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11 de mai. de 2010

Escolha o seu Dia de Zumbi entre 10 manifestações de Mortos-Vivos.

Tecnicamente falando, Zumbis são criaturas mortas-vivas reanimadas por força de sortilégio lançado por poderosos feiticeiros. No entanto, o que deveria causar pavor e repulsa, atrai a simpatia de diversos segmentos e faz sucesso na arte Pop e no mercado publicitário. Logo, o movimento Zumbi pode ser usado como pano de fundo para a crítica social, através do flagrante dos simulacros em que os personagens atuam tal qual esses entes míticos.

1) Passarela.
Zombie Ruanway
Obviamente, os lugares onde mais são encontrados mortos-vivos desfilando são as as passarelas da moda, com suas meninas anoréxicas em pele e osso, tez pálida e olheiras profundas, que atestam as privações e martírios na perigosa busca pelo sucesso.
» Por que a Anorexia Nervosa é um Sucesso?

2) Propaganda.
Você pensa em Futebol e imediatamente suas axilas expelem um líquido nauseabundo e a sua cara adquire o característico aspecto branquicento dos zumbis. Logicamente, o desodorante Rexona resgata-o da trágica situação, o que enseja a pergunta: quem é mais zumbificante, a mídia ou o futebol?

3) Rua I – Zumbis “reais”.
Streets Zombies
Anualmente são organizadas várias caminhadas de zumbis (Zombie Walk) ao redor do mundo durante o feriado do dia dos finados. Se você é maníaco por carnes putrefatas semoventes, reserve um espaço na agenda no próximo 2 de novembro e participe da Caminhada Zumbi de São Paulo: “O evento é gratuito e a participação é livre, bastando aparecer a caráter no dia e horário combinado e se unir à turba”. Zombie Walk-SP.

4) Rua II – nosotros.
A imagem das ruas, com seus zumbis apressados atravessando em todos as direções, foi captada magistralmente por Godfrey Reggio no seu filme sem falas e sem personagens Koyaanisqatsi. Depois dele, nunca mais a humanidade será a mesma, após se contemplar zumbificada e vazia em meio ao destroçante efeito anomizador das megalópolis.

5) Música.
Music Zombie
Aquele que foi reconhecido como o primeiro videoclipe formal da história da música, usou a temática Zumbi que deu origem ao álbum mais vendido de todos os tempos, um autêntico grande feiticeiro que dominou mentes e corações. Estamos falando do Thriller de Michael Jackson, que foi lançado em 1982 e, provavelmente, nunca mais tenha seu mega sucesso superado por qualquer outra obra da arte Pop.
» Thriller na Wikipédia.

6) Cinema.
Cinema Zombie
O sucesso do filme “A Noite dos Mortos Vivos” de 1968 carreou várias reprises, seja através de remakes do filme original, ou pelas paródias Trash que se sucederam, intituladas “O Retorno dos Mortos Vivos” I, II, III, IV, V... etc.
» O Retorno dos Mortos Vivos na Wikipédia.

7) Tatuagem.
Tattoo Zombie
Todos concordam que a atriz Angelina Jolie é um prato cheio esteticamente falando. Pois a sua estampa fica melhor ainda no reino dos mortos, especialmente na versão Zumbi desenhada em forma de tatuagem.

8) Celular.
Cell Phone Zombie
Se por um lado aumenta a legião de Zumbis campeando por aí com seus celulares avidamente grudados na orelha, por outro, aparecem alguns estudos científicos, por ora tímidos, relacionando o uso pesado destes aparelhos ao desenvolvimento de mortais gliomas cerebrais. Diz-se à boca pequena que o Senador Edward Kennedy, um notório usuário viciado nesses aparelhos, morreu em consequência deste hábito zumbificante. Você está preparado para virar Zumbi em nome de um vício, no caso, a Nomofobia?
» Por que alguns neurocirurgiões não usam seus celulares na orelha?

