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27 de abr. de 2010

Europeus hipócritas proíbem a Burca em prol da pornocracia?


O pretexto da luta contra a submissão das mulheres tem servido como pano de fundo para a proibição da vestimenta islâmica nos espaços públicos das metrópoles europeias.

Porém, a veemência a favor da liberdade das mulheres não encontra igual ênfase quando se trata de tirá-las do jugo da superexposição dos corpos e do uso indiscriminado da mulher como objeto sexual. Graças à “liberdade” da exibição compulsória de carnes humanas, as mulheres que alegadamente estão sendo defendidas em seus direitos, são submetidas à ditadura insana das cirurgias plásticas, porque devem atender à demanda do olhar social exigente de formas eternamente jovens.

Paradoxalmente à vociferação contra as vestimentas devocionais, os europeus emudecem quanto à libertinagem, implicando na absolutização da liberdade de quem decide desnudar-se em parques e copular em praça pública, enquanto relativizam o livre arbítrio de professantes de religiões que proíbem a exposição de rostos.

Hoje podemos entender a profundidade simbólica das imagens chocantes que correram mundo, de iraquianos sendo torturados nas masmorras americanas: a primeira providência dos algozes foi suprimir dos muçulmanos as suas roupas, ou seja, todos os esforços do Tio Sam foram envidados para desconectarem os prisioneiros do opróbrio da sua caretice moral.

Enquanto a proibição da Burca ganha adeptos, neste novo mundo pró-pornografia qual é o lugar do discurso defensor da diferença e do interculturalismo?

9 comentários:

  1. A lei destinada a proibir o uso da burka no espaço público francês tem causado uma polémica incompreensível.

    Uma mulher da tribo Bororo pode passear-se por Paris com o seu traje típico, que consiste no corpo nu pintado com argila?

    Uma francesa pode entrar numa repartição pública com o biquíni que usa na praia?

    O argumento religioso não colhe.

    A religião sempre teve as costas largas mas, há limites, e convém começar a assinalá-los, sob pena de ficarmos entregues ao arbítrio dos senhores que a dirigem, senhores desumanos, demasiado desumanos, em particular nos países islâmicos.
    Não sabemos quantas mulheres foram na Arábia Saudita, ou no Irão, no Paquistão, etc.espancadas pelos maridos, ou quantas crianças foram vendidas como esposas a velhos que nunca tinham visto. Mas sabemos que basta de justificações religiosas para este massacre de metade da população, em vigor em quase todos os países islâmicos.
    Muitas delas são já cidadãs francesas de segunda ou terceira geração só significa que a lei peca por tardia. Mesmo que muitas dessas mulheres se manifestem defensoras do traje que as anula, a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros e um ser fantasmático, sem rosto, sem identidade, é uma ameaça evidente a todos os outros que circulam no espaço público.
    Não faz sentido que, ao mesmo tempo que se afinam as máquinas de detecção de bombas nos aeroportos, se deixem circular por escolas, hospitais e museus potenciais bombas humanas.
    O exemplo é um enxovalho para todas as mulheres e homens que se vêem como seres livres e iguais.
    No recato das suas casas,se as mulheres quiserem usar burkas, ou homens e mulheres adultos tiverem prazer em ser chicoteados, insultados, ou andar pela trela, é lá com eles (desde que não estejam crianças presentes).

    Esta não é uma questão francesa, mas do mundo ocidental, de defesa elementar dos direitos humanos.

    A liberdade inclui o disparate. Mas não inclui a tolerância para com o esmagamento das mulheres debaixo de burkas.

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  2. Mário,
    temo que dentro de algum tempo sejamos obrigados a adotar o estilo devasso dos maiores próceres da União Europeia franceses, ingleses, holandeses, belgas, alemães,etc. Espero que em breve não sejamos obrigados a nos tornarmos homossexuais, promíscuos, drogados, ou prostituídos, já que a degradação de usos e costumes imperante nestes países é bem mais vergonhosa para a civilização humana, do que os supostos códigos restritivos do Islã que eles insistem em espezinhar.

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  3. Acho que a justificativa de defender a mulher é besteira.
    Não é essa a verdadeira razão das leis anti-islamicas na europa.
    A verdadeira razão é conter a nova onda de invasão moura.

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  4. Como sempre, temos um cenário de luta moral, praticamente os mesmos motivos que levaram os cruzados às portas de Jerusalém.

