Páginas

Pesquisar

6 de fev. de 2010

Tudo o que as campanhas sobre sexo omitem, por não quererem falar de hábitos seguros.

As propagandas de prevenção contra as DST* patrocinadas pelo governo são reducionistas, pois se concentram única e exclusivamente na disseminação do uso da camisinha. Para fugirem da pecha de moralistas, os sexólogos do poder evitam abordar nas suas propagandas quaisquer referências a hábitos saudáveis.
O resultado das campanhas governamentais é o incentivo indireto à promiscuidade, ou seja, o estimulo ao sexo inseguro, mesmo quando praticado com camisinha.

- É sabido que, apesar de aparentemente estarmos na era da informação, os adolescentes e jovens continuam ignorando coisas básicas sobre o sexo – e os adultos, ou proíbem pura e simplesmente qualquer possibilidade de relacionamento aos seus filhos, ou deixam-os livres e recomendam o uso da camisinha, como se esta por si só afastasse todo o risco de contágio de DST.
Preocupação com a camisinha
Nas campanhas contra as DST cuja tônica recai exclusivamente no uso da camisinha e se omitem quanto a hábitos saudáveis e seguros, seria justo que preconizassem: praticar sexo oral somente com camisinha na cabeça.

- Entre os adolescentes há uma grande ansiedade para perder a virgindade. Só que no seu afã de consumar o primeiro ato sexual, os jovens tendem a menosprezar outras dimensões do relacionamento amoroso, a saber; amor, envolvimento emocional, entrega, carinho, intimidade, ternura e principalmente a confiança mútua.

- Uma relação sexual segura deve ser necessariamente realizada a dois**, entre parceiros que possuam afinidades e compromissos que vão além da mera atração física.
Relação a dois

- A falta de cultivo de hábitos seguros leva jovens e adolescentes a contraírem DST ainda na primeira relação, mesmo aqueles que tenham se precavido com a camisinha. Isto porque o risco de transmissão acontece quando há trocas de fluídos corporais entre os parceiros, como no sexo oral por exemplo. Mesmo o casal se restringindo ao sexo penetrativo com camisinha, há o risco de rompimento do látex.
Lembre-se que, sem haver confiança no parceiro ou parceira, a proteção ideal seria o uso de camisinhas individuais para o corpo inteiro.

- Isto nos remete ao princípio deste texto. É inútil basear toda a segurança no uso do preservativo, se ele corre o risco de romper a qualquer momento. As pessoas que estão ansiosas para ter a sua primeira relação sexual devem saber que a escolha correta do parceiro, ou parceira é mais decisiva do que colocar todas as fichas numa barreira física falível. Então, quando você resolve transar com alguém, a noção de hábitos seguros recomenda que conheça profundamente esta pessoa, de preferência que tenha feito exame prévio de detecção de DST.

- Para que isto se concretize, não há como prescindir da responsabilidade dos pais na formação e informação de crianças e adolescentes num diálogo franco e aberto que supere tanto a proibição total, quanto o laissez-faire da permissão irrestrita.

- Praticar hábitos seguros, além de não implicar na dispensa do uso da camisinha, significa a adoção de outros comportamentos, tais como: não praticar o sexo desconectado de envolvimento emocional, que implica em recusar intercursos sexuais em encontros fortuitos e descompromissados.

Referências:
Saiba mais sobre Doenças sexualmente transmissíveis e Sexo Seguro [DST].

*DST = Doenças sexualmente transmissíveis tais como sífilis, gonorréia, HPV, AIDS, Herpes, e até Hepatite, se houver contato com o sangue do parceiro ou parceira através de microfissuras que podem acontecer durante a cópula.

**Monogamia = relação mutuamente fiel entre dois parceiros, o que exclui trocas frequentes de parceiros e sexo grupal.

12 comentários:

  1. Amiguinho, não sei se essas tentativas de lição de moral são da alçada do governo.

    Apesar de concordar com você, discordo que a responsabilidade desse esclarecimento é do governo enquanto órgão executivo. É a educação caseira que conta muito mais nessa hora, e para isso precisamos de pais esclarecidos lidando com filhos bem educados. AÍ SIM, é onde entra a responsabilidade do governo. Proporcionar uma boa educação para a população e todo aquele blá blá blá que a gente já conhece =)

    ResponderExcluir
  2. Parabéns meu caro Isaias. Gosto sempre de seus textos mas nesse voce abordou de maneira leve um assunto que precisa ser pensado com profundidade.

    Peço licença para voce, e se não se importar vou publica-lo na integra em meu blog.

    Grandes abraços

    www.jotagebece.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Fábio Buchecha,
    A família está tão desestruturada, que nada podemos esperar dela. Portanto, é do governo que deveria partir algo do tipo: no carnaval não transe com tudo o que aparecer pela frente, não use drogas, principalmente as injetáveis.
    Mas o que vemos? Eles se limitam a estimular a promiscuidade, desde que seja com camisinha e a incentivar o uso de drogas, desde que seja com seringas descartáveis. Ou seja, pago impostos para que o Estado me doutrine a cometer atos ilícitos: poligamia e drogadição. Tudo isto feito em nome do medo do moralismo.

    Jonas,
    Por este artigo ser de utilidade pública, pode publicá-lo na íntegra, concedendo o devido crédito.

