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22 de set. de 2010

Sacrifícios humanos femininos em nome da beleza, ontem e hoje.

Gigantismo mamário artificialA dolorosa vida das mulheres começou ainda no princípio da criação, segundo passagem do Livro do Gênesis 3,16, quando Deus se dirige a Eva, logo depois dela ter comido do fruto proibido: “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.

Assim, apesar de não ser novidade o fato das mulheres terem se devotado ao longo da história a dolorosos rituais em prol do embelezamento, chama atenção que continuem repetindo antigas mutilações, no entanto, hoje camufladas sob o rótulo de procedimentos cirurgicamente corretos. Será que a maldição bíblica imposta por Deus à Eva original, em virtude dela ter comido a maçã do pecado, perdura até os dias de hoje? É o que veremos abaixo, relacionando os procedimentos antigos às suas evoluções hodiernas:

Mulheres girafa ---» body modification de pescoço.
As antigas mulheres-girafa da Tailândia não encontram similares no mundo moderno, porém, mesmo que as nossas contemporâneas tenham se livrado da necessidade de alongar o pescoço, uma modalidade de Body Modification (que consiste em enfiar fios metálicos no gogó) lembra que tal impulso não foi de todo apagado. Vale ressaltar que o misto de espasmo de dor e êxtase orgiástico na cara desta mulher é o retrato emblemático da vocação ao sofrimento.
Neck body mod
Alargadores de beiços ---» complexo Angelina Jolie.
Ao invés dos toscos dispositivos alargadores de beiços usados por algumas tribos africanas, as nossas mulheres se socorrem da moderna cirurgia plástica de enchimento, que eventualmente produz resultados muito mais bizarros. Contudo, para algumas todo o sacrifício é válido na busca da realização do estereótipo conhecido como complexo “Angelina Jolie”.
Lábios limpa-trilhos
Lábios preeenchidos cirurgicamente do tipo "limpa-trilho".

Pés de gueixa ---» salto alto.
A anatomicamente desastrosa imposição social de confinar os pés em calçados diminutos e deformantes não é algo que se possa dizer relegado ao passado milenar das gueixas japonesas, uma vez que as congêneres atuais cometem os mesmos sacrifícios, só que usando um dispositivo de tortura aparentemente mais humanizado: os sapatos de salto alto. Qual civilização inventou um deformador de coluna mais sexy?
Salto-alto tortura medieval
Antigas divindades da fertilidade ---» gigantismo mamário siliconado.
Não há paralelo na história da humanidade com esta bizarrice que o nosso século assiste. Nem a tribo aborígene mais enlouquecida de todos os tempos conseguiu inventar um instrumento de tortura tão cabalmente destruidor do corpo feminino. Este estereótipo tem as suas raízes nos amuletos à fertilidade das antigas tribos pré-históricas, que representavam a figura feminina com os seus caracteres sexuais secundários bizarramente super dimensionados.
Gigantismo mamário artificial
Espartilho ---» retirada cirúrgica de costelas.
Ostentar cintura finíssima sempre foi um dos estereótipos mais escravizantes. Antigamente eram usados dispositivos confeccionados com barbatanas de baleia, chamados de espartilhos. Hoje as mulheres cerram e arrancam as costelas, tudo com o mesmo objetivo ignóbil de parecerem saúvas.
Espartilho
Escarificação ---» cirurgia plástica.
Quem não se horroriza diante dos dolorosos processos de escarificação facial cometidos por algumas tribos africanas? Então, tal horror não acontece também nos processos de escarificação disfarçadas de modernos procedimentos anti-aging? Para atender ao estereótipo da juventude eterna, algumas mulheres se submetem no decorrer da idade, a um continuum de intervenções cirúrgicas, cujo principal efeito colateral é transformar seus rostos em máscaras assustadoramente paralisadas, exemplos de famosas não faltam.
Máscara Plástica
Ideal grego da impuberdade eterna ---» depilação.
Foi decretado em nome do estereótipo da impuberdade eterna, que as mulheres não podem portar pelos no corpo, exceto os cabelos. Graças à isto, foi estabelecido no mundo o mais pavoroso método de auto-infringimento de dor. Estranhamente, adentraram nesta canoa furada os homens, não necessariamente os machos detentores de testosterona, mas os metrossexuais.
As sessões de depilação são tão diabolicamente medievais, que os não-metrossexuais só compreendem as dores que as mulheres aguentam quase semanalmente quando, por razões médicas, são obrigados a depilar partes do corpo.
Posteriormente, os homens depilados experimentam cócegas atrozes provocadas pelos pelinhos crescendo no estágio pós-depilatório. Logo, somos forçados a concluir que as mulheres continuam a sofrer na pele a maldição de terem caído na tentação do pecado original, só que devido à sua total rendição aos estereótipos de beleza, continuam a se submeter voluntária e alegremente aos mais cruéis estágios da dor.
Depilação

2 comentários:

  1. É impressionante a segurança com que a maioria das mulheres se submete a intervenções cirúrgicas!
    As mudanças no nariz são perigosíssimas, basta um pequeno erro para um grande desastre e a beleza some. Isso aconteceu com uma Miss Rio Grande do Sul, que acabou ficando com um nariz de tomada.
    O que pode levar uma pessoa reconhecidamente bela a se arriscar?
    Primeiro ainda temos o ideal positivista de confiança cega na Ciência e Medicina. Como se elas não fossem obras de homens, sujeitas aos seus erros.
    Segundo não temos muito além de um corpo, só isso explica a luta insana pela beleza eterna. A beleza nem está apenas no corpo. Certamente existe a beleza física, mas com ela nos impactamos e depois simplesmente acostumamos e são não existir nada além é até melhor apenas observar esta pessoa de longe, como se faz com uma bela estátua. Até que por fim ela se maltrate tanto com os dolorosos procedimentos estéticos e se torne mais uma na galeria de monstros da mulher barbada, menor homem do mundo, beiço imenso, nariz de linha...

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  2. O QUE E BELEZA,SENÃO UM CONCEITO PESSOAL. LOGO SEGUI -LOS E PURA FALTA DE INFORMAÇÃO E OPINIÃO PROPIA. SER BELO OU NÃO DEPENDE DOS MEUS OLHOS,DE COMO ME VEEM.

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