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16 de set. de 2010

A infeliz morte do Desktop.

Morte ao Desktop
Acredite se quiser, mas escrevo estas parcas linhas num Desktop, não exatamente com a aparência do histórico aí de cima, pertencente a um antigo abrigo russo antibombas ainda ativo, mas num aparato cuja história, mesmo tendo começado na década de 80, continuou sendo atualizado até agora... o que está prestes a mudar.

Rumores na Internet dão conta de que a era dinossáurica da clássica configuração de monitor, mouse, teclado e torre está com os dias contados, tanto que ela já saiu dos planos dos gigantes da tecnologia. A Apple já se arroga de ser uma empresa de dispositivos móveis (numa herética desconsideração à história gloriosa do Mcintosh) e o Google nem pensa em reinventar um Sistema Operacional para desbancar o Windows, porque já o considera morto-vivo, sobrevivendo graças ao minguante parque de máquinas detentoras de processamento local.

E a visão do Google engloba o paradigma do notebook, pois eles pensam estritamente em dispositivos móveis nativamente concebidos como interfaces exclusivas para acessar a nuvem. Enquanto os novos gigantes dos gadgets conectivos travam uma sangrenta batalha pelo domínio do mundo de amanhã, eles desdenham a relevância da Microsoft, cujo destino está selado, posto que umbilicalmente ligado ao parque de PCs em extinção.

E eu, na qualidade de um dos últimos moicanos pilotos de mouse, teclado, monitor e torre, não posso deixar de lamentar o fim do workspace e o fim da era em que você sentia a sensação de “dominar a máquina”. Chega ao fim também o tempo de desmontar o esquipamento para espetar novos periféricos, ou aumentar a memória. Que destino terão os overclockers e os artífices fuçadores de casemods? Hoje se vê as pessoas acessando despudoradamente seus dispositivos móveis de qualquer lugar, renegando as antigas liturgias oficiadas nos sagrados templos do workspace.
Sagrado Workspace.
Talvez num futuro próximo, os simpatizantes dos extintos PC's se unam em irmandades underground para trocar experiências sobre antigos Sistemas Operacionais, mouses de bolinha, drives A, prompts de comando, coolers a nitrogênio e overclocks alucinantes.

Em ritmo de luto pela perda da história de tudo que é sagrado ao iniciado Geek - HD, motherboard, placas off-board, drives, memória RAM, arquitetura aberta, bus, BIOS, e trocentas coisas que te faziam o cara mais estranho da rua - despeço-me sem mais delongas, por ora ainda a bordo do meu Desktop, já resignado ao fato de que no próximo update de computador, talvez tenha que me vergar aos ventos minimalistas preponderantes no mercado. Porém, sem antes te confessar que nunca deixarei de amar os mainframes.

Referência:
Google decreta que computadores de mesa serão irrelevantes em três anos.

21 comentários:

  1. Delírios, delírios. Quanto mais diminuem os equipamentos, mais caros, o que significa menos compradores.

    Imagina um designer ou um digitador trabalhar num palm KKKKKKKKKK.
    Já é ruim teclar num netbook.

    Ai, só rindo.

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  2. Talvez restem as estações de trabalho para atender nichos de mercado, mas que continuariam inacessíveis aos comuns mortais.

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  3. Impossível desenhar em um notebook (a menos é claro que haja um tablet conectado a ele), mas mesmo assim é incômodo. Até se o artista gráfico tiver apenas um mouse ele consegue se virar, mas com o detestável sistema apontador do notebook é um suplício. Pelo menos para quem faz arte no Desktop, ou até mesmo para programadores, e era do computador de mesa ainda vai longe, a meu ver...

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  4. "Objetos arqueológicos da era mesozoica da informática." Então quer dizer eu daqui alguns anos, eu como a arqueóloga posso começar a fazer escavações de computadores antigos? Adoro!
    Hahahaha.

    Adoro seu blog, cara!