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  5. o que eu não entendo, e acho que jamais entenderei, é a necessidade que as nações, os povos, as culturas têm de dominar uns aos outros. no momento em que uma nação alcança um patamar que julga ser dominante, geralmente pelas vias do desenvolvimento econômico, sua primeira atitude é tentar sufocar as demais nações, seja através da violência pura e simples, seja tentando matar as crenças, tentando matar os costumes, a base cultural das outras nações.

    por que não se pode simplesmente conviver com as diferenças?

    por que não se pode admirar simplesmente a beleza das culturas mil que existem no mundo?

    por que não se pode simplesmente respeitar as crenças, os costumes dos outros povos?

    não são as nossas crenças, não devem existir?

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  6. Fabi,
    gostei muito do seu libelo contra o esmagamento do diferente simplesmente porque ele é diferente.

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  7. Gostei do texto da Fabi e a sua forma de ver a vida.
    Era tão bom se fosse assim tão simples.
    O que escrevi causou um sentimento, digamos de revolta.

    Eu entendo. Também o sinto.

    Passo a explicar a realidade.

    Ainda estamos em guerra com "o terror".
    Estar em guerra com o terror é tão estúpido como estar em guerra com o medo ou com o cancro.

    São factos. São, às vezes, sentimentos.

    Temos mais medidas de segurança em aeroportos, mais scanners, mais restrições e aflições, mais investigações, mais detenções e arbitrariedades.
    Nada disto fará, exactamente, parar a guerra com o terror que é uma guerra que por definição é intemporal e infinita.
    Em rigor, só acabaria quando todos os terroristas estivessem mortos e como nunca saberemos quantos são, como são e quantos restam, nunca veremos o fim desta guerra.
    Nunca será possível prever todos os terroristas, todos os desocupados, todos os recrutados, todos os anarquistas, todos os psicopatas, todos os extremistas, todos os socialmente desadequados, todos os vingadores e todos os vingativos.
    O terrorismo, tal qual o conhecemos desde o 11 de Setembro, faz parte das nossas vidas. E continuará a fazer.
    Na imaginação, o terrorista não é filho de banqueiros e antigos ministros.No entanto, muitos dos terroristas da definição clássica, por opção e não por imposição são jovens da classe média, educados em universidades do mundo europeu ou americano.
    Desde o 11 de Setembro, europeus e, sobretudo, ingleses, já abortaram e preveniram vários atentados, sem ameaçar países nem justificar guerras preventivas.
    Cabe aos serviços secretos e militares destes países conduzir na sombra um trabalho que deve permanecer na sombra e que, desde o 11 de Setembro, tem tido assinaláveis sucessos.
    Que nunca são mencionados nem devem sê-lo porque a histeria conduz à irracionalidade.
    Nenhum Chefe de Estado ousa pôr em isto em causa.

    Não sei se consegui traduzir os sentimentos dos europeus. Acreditem que é dificil viver assim.

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  8. Mário,
    o terror e o medo são companheiros habituais dos culpados. E os Estados Europeus são culpados por disseminar ao longo dos séculos da modernidade o terror da dominação cultural e a miséria.
    Assim, quem plantou ventos está colhendo tempestades, ou seja, dos bolsões de miséria criados pelos países europeus ao redor do mundo se levantam indivíduos que nada mais tem a perder, pois foi deles foi tirado tudo, especialmente a dignidade humana.
    Quando estive na Europa, me espantei com o nível absurdo de riquezas detidos pela UE, logicamente que para uma elite sugar grande parte dos bens produzidos pela humanidade há um preço e este preço é o medo de perder o domínio do império.
    Por isso, tratam de esmagar o diferente, que limpa as suas sujeiras e desempenha suas tarefas subalternas, querem os braços de turcos, asiáticos, africanos, árabes, brasileiros, mas não o coração desta gente, que serão relegados para sempre a cidadãos de 3ª categoria.
    Como seria tão mais simples distribuir renda e combater a miséria global, do que atacar moinhos de vento! Mas, o preço, considerado alto demais por eles, seria a renúncia a um estilo de vida nababesco e ecologicamente insustentável.

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  9. Tudo o que escreveu é real e inquestionável.
    Se um dia tiver oportunidade de visitar os EUA vai verificar que é bem pior.
    Estive em Chicago (Estado do Illinois) é lindo para turista ver. A miséria existente é incomparável à europeia. Dá dó.
    Claro que com isto não quero justificar o modo de vida europeu. A Europa está subordinada aos EUA,é um facto.
    Não temos hipótese de alterar o rumo. Os grandes interesses instalados são um obstáculo intransponível.
    Não sei por quanto tempo.

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