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6 de abr. de 2010

Top 11 das Crises Existenciais.

Gosto muito de falar de crise porque ela representa a essência da vida. No momento em que alguém resolve os problemas, realiza os sonhos e satisfaz todas as expectativas, significa que a existência encontrou o seu epitáfio.

1) Crise do nascimento – dos 0 aos 10 anos.
Crise do nascimento
Quando você é umbilicalmente dependente das crises dos outros.



2) Crise dos 10 – o fim da infância.
Crise dos 10
Para as crianças você é adulto e para os adultos você é criança.
Quando você descobre que a sua idade não tem mais um dígito, é hora de se despedir da infância, ou melhor, todos começam a lhe cobrar atitudes responsáveis.

3) Crise dos 15 – agonizando no meio do nada.
Crise dos 15
A adolescência se movimenta no seu circo de horrores.
Você está em meio ao período mais conturbado da existência, sem a mínima perspectiva de que tudo isso acabe. Não obstante a sua rebeldia contra tudo e todos, eles vivem totalmente dominados pelo medo do monstro da acne.

4) Crise dos 20 – em meio a muitas dúvidas, o início da fase adulta.
Crise dos 20
Bem vindo ao Deserto do Real!
Você não é mais adolescente, mas mesmo assim continua no meio do nada, sem emprego, sem namorada, sem terminar a faculdade e sem perspectivas de que a sua vida real começe.

5) Crise dos 30 – começa a era do culote.
As principais vítimas desta crise são as mulheres que começam a descobrir detalhes embaraçantes no seu outrora corpo perfeito. Começam a aparecer culotes, estrias, celulites, etc., e se foi a silhueta da juventude perfeita. A nova forma de encarar a idade balzaquiana é a correção corporal pela via do bisturi, numa tentativa patética de restaurar tudo aquilo que a natureza roubou. Como nem sempre a lipoescultura dá certo, vemos estampadas nas manchetes dos jornais a trágica sorte de vítimas saudáveis, mortas em procedimentos cirúrgicos absolutamente desnecessários.

6) Crise dos 40 – garotão temporão.
Crise dos 40
É hora de recuperar o tempo perdido.
Muita gente resolve que é hora de usufruir os últimos resquícios de uma pretensa adolescência tardia: acampar, praticar esportes radicais, frequentar academia e andar de bicicleta, são atos que costumam confirmar o adágio popular: "a vida começa aos 40".
Enquanto isto, as mulheres desenvolvem a paranoia de serem trocadas por duas de 20.

7) Crise dos 50 – problemas no liga/desliga.
Crise dos 50
Para pegar, só empurrando.
Os homens descobrem que certas coisas não se ligam com tanta facilidade como antes. E os episódios de falhas na hora "H" começam a ficar frequentes, prenunciando que o embranquecimento das têmporas não vem desacompanhado. Aí se instala o uso e o abuso de substâncias químicas levitadoras, que injetam uma pressão nova num sistema cardio-vascular combalido. Resultado? Começa a era do ataque cardíaco.
Enquanto isso, mulheres cinquentonas, realizadas financeiramente, passam a procurar o rapaz do sofá da crise dos 20.
» A sexualidade masculina que se resume a um botão on/off.

8) Crise dos 60 – velhos são os outros.
Crise dos 60
Qualquer semelhança com Norberto, ex-personagem patético do BBB9...
Você acha que velhos são os outros. Por seu turno, pelo fato de você malhar, correr, dançar e fazer sapateado, não consegue entender porque os outros insistem em te chamam de senhor.

9) Crise dos 70 – começam as limitações da velhice.
crise dos 70
Velhice é pros fracos!
Você continua fazendo quase tudo o que era dantes, porém, com mais vagareza e medo de tombos que passam a ser trágicos.

10) Crise dos 80 – memória desmemoriada.
crise dos 80
 Outra forma de ver o tempo.
Você descobre que a sua memória está mais do que perfeita para eventos acontecidos há 50 anos e que se esquece de coisas ocorridas há 2 anos. Você se pega, às vezes, confessando que virou um velho.

11) Crise dos 90 – o fim da história?
Crise dos 90
Quando renascer não chega a ser uma má ideia.
Você não tem mais dúvidas de que virou um velho e sente imensa alegria por ainda conseguir dar uns passinhos. Infelizmente, você constata que a sua família e seus contemporâneos se resumem a fotos em preto e branco penduradas na parede. Por isso Deus inventou algo legal chamado renascimento.

