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18 de out. de 2009

Galeria de Inutilidades Cotidianas.

Algumas expressões são usadas cotidianamente para descrever ações de pouca, ou nenhuma efetividade. Quase todas servem muito bem para qualificar atos políticos, ou a atitude passiva das pessoas diante dos problemas globais.

Tapar o sol com a peneira.
Tapar o Sol com a Peneira
A encruzilhada da humanidade diante da realidade do Aquecimento Global: ou as emissões são reduzidas e se empobrece, ou continua tudo como era dantes no quartel de Abrantes e vamos todos para o brejo. Por enquanto, estamos indo para o brejo, pois no Encontro das Nações Unidas em Copenhague para alinhavar um acordo mundial sobre mudanças climáticas, a solução mais acenada tem sido tapar o som com a peneira. Afinal, quem quer abrir mão dos seus confortos?
Financiamento e metas de redução travam acordo climático [Terra].

Agora é tarde, Inês é morta.
Agora Inês é Morta
Após anos de inflação dos grandes centros urbanos, algumas ilhas autônomas se formaram no território brasileiro controladas apenas pelo tráfico de drogas. Hoje, os políticos falam em retomada das favelas pelo Estado, só agora que Inês é morta?
Origens desta expressão no [Recanto das Letras]

Enxugar gelo.
Enxugando Gelo
A Groenlândia está derretendo a olhos vistos e a humanidade, ao fazer ouvidos de mercador, continua tentando enxugar gelo.

Chover no molhado.
Chover no molhado
Quando uma cidade como São Paulo experimenta espasmos a cada chuva, significa que os gestores públicos estão chovendo no molhado com suas políticas urbanas lenientes.

Para inglês ver.
Para inglês ver
A antiga expressão cunhada no tempo do império português para qualificar a ineficácia das leis, continuará válida ad eternum com relação à políticas efetivas de proteção aos Ecossistemas? Enquanto a Amazônia arde em chamas, o governo lança paliativos para inglês ver.
Origem da expressão no [Yahoo!Respostas]

Ventos do norte não movem moinhos (bonus track).

Origem da expressão no [Yahoo!Respostas].

3 comentários:

  1. É seguramente mais fácil não acreditar naquilo que não se quer ver do que o contrário.
    A verdade pode ser bem mais dura do que viver na mentira.
    O que foi preciso Hitler fazer para que alguns países percebessem que estava em marcha um plano de genocídio?
    Onde é que esta loucura vai parar?
    Ninguém sabe... Vivemos numa época em que a informação chega a todos os cantos do mundo, constituindo um bem inquestionável mas, parece que as pessoas têm, cada vez mais, medo do mundo real.
    Ninguém quer criar o pânico, por isso desmentem a realidade.
    Eis o laboratório para os sociólogos trabalharem.

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  2. Sábias palavras, nos defrontamos com o paradoxo de vivermos na era da informação e ela não valer absolutamente nada.

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  3. Reflexão e em simultâneo indignação.
    Vem isto a propósito dos incêndios que vão devastando sem dó Portugal e o Brasil.
    Natureza? Não creio. Mão criminosa, essa sim. A mando de quem? Presumo, para não dizer que tenho a certeza. Provar? Grandes interesses se erguem e esses são inimputáveis.

    Portugal é o país que arde e reage ao fogo. Que canaliza dinheiro para aviões, helicópteros, fatos especiais, porque é mais fácil, porque requer apenas um conhecimento rudimentar, somos o país que tarda em definir uma conveniente política estratégica para a floresta, um país que não age por antecipação.

    Habituámo-nos a olhar para os incêndios como uma fatalidade nacional, encolhemos os ombros, rezamos, crentes e não crentes, para que os bombeiros actuem depressa.
    Depositamos nos seus ombros a total responsabilidade de nos livrarem deste mal que nos assola com uma brutalidade que só não é mais nociva porque já a inscrevemos no calendário. É rotina.

    Discutimos os meios, politizando os argumentos, sobre quem manda em quem. Sobre o que realmente importa discutir, zero. Nada.

    Debater a limpeza das matas no Inverno soa-nos quase insultuoso (para quê, se está a chover?), desenvolver programas de treino para os bombeiros meses antes de as sirenes soarem nos quartéis seria extemporâneo, porque nos habituamos a que eles, por via da sua coragem, ajam, por vezes, muito com o coração e pouco com a cabeça.

    Não seria útil a um país parar um pouco para reflectir?
    Não se deveria promover uma ampla discussão nacional para, de uma vez por todas,deixarmos de assistir ao mesmo filme, ano após ano?

    Há distância vejo o mesmo cenário, no Pará, Mato Grosso e o sufoco de S.Paulo.

    Talvez seja mais cómodo culpar a Natureza pelo infortúnio colectivo ou depositar a culpa nas queimadas involuntárias.

    O acidente explica tudo.

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