No dia 23 de Setembro de 2009 o sol ilumina de maneira igual os dois hemisférios do planeta Terra. É chegado o evento astronômico do Equinócio, que marca um dos dois dias do ano onde noite e dia tem durações iguais – que marca o balanceamento perfeito entre a bem-aventurança e a desgraça.
A maneira como as conjunções planetárias afetam o coração dos homens depende do seu conteúdo. “A quem tem, lhe será dado”, portanto, o vazio será mais vazio e sobejante transbordará. Quem caminha nas manhãs perfumadas ao longo das alamedas fecundadas de polem e algazarras da passarinhada, pode colher o bendito fruto ou rechaçar as emanações da natureza profícua.Tudo depende do tipo de matéria prima que cada um carrega no seu coração, já que qualquer coisa lá existente fecundará, para o bem... ou o mal.
A arte exprime melhor a ambiguidade latente da mais libidinosa das estações, mais precisamente a música para o balé “A Sagração da Primavera” de Igor Stravinsky, que é a representação de um ritual pagão de vida e morte.
A segunda parte, denominada “O Sacrifício”, ambienta musicalmente o ritual bárbaro da imolação de uma virgem. Repleta de harmonias profanas e avassaladoras, Stravinsky reproduz em música o que os odores primaveris nos provocarão ao longo dessa estação, que paradoxalmente tanto poderão estimular paixões, quanto ódios adormecidos.
O poder despertado no Equinócio primaveril não pode ser contido, pois uma vez liberado, se espalha por toda a terra abrasando e desestabilizando. Assista o Sacrifício de “O Rito da Primavera” (Le sacre du printemps) de Igor Stravinsky e depois não me acuse de não ter avisado!
Informações programáticas sobre a "Sagração da Primavera" [O Canto da Filosofia]
Foto 1: Montagem em foto publicada em [фото на fotokritik.ru]
Foto 2: Montagem em foto do Monumento aos Judeus em Berlim de [pricher]
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