Moral da história:
Quanto refletimos sobre a existência como um todo, chegamos à conclusão de que vale mais o processo do que o produto. A realidade é que estamos sempre iludidos por sonhos e enredados em frustrações, porque o passado que se agiganta, nos condena. Enquanto isso, perdemos o fluir da vida em seu livre movimento através do cosmos, como uma das manifestações do Ser Absoluto.

Leia também:
» Imagens da Crise.
» A crise dos 20.
» Que história é essa da vida começar aos 40?

6 comentários:

  1. E o que dizer desta crise de chifre AQUI parceiro! :-)

    huahuahua Morri de rir!

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  2. lEGAL GOSTEI DESSAS ETAPAS RSRS

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  3. A saga de Hércules, foi imortalizado ao realizar com sucesso 12 árduas tarefas, é uma das passagens mais conhecidas da mitologia da antiga Grécia.

    Os desafios enfrentados por Hércules são metáforas das diversas fases do processo de desenvolvimento interior.

    Falamos dos ciclos da existência.

    Na infância e adolescência, prepara-se o terreno onde o trabalho de evolução de cada um que se realiza. É a base, a raiz da árvore da vida que dará suporte ao desenvolvimento futuro, o amor e um mínimo de estabilidade é fundamental.

    Desta fase dependerá fundamentalmente a vida que compete a cada ser adulto.

    A fase adulta, é o domínio do social e cultural, ou seja, aquilo que é a essência do ser humano, a vida activa, a realização possível, a busca da autonomia, preparando-se assim a última etapa do percurso, isto é, a velhice.
    Na última fase, não é tanto o trabalho considerado vital para a subsistência da sociedade em que se enquadra, mas antes a sua peculiar contribuição por tudo o que antes viveu e assim aprendeu.

    As etapas definidas para cada fase são as referências daquilo que é o desenrolar da existência.

    O fim…

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  4. Muito bom o texto.. heeheheheheh

    Ano que vem chegam os 30 anos.. Ainda bem que sou homem.. hehehe, se bem que a barriguinha ja está dando sinais.. ehehehe

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  5. Uma nova crise da existência.

    Os casamentos que duram constituem a realização mais espantosa da humanidade.
    Duas pessoas tão diferentes encontram uma complementaridade através da sua união.

    O nosso tempo adicionou aqui uma dimensão. Em vez de o considerar como ele é, um bem precioso, frágil e essencial, decidiu procurar formas alternativas de transmitir a existência e a civilização.

    Sempre houve promiscuidade, adultério, divórcio, união de facto, consequências directas da impossibilidade do casamento.
    Esta é a primeira época que admira e promove esses comportamentos.

    Considerando a campanha cruel, esmagadora e obsessiva que as últimas décadas moveram contra o casamento, o que surpreende é que tenha resistido como resistiu.
    Filmes, revistas, séries e jornais, junto com leis, políticas, discursos e programas, todos se uniram para evidenciar que o casamento é impossível. Não se apercebem que, ao fazê-lo, serram o tronco onde se sentam. Esta louca insistência nas óbvias dificuldades
    matrimoniais, sem alternativas válidas, só pode ter um resultado: a decadência social.

    Esta atitude tem as suas razões.

    Nasce da reacção a um erro dos séculos anteriores, que desequilibrou as duas dimensões do casamento.
    Nas gerações precedentes, o elemento romântico e emocional do casamento foi frequentemente secundarizado em favor da estrutura social.
    Os pais combinavam os noivados porque casamento era, antes de mais, futuro do clã, alianças genealógicas, interesses de herança.
    Paixão, amor e sexo eram exteriores ao vínculo nupcial.

    As gerações actuais caíram no extremo oposto. Repudiam fortemente este modelo mas advogam a liberdade e emoções conjugais.
    Desprezando o casamento acabam por abandonar a sua origem.
    O fundamentalismo erótico anula a relação ao primeiro obstáculo.

    Este modelo é tão desequilibrado quanto o anterior, mas, ao contrário dele, implica a extinção da sociedade.

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  6. Mário,
    por causa do repúdio ao casamento é que as democracias ocidentais institucionalizam à força as relações afetivas informais. No Brasil, uma vez comprovada a habitualidade num prazo que mal chega a 2 anos, ambos respondem perante a lei como casa constituído, gozando de diretos e sujeito a deveres. No caso de filhos, extingue-se o prazo mínimo.
    Para todos os efeitos, enquanto perdura a relação informal os "cônjuges" não usufruem de plenos direitos civis, mas na dissolução arcam com deveres ex officio.

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