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16 de jun. de 2010

Usos medicinais de drogas recreativas ilegais.

Neste momento há certa de 10 mil pessoas em escala planetária sentindo uma dor de cabeça mais intensa do que uma crise aguda de cálculo renal, ou de um parto sem anestesia. A substância conhecida capaz de aliviar mais eficazmente o sofrimento de pacientes de enxaquecas brutais se chama dietilamida do ácido lisérgico, ou Lysergsäurediethylamid, ou LSD, como é popularmente conhecido. No entanto, esta e outras tantas drogas, cujos efeitos terapêuticos são conhecidos há mais de século, foram proibidas globalmente, mais por razões políticas e culturais, do que por empecilhos científicos.


Entretanto, conforme você verá a seguir, se os princípios ativos de todas as chamadas "drogas recreativas", principalmente os opiácios, fossem proibidos, a medicina teria o seu arsenal privado de poderosas substâncias coadjuvantes no tratamento de diferentes afecções. Assim, não resta outro remédio senão o de caminharmos sobre o fio da navalha criado entre a utilidade e o vício: só porque uma determinada substância química é usada indiscriminadamente explorando os seus princípios psicoativos, não pode resultar necessariamente na erradicação do seu uso nas áreas em que nenhuma outra poderia substituir eficazmente seus efeitos terapêuticos.

Maconha.

- Tratamento das dores de origem nervosa.
Em vários países há lojas legais especializadas em vender produtos derivados do cânhamo.
» Médicos querem regulamentar uso legal da maconha [G1].
» As famosas “farmácias de maconha” de Los Angeles, USA.

Tabaco.
- Obtenção de colágeno.

O cigarro ainda não é uma droga ilegal, mas está a caminho de sê-lo graças à progressiva restrição do seu consumo nos mais diferentes ambientes em todo o mundo.
» Tabaco pode servir de base para cosméticos [Hypescience].» Seja um fumante politicamente correto!

Heroína.
- Analgésico;
- asma, tosse, pneumonia.
Quando Michael Jackson compôs versos em loas ao Demerol (petidina), estava se referindo a umas das dezenas de remédios derivados do ópio, que não podem faltar em nenhum hospital: alfentanil, buprenofina, codeína, di-hidrocodeína, fentanil, metadona, nalbufina, etc.
A Heroína é somente mais um dos opiácios, porém, produzida ilegalmente para fins recreativos.

[Portal São Francisco]
» O amplo espectro medicinal dos opiáceos [Wikipedia].
» Clínica em Vancouver, Canadá, que administra legalmente heroína e cocaína em viciados, na tentativa de frear a disseminação da AIDS.

Ecstasy.
- Ansiedade e estresse pós-traumático.
O famoso “motor químico” das festas Rave, foi sintetizado inicialmente em 1913 pelo laboratório Merck com propósitos terapêuticos. O MDMA, princípio ativo do Ecstasy, pode ser usado como um valioso coadjuvante no tratamento de alguns tipos de transtornos psiquiátricos.

» MDMA: o longo caminho rumo à ilegalidade.

Cocaína.
- Analgésico.
A cocaína tem sido usada como analgésico por mais de 150 anos. Muitas equipes de pronto atendimento tem no seu arsenal alguns tipos de derivados de cocaína líquida (hidroclorito) para aliviar a dor. Seus derivados também são usados em hospitais e consultórios médicos para estancar pequenas hemorragias.

Apesar do consumo da sua forma refinada ser proibido mundialmente, é bom ressaltar que os produtos oriundos das folhas de coca (Erythroxylum coca) são legais em muitos países e há quem afirme que a fórmula da Coca-Cola abriga uma infusão de folhas de coca
» Os derivados legais da planta da coca [Criança do Futuro : Waköpünska Karipuna!].

LSD.
- Cefaleias, cefaleias em salva e enxaquecas graves (administrado em doses sub-psicodélicas);
- Dores crônicas em pacientes de câncer;
- Usado em psicoterapias para tratar doentes terminais com ansiedade relacionada à proximidade da morte;
- investigações em esquizofrenia;
- apoio terapêutico contra o alcoolismo e o tabagismo.

» Usos clínicos do LSD.

Conclusões:
O banimento de uma droga à ilegalidade, quase sempre redunda no fim das investigações científicas sobre o seu princípio ativo e das suas aplicações terapêuticas. Logo, as drogas hoje classificadas como ilegais, poderiam estar trazendo alívio e até curando milhões de pessoas, se não fossem os interesses políticos escusos, razões éticas duvidosas e lobbies econômicos poderosos. Quando os políticos internacionais criminalizam uma droga, paralelamente às alegadas intenções de combate à drogadição, privam a humanidade de opções fartas e baratas de tratamento. A quem tudo isso interessa? Certamente a ciência não sai beneficiada  deste jogo sujo.

Leitura adicional:
» Entrevista com Paul Gahlinger, defensor do uso legal e terapêutico das drogas ilegais [Super Abril].

10 comentários:

  1. Bem interessante seu ponto de vista, geralmente as pessoas sempre que falavam em relação ao uso de drogas falavam apenas no fim do tráfico e suas consequencias..
    Muito bem abordado o tema!
    Abçs

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  2. O uso de agentes para aliviar a dor remonta à Antiguidade. A anestesiologia tem avançado muito graças às drogas.
    Perfilho parcialmente do seu ponto de vista, ou seja, a ciência não deveria ser inibida de efectuar estudos com fins terapêuticos.
    Quanto à liberalização, sinceramente não concordo.
    A Holanda enveredou por essa opção mas os resultados são decepcionantes.
    Sei perfeitamente que a proibição aumenta o tráfico e o enriquecimento de muita gente incluindo países, nomeadamente a Colômbia entre muitos. Porém é degradante assitir cada vez mais ao aumento de viciados cujo fim é sempre o mesmo. A morte.

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  3. Mario, também sou contra a liberação das drogas. O fato realmente revoltante é a proibição pura e simples da pesquisa e da administração controlada de substâncias que poderiam aliviar o sofrimento de milhões de pessoas.
    Se todas as drogas letais fossem proibidas, seriam banidos todos os remédios de tarja preta. Lutar pelo uso terapêutico das drogas declaradas ilegais não significa propugnar a indulgência dos Estados para com o tráfico de drogas.

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  4. 100% de acordo. É revoltante a proibição da pesquisa. Certamente haverá alguém que lucra com isso. Sem ela a ciência não avança. Estou a lembrar-me que sem a aplicação da morfina os pacientes terminais, teriam um sofrimento horroroso.

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  5. as empresas farmaceuticas nao iria querem que vc tivesse por exemplo um pé de maconha em casa, por que alivia o estress, afinal, o somalium ja faz isso, ou algo pra abrir apetite, como o biotonico fontoura. eles nao iriam lucrar. viva o pais capitalista e hipócrita. keep smoke

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  6. drogas... i like it

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  7. Os traficantes dos morros cariocas agradecem este post e pagam por outros semelhantes...

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  8. Há um equívoco de interpretação do texto aí, não faço proselitismo da liberação das drogas para o consumo recreativo. Só defendo o seu uso terapêutico.

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  9. Morfina é bom para uso médico e ruim para uso comum, logo, o ideal é proibir todas essas drogas para uso comum e permitir seu uso apenas em medicamentos e apenas com receita médica devido a possibilidade de vício.

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