    ResponderExcluir
  4. Hipocrisia e moralismo são impeditivos de uma educação sexual saudável, quer familiar e mais importante ainda,o Estado deveria instituir nas ecolas aulas de educação sexual.
    Os jovens fazem a aprendizagem nas publicações. Como exemplo, a diferença de conteúdos entre as dirigidas a eles e a elas, pois estas são um espelho fiel dos fantasmas, medos e sonhos de cada um; nas femininas, fala-se de sexo, amor, comportamento, dietas, beleza, moda e sociedade; ao passo que, nas masculinas, são os carros, os gadjets, os jogos de computador, e, claro, as mulheres bonitas e curvilíneas que enchem as páginas, onde aparecem anúncios de bebidas misturados como incentivo. O sexo pelo sexo resume-se a uma função básica que se cumpre em poucos minutos. A diferença entre ter sexo e saber fazê-lo é o caminho entre a vida e a morte.
    Infelizmente vai continuar. Vamos assistindo a isto impávidos e serenos descartando a nossa obrigação inverter o processo.

    ResponderExcluir
  5. Isaías, é importante avaliar que quando se trata de saúde pública, principalmente no período do Carnaval, onde existem situações de risco como o contágio de HIV nessas festas, as Campanhas de conscientização massivas para evitar que as pessoas sejam infectadas por DST's são importantes para reduzir o número de pessoas infectadas.

    Para mais informações: fernanda.scavacini@saude.gov.br

    Anteciosamente,

    Fernanda.

    ResponderExcluir
  6. Ministério da Saúde,
    Sugiro o trabalho em duas frentes: apagar incêndio em época de carnaval é extremamente positivo, diante da emergência.
    Porém, uma parte da sociedade sente falta de coisas do tipo:
    Sexo: além de usar camisinha, fuja da promiscuidade - saiba que existem outras formas de contágio por trocas de fluídos corporais.

    Ao contrário, o Governo recebeu tempos atrás um financiamento a fundo perdido dos EUA para fazer campanhas na TV com cunho mais moral. O que aconteceu? Os ideólogos do poder recrutaram prostitutas para tentar convencer as pessoas a usarem camisinha. O resultado óbvio não se fez esperar, os americanos suspenderam o financiamento e exigiram o seu dinheiro de volta.

    Drogas: além de usar seringas descartáveis, não use drogas - e se você é drogado, procure o atendimento gratuito oferecido pelo Governo.

    Viajei, estamos num dos países do mundo com maior quantidade de drogados e temos uma deficiência brutal de leitos psiquiátricos, portanto, não é no curto nem no médio prazo que o Ministério da Saúde terá condições de bancar os custos financeiros de tal tipo de campanha. Imagine o caos que seria se todos aceitassem se tratar?

    ResponderExcluir
  7. Ministério da Saúde,
    Vocês discutindo aqui nas Redes Sociais o problema das DST e da drogadição é um exemplo formidável para o mundo de como as coisas devem ser conduzidas nesta tragédia.
    Confesso que tenho que começar a sentir orgulho do nosso país.

    ResponderExcluir
  8. Um pequeno comentário.
    Em Portugal, critico nos jornais,quase diáriamente, desde o Presidente da República até ao detupado (senador). É um direito de que não abdico.
    Depois do que li,sinceramente fiquei pasmado.
    Me desculpe a intromissão.

    ResponderExcluir
  9. Isaías, a Campanha do Ministério tem enfatizado a necessidade do uso da camisinha em qualquer relação sexual, evitando as DST's. Nos materiais de Campanha, inclusive no site da Campanha da AIDS (endereço do site: http://www.usesempre.com.br), a população tem acesso às informações relacionadas a formas de transmissão do HIV e prevenção da doença.

    O Ministério tem dado muita importância à maneira aberta como o tema está sendo tratado nessa Campanha, pois pela primeira vez a ação terá dois momentos: No primeiro, veiculado uma semana antes dos dias de folia, as peças tratam do uso da camisinha e a necessidade de prevenção.
    No segundo momento, na semana seguinte ao carnaval, outros materiais serão divulgados, e estes falarão sobre a importância de se fazer o teste anti HIV, quando se viveu alguma situação de risco.

    Para mais informações, Fernanda.scavacini@saude.gov.br
    Ministério da Saúde

    ResponderExcluir
  10. Olá, Paedia
    o Ministério da Saúde, todos os anos, vem intensificando o combate à AIDS e às DST em geral. Esse ano, a campanha é chamada "camisinha, use sempre". É de grande importância a participação de todos nessa mobilização. Como seu blog é um ambiente formador de opinião, pedimos seu apoio e te convidamos para aderir a causa. Se tiver interesse, estamos disponibilizando um selo Oficial da Campanha para download, para que seja publicado no Blog.

    Tendo interesse, contate-nos
    fernanda.scavacini@saude.gov.br

    Ministério da saúde.

    ResponderExcluir
  11. Envolvimento emocional nada tem a ver com prevenção de doenças. Autoconhecimento e respeito ao próximo, talvez. Muitas relações ditas "monogâmicas" não envolvem cuidado e diálogo, e, convenhamos, quase ninguém usa camisinha numa relação estável. O resultado disso? parceiros que se amam se infectam.

    ResponderExcluir