ResponderExcluirIsaías, existe uma diferença entre sucesso e fama. Há pessoas que têm sucesso sem vender a alma para o capiroto. Mas geralmente quem quer fama - boa, claro - faz isso. Se é verdade ou não, o legal é ser uma lenda urbana das quentes. Todos os roqueiros, por exemplo, vendem sua alma para o diabo. E depois, quando ficam velhos - os que sobrevivem - ficam mega caretas. Talvez seja a consequência da negociação.
ResponderExcluir"Talvez seja a consequência da negociação", por isso existem tão poucos roqueiros velhos (acima de 27 anos) vivos.
ResponderExcluirNão existe este tal pacto, pelo simples fato que não se faz pacto com frutos da imaginação.
ResponderExcluirhttp://issuu.com/jconexao/docs/dia_do_basta_porto_alegre
Talvez seja a consequência da negociação", por isso existem tão poucos roqueiros velhos (acima de 27 anos) vivos.
ResponderExcluirOs que passaram dos 27 anos estão caretas e poooooooodrews de ricos!
Em "Il Diavolo" (1953), o escritor italiano Giovanni Papini (1881-1956) afirmou que antes de se odiar o Diabo deveria-se tentar compreendê-lo. Isso porque o papel que lhe foi delegado por Deus foi de certa forma benéfico para a vida humana, que não existiria se o homem não concedesse algo ao Demônio. Segundo Papini, até mesmo o mais sórdido dos pecados, a avareza, "contribui para a virtude da poupança e para a prosperidade dos povos".
ResponderExcluirContudo, a melhor percepção de Papini sobre o papel do Diabo foi a sua utilização como bode expiatório de nossos erros e fraquezas. Para o escritor italiano, não é justo culpá-lo por isso, pois tudo que nos afasta da realização de nossas possibilidades nunca é obra do Demônio. Assim, "escudar-se nas tentações do corruptor é uma facilidade que nem sempre corresponde aos fatos".
Prepare-se então, pois no Dia do Juízo Final, cada um de nós deverá responder pelos seus atos diante do Criador.
De fato, o diabo pode despertar as virtudes correspondentes, no caso no lugar da cobiça, se a pessoa resiste, surge a virtude do despego.
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