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  5. Liz Marinho,
    vai poder fazer escavações de computadores antigos, quiçá as futuras gerações achem que eles eram usados para rituais mágicos. Obrigado pelo carinho!
    Ninguém mais vai compreender porque alguém tinha um lugar especial da casa, com móvel, cadeira e parafernálias de fios que serviam para usar um computador.

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  6. Na minha opinião a Microsoft é claramente líder do mercado.
    Não sei a razão mas, o software (profissional) que utilizo é proveniente dos EUA e só corre no XP Profissional ano após ano. Como tenho duas licenças de cada, um deles(3) está instalada num servidor (rede) para três Dektop. A outra, instalei num portátil Toshiba Tecra A 10-12A pela simples razão que tinha o XP Profissional. Contactei os representantes em Portugal e não existe alternativa.
    Sinceramente tendo dúvidas que no curto prazo o Dektop vire a peça de museu.
    Quanto ao Google, recordo-me, salvo erro que em 2009 veio o Chrome OS mas não teve futuro. Claro que a competição entre os gigantes não pára de aumentar.
    A título de curiosidade, também eu, estou em casa a escrever num Dektop que não utilizo para fins profissionais.

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  7. Mario Ventura de Sá,
    o Chrome OS só não decolou porque o Google está 100% voltado para a nuvem. Ele jamais investirá na plataforma atual, por considerá-la obsoleta. É tudo uma questão de paradigma, enquanto perdurar o parque de PCs old fashioned, a Microsoft reinará soberana porque isto é tudo o que ela sabe fazer de melhor.
    No entanto, quando a computação migrar massivamente para os dispositivos móveis, lembraremos então da Microsoft com o mesmo saudosismo que recordamos das demais empresas de tecnologia que cumpriram brilhantemente um papel no seu tempo e esboroaram frente aos novos e insuperáveis desafios.

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  8. No que depender da minha pessoa essa teoria vai ser furada.
    Detesto notebooks.
    Detesto telas touchscreen (com excessão de iPhone, iPod e similares).
    Desktop Forever!

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  9. duplat666,
    também prefiro o Desktop e na realidade ele não vai morrer, mas temo que o seu preço vá além das possibilidades dos comuns mortais, porque pode se tornar um artigo de nicho, logo, luxo.
    O Desktop fadado à extinção é o comunzinho que você vê nas lojas de informática e magazines, isto porque, como o seu consumo está despencando, a indústria chinesa vai se desinteressar por um mercado em encolhimento.

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  10. É claro pra mim que o mundo está ficando cada vez mais totalitário. Imagina isso somado a um ambiente altamente tecnológico, onde tudo é feito na "nuvem".

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  11. JCastle,
    ... acrescido ao fato de que a Web está morrendo. Aclaremos os conceitos; enquanto a Internet em geral está muito bem obrigado, a parte WWW, que é feita sem fins lucrativos e sem a interferência dos grandes monopólios financeiros, está com os dias contados.
    Talvez, daqui a pouco reste o último bastião Web representado pela Wikipédia, já que o penúltimo baluarte foi assassinado em 2009 pela ganância financeira do Yahoo, falo do saudoso Geocities, que representou desde 1995 a grande oportunidade das pessoas comuns abrirem um site gratuitamente na Internet.

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  12. brow tamo no brasil sangue bom, isso é lenda vc sabe que os melhores upgrades são para desks, milhares de agência de propaganda usam MAcs para trampar. E outra no Brasil os desks vão perdurar por anos ainda, essa é a mesma história do jornal impresso que ia acabar. Por acaso acabou?

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  13. coitada das lan house da vida, já imaginaram cada um com seu notbook embaxo do braço entrando numa lan dessas.claro que eles os donos não vão dar bobeira e deixar exposto,seus própios note, há não ser... preso por uma grossa corrente em uma argola na parede
    já imaginaram em cada esquina,em cada beco,em cada banco de praça, "neguinho,no bom sentido" tecrando seu portátil,ladrões batedores de notebook de prantão que o digam, torço para que essa época demore o máximo posível.
    to muito feliz com meu desktop, tanto é que já estou providenciando um outro

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  14. Lincoln,
    enquanto isto o Jornal do Brasil foi pro brejo, quero dizer, saiu do papel e ficou só a impressão virtual e o resto das publicações tradicionais estão na corda bamba.
    Não nego que continuarão as estações de trabalho profissionais (workstations), só que duvido se teremos dinheiro para comprá-las.