9) Vida real.
Real Life Zombie
Quem não tem seus dias de Zumbi? Há dias em que você se acorda com a suspeita de que foi possuído por uma força maligna, quando tudo dá errado e tem certeza de que “acordou com o pé esquerdo”. Cuidado nestes dias difíceis, para não se arrepender de ter saído da cama!

10) Lady Gaga.
Lady Gaga goes Zombie
Se surpreendeu quem duvidava que Lady Gaga aparecesse de Noiva Cadáver num evento público, como se tal dúvida fosse ainda possível. O que ninguém cogita, é que talvez a cantora tenha sido agraciada no início da carreira com poderes trans-mórficos. Por causa do sucesso estrondoso que umas pouquíssimas pessoas anônimas e comuns alcançam meteoricamente, é que o vulgo atribui-lhes pactos com o Diabo, que é mais um dos processos de zumbificação registrados na literatura correlata do sub-gênero Thriller de Horror.
» Lady Gaga Goes Zombie.

Leia também:
» Por que a onda Zumbi deu tão certo?

4 comentários:

  1. Há cada vez mais pessoas deprimidas. Muitas têm o vício da dor.
    Este delírio leva-as a considerarem-se mal tratadas, vítimas do obscurantismo circundante, e a sentirem que a sociedade está em dívida para com elas.
    São pessoas que se sabem obsessivas, ou compulsivas, ou ambas as coisas, e não se querem tratar.
    Há um preconceito enorme em relação à psiquiatria - preconceito esse que é, por si mesmo, um sintoma de doença.
    Talvez fosse útil criar uma campanha explicando que ir a um psiquiatra não é ser doido.
    Seria um começo.

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  2. zumbis são perfeitos, porque são a representação do ser instintivo, mas com uma breve conexão com a realidade. sabem que são pessoas. mas não se importam mais.
    seria melhor do que usar uma tendência neanthertal, que ainda assim soa como se fosse primitivo demais. queremos insistir em ser humanos mas sempre criticando.

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  3. Um dos meus problemas é ter tempo para pensar.
    Dá tempo suficiente para perceber as desilusões que os outros nos causam. Dá tempo suficiente para criar a expectativa e perceber que, definitivamente, ela não vai ser correspondida.

    Ela é o abismo sem fim e sem fundo. Diante dela, todas as palavras se apagam e o silêncio é todo. Houve um tempo em que ela conviveu naturalmente com os homens e estes com ela: era quase familiar. Agora, tornou-se tabu. É preferível ignorá-la. Cada um fará com ela, só, como puder.
    Ela é o impensável que obriga a pensar, impossibilitando a vulgaridade falaz e oca da sofreguidão da imediatidade do aqui e agora.

    Ela é a morte.

    Já não se pensa nela, não é por já não ser problema. É o contrário: de tal modo é problema, o único problema para o qual uma sociedade que se julga omnipotente não tem solução que a única solução é não falar dela e fazer dela tabu.

    Para o Homem moderno, pensar é calcular e dominar e, assim, como vive como se não tivesse de morrer, isto é, como já não sabe que tem de morrer a sua própria morte, quando ela aparece, só lhe pode aparecer como catástrofe.
    Agora, vive-se no dia-a-dia, até que de repente, estranhamente, "já não há mais um novo dia".

    No quadro de um mundo matematizado e calculável, as qualidades, as formas e os valores, porque não calculáveis, são remetidos para o domínio do subjectivo, do arbitrário e até da irrealidade.

    Diante da morte não há cálculo possível.

    Para o Homem tradicional, a morte constituía um poder formador e director, que dava configuração e sentido à vida.
    Imperava então um desespero apaixonado, que hoje nos parece incompreensível e representa um acentuado contraste com a nossa indiferença. Mas, nada impede que dentro de cinquenta ou cem anos (porque não dentro de cinco?) volte essa neurose ou psicose de angústia da morte, de tipo metafísico, com a pergunta radical: para quê o esforço da nossa existência, se morremos completamente, vamos para a cova e, em última instância, não nos resta nada?

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  4. É... interessante reflexão sobre a dor do pensar que se aprofunda até à verdade inaudita.

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