A geração Y, que recém está na plenitude da sua juventude, cresceu bestificada por iPods, Smartphones, iPads, Notebooks e todo o potencial conectivo proporcionado pelas redes sociais: Blogs, Okurt, MSN, Twitter, Facebook, etc. Porém, o tempo implacável chegará é pegará de surpresa aqueles que se acreditam possuidores da eterna juventude.
Presente: duas jovens fúteis tagarelam sobre os melindres da função Poke (cutucar) do Facebook
Geração Y daqui a 60 anos: as tais “moçoilas” ipsilones tergiversam sobre o mesmo tema, só que situadas num futuro distante, pilotando seus andadores e às voltas com as mesmíssimas mesquinharias, disputando vaidades à propósito do Poke do Facebook
Será que no suceder das gerações V,X,Y(**)... que talvez sejam sucedidas pela Z (se o mundo não acabar antes), continuaremos sendo tão palermas quanto hoje em termos de relações humanas?
(*) Geração Y [bernabauer].
(**) Quem classificou as gerações com as últimas letras do alfabeto, pessimisticamente não acreditava que o mundo sobreviveria intacto para contemplar uma Geração Z.
O mundo virtual é uma extensão do que ocorre na realidade. A conversa ou a troca de opiniões feitos pela Internet é diferente do que ocorre quando estamos pessoalmente.
ResponderExcluirIsto de certa forma é verdade no que diz respeito às nuances da fala e as suas formas de comunicação. Existe a expressão corporal que diz muito sobre o queremos dizer,e também o modo de expressão fácil.
Um simples gesto de ombros por exemplo mostra a apatia por certos assuntos e daí se encerra um possível diálogo.
Um assunto que necessitaria mais atenção do interlocutor pode ser interpretado como desinteresse quando na conversa há um bocejo do ouvinte. Uma possível opinião incómoda então, morre antes de começar.
Os grupos têm a característica de fazer com que cada integrante se sinta mais forte e seguro nas suas opiniões desde que estejam de acordo com a norma que este mesmo grupo impôs.
Um argumento proveniente de alguém com uma acentuada deficiência intelectual não é nenhum problema desde que esteja em conformidade com o que o grupo de indivíduos ou de membros desejam. Assim sendo, as gerações seguintes continuarão com os mesmos procedimentos. Ninguém quer ficar fora do grupo.
A sociedade ocidental tem passado por um processo de fragmentação das emoções além de um contínuo encasulamento.
ResponderExcluirNas últimas décadas do século XX aprendemos a gostar de viver isolados nos nossos apartamentos, escritórios, automóveis. Na primeira década deste, a facilidade de tráfego de informação agudizou-se de tal forma que mesmo as audiências de eventos planetários como o Mundial de futebol se desintegraram por um sem-número de suportes e canais
Cada um vê o jogo que quer, à hora que quer. Com uma excepção: os jogos das nossas selecções. Aí o que vale ainda é o prazer da experiência colectiva. E se a resposta para isso, até ao Mundial passado, acontecia em bares, praças e cafés, onde era possível vibrar com os outros, as redes sociais demonstraram ser uma alternativa importante.
Mudando de lado do campo, temos a morte como um evento, algo que acontece interferindo no andamento das coisas, criando uma efeméride no calendário. Se excluirmos os fuzilamentos, a morte não respeita a agenda de ninguém. Simplesmente acontece. E, acontecendo, precisa de ser expiada, comentada, chorada e, até mesmo,comemorada.
Saramago virou assunto de uma infinidade de posts. Boa parte a citar as suas incoerências e contradições.
Impressionaram-me as dezenas de facebookers que não se coibiram de cuspir na campa do autor. O tipo de comentários sobre o único escritor (em) português a merecer o Nobel de Literatura foi muitas vezes alvo da piada fácil à ofensa inteligente.
Ou seja, o Facebook é mesmo um café de bairro onde todos se sentem à vontade para expressar os seus menos pensados sentimentos seja qual for o tema. Não deixa de ser bonita essa democracia da passionalidade, o que não a torna menos impiedosa.
Reverenciando Saramago: "Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todos os dias."