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  15. Cara, isso tudo é uma grande merda! Odeio essa idéia de Cloud Computing destruidora da diversão. Eu vejo o futuro não tão sinistro assim. Penso que a extinção dos Desktops é pura balela. Não creio de verdade de isso possa acontecer. Quero ter controle sobre minha máquina. Ajustar do jeito que gosto. Quero eu mesmo ficar na dúvida de que peças comprar de cada fabricante. Quero meu HD em minhas mãos, com meus arquivos, filmes, musicas, etc. Gosto de passar o dedo na poeira dentro do gabinete e de tudo isso que nos alegra nos Desktops convencionais. Não quero meus arquivos numa droga de servidor gigante de merda na internet.Se assim for, tremo só de pensar que no dia que eu esquecer de pagar a conta de internet, corro o risco de nem poder acessar minhas coisas. Offline, com meu deskzinho eu posso fazer qualquer coisa pra me distrair. Posso jogar, posso ver um filme, brincar com o Photoshop, ouvir músicas até cansar, etc. Se as coisas seguirem mesmo os boatos, será o fim.
    I hate CC

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  16. Denial,
    só uma pergunta que não quer calar, onde os seus emails estão enfiados? Lembro que há um tempo atrás nós tínhamos um programa de email que armazenava localmente as mensagens. Hoje está tudo na nuvem e se ela esfumaçar, puffff, lá se foi a nossa queridinha vida cibernética.
    Aos poucos os gigantes da Internet estão sugando o nosso processamento local porque isto é uma questão de poder. Houve um tempo em que você se conectava brevemente, baixava os emails e ficava offline, porque a conexão ocupava a linha telefônica e era muito carro ficar online. Hoje ninguém imagina que há poucos anos atrás o padrão desconectado imperava.
    Os senhores da rede esperam que as pessoas viciem na cloud e abandonem pouco a pouco a preferência pelo processamento local e eles tem todo o tempo para isto. Quando isto acontecer, o desktop doméstico estará definitivamente morto, isto não quer dizer que você não possa comprar uma workstation mais cara do que um gadget da Apple.

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  17. Uma coisa eu sei: terei na minha próxima casa um Desktop velho de guerra, mesmo que parado, não abandono o teclado e o mouse convencionais por nada deste mundo! Considero estes a mesma emoção de dirigir um carro com câmbio manual, onde é você que está no controle.

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  18. Gustavo,
    ainda é uma incognita este negócio do touch screen. Será que isto é ergonomicamente viável no dia a dia? Para os pequenos dispositivos móveis é a melhor solução, mas pro resto...

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  19. Furada, podem ver o que essa grande "nuvem" é capaz de fazer, quando atacada por hackers...

    Tiraram a PlayStation Network do ar... Duas semanas fora do ar e sem previsão de volta.

    Jogadores do mundo inteiro não podem jogar muitos jogos que dependem da 'nuvem', e a Sony já amarga um prejuízo de 24 BILHOES de dólares.

    Vejam mais aqui:

    http://gamehall.uol.com.br/v10/usuarios-irritados-com-invasao-da-psn-ameacam-deixar-sony-pelas-concorrentes/

    Imagina só um ataque hacker criminoso em uma nuvem séria, tipo algo profissional, que deixasse milhares de pessoas sem acessar a net, um sistema de banco ou algo assim...

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  20. Sammy, realmente, o mundo tecnológico está a provar que a nuvem é uma merda, ter todos os dados na nuvem pode ser um furada, etc e talz, mas toda a evolução tecnológica está caminhando para a nuvem porque retira o poder da mão dos usuários.
    Ainda tem um motivo mais importante: a nuvem não depende dos dispositivos e isto beneficia diretamente os usuários, frente à fragmentação caótica de software e hardware que estamos sofrendo.

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