Por causa da reforminha secular que está corroendo a minha casa...
... fui obrigado a desligar a parabólica e me submeter a um jejum forçado de TV.
Porém, como tudo na vida tem prós e contras, as semanas de abstinência produziram bons frutos que vale a pena compartilhar:
Consigo passar mais tempo na frente do computador:
não atraso mais os cronogramas, por estar hipnotizado olhando Datena, Ratinho, Pica-Pau, Pânico na TV, CQC... e é lógico, o UFC Sem Limites aos sábados, sem esquecer do CSI todos os dias.
Minha cara-metade consegue ver seus seriados enlatados americanos preferidos na Internet.
Vantagens: você só vê o que gosta, quando quer, quanto quer e o resultado é baixa a sua média de tempo plugada vendo programas idiotas, tais como o lixo do TV Fama e as novelas de Globo, que carecem dos aspectos educativos e culturais do Ratinho e Datena, ou do incentivo sadio à prática de esportes do UFC.
Meus prazeres na cama aumentaram:
acredita, a TV causa insônia porque cria um tsunami no teu cérebro!
Meus prazeres à mesa se multiplicaram:
já que agora posso me dedicar às delícias do estilo de vida slow food.
Sobrou-me mais tempo livre para usufruir as emanações transcendentais da música.
Aumentou o meu contato com a natureza.
Nunca mais me estressei no trânsito, na ânsia de chegar correndo em casa a tempo de pegar o Datena.
Enfim... me libertei de todos os meus vícios!
Poh cara não acredito que você dava audiência a porcaria da tv aberta. Minha casa não prescisou nem ser "destruida" para que eu repudie a tv aberta. Sem dúvida ficar plugado na internet é muito mais proveitoso. Até escrevi sobre isso.
ResponderExcluirhttp://connecting-neonerds.blogspot.com/2010/02/televisao-aberta-brasileira-o-resultado.html
O post levou-me a reflectir como deveria ser tranquila a vida à 60 anos atrás (que não vivi), o pouco que sei foi extraído dos jornais daquela época que estão na Biblioteca Nacional. Uma relíquia. O que imagino é muito subjectivo. Certamente será utopia.
ResponderExcluirAs mãos tinham a sua importância. Os negócios faziam-se com um simples aperto de mão.
Os homens cuidavam do jardim, manejavam pincéis e tintas, consertavam coisas eléctricas, subiam ao telhado e sabiam de canalizações. As tarefas não eram delegadas, eram distribuídas. Tudo se consertava: um rádio fanhoso, uma mesa manca, uma fechadura romba, uma persiana encalhada.
Ninguém deitava nada fora, nem ricos nem pobres. Deitar fora era um sinal de má-criação e desperdício. As pessoas eram bem-educadas e ensinavam os mais novos a não desrespeitar os mais velhos. Não existiam lares de terceira idade. Nem creches.
Não falo desse tempo como de um tempo ideal.
Andámos um longo caminho. O problema é que destruímos e substituímos tudo o que estava para trás e algumas das coisas que destruímos precisamos delas. Sentido de honra e decência, são apenas exemplos.
Hoje a única coisa que temos verdadeiramente nossa é a vida privada.
Um inventor pode inventar o que quiser. Assim, quando partilhamos a nossa vida com alguém que é o nosso amor, uma conversa, um livro, um sorriso, representam a essência da beleza.
Quando olhamos para os bons exemplos, sentimos algum conforto.
Um pouco de abstinência televisiva faz bem pra todo mundo.
ResponderExcluirAbraços...