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16 de jun. de 2008

Inverno é tempo de engordar?


Chegou a estação do foundi, pizza, vinho, doces, chocolates e com ela a renúncia à dieta e aos exercícios. Nos estados do sul do Brasil, os meses frios são um convite ao recolhimento, ao abandono das caminhadas ao ar livre, ao esquecimento do problema das gordurinhas à mais, que vão começar a se tornar preocupação só lá em agosto, sob os primeiros algúrios da primavera.

O inverno, pelas suas características de clima inóspito, frio e desconfortável se torna uma verdadeira fábrica de produzir gordos. No entanto, o grande contra-senso para a saúde se dá quando no inverno as pessoas cessam os exercícios físicos, é justamente quando elas mais precisam de circulação periférica para evitar o fenômeno da decrepitude.

A minha esposa costuma dizer que o corpo humano é uma máquina criada para o movimento. Todo o processo de irrigação sanguínea se otimiza com o movimento e em todas as áreas do corpo que têm racionada a sua quota, entram em colapso e enrijecem.

Ora, o frio causa a contração das artérias e veias, ou seja, ele provoca a diminuição do calibre geral do sistema circulatório: quando você mais precisa de sangue para vencer o frio, mais o corpo encolhe os “canos” do sistema que, em última análise, espalham a vida pelo corpo. A contração não é um processo de autoflagelação inventado pela natureza para nos torturar, ela é resultante de um mecanismo de proteção contra as baixas temperaturas, porque é a única forma que o corpo encontra de manter maior quantidade de sangue quente circulando nos órgãos essenciais e mantendo a temperatura nos abençoados 36 graus característicos dos animais homeotérmicos. A diminuição da circulação periférica faz com que o sangue retornante ao centro do corpo perca menos calor, por ter circulado menos nas extremidades distantes e frias.

Como que impulsionadas pela natural contrição dos vasos sanguíneos e linfáticos, as pessoas se deixam cair mais facilmente na tentação da ociosidade. Elas se expõem menos ao ar livre, caminham menos e se movimentam menos, no afã de perder menos calor. Porém, o sedentarismo resultante cobra um preço alto demais: a decrepitude.

Todo o sedentário termina na decrepitude mais cedo ou mais tarde e a explicação é muito simples; a circulação periférica do sedentário passa a ser cada vez mais exígua, endurecendo cada vez mais as suas articulações. O simples levantar de uma mesa é uma tarefa árdua para o decrépito, quando suas juntas rangem e estalam, obrigando-o a elevar o tom dos seus gemidos de desconforto.

O sedentário caminha em passos curtos e incertos porque ele já não tem sangue em quantidade suficiente para irrigar as suas pernas e fazê-las entrar em funcionamento pleno. Então, o sedentário é um deficiente que morre aos poucos, de fora para dentro, começando pelo enriquecimento das suas extremidades e, pouco a pouco, se alastrando em direção ao centro da vida, ao músculo do coração, que é o último a perder a batalha para a preguiça e a falta de vontade de cuidar da própria saúde.

O exercício físico é o único antídoto conhecido para restaurar a circulação periférica. O desenho dos vasos sanguíneos é feito de tal forma, que eles são dependentes de movimento para ativar as inúmeras válvulas estaques que se encontram no seu interior. É por isso que quem se exercita, sente que o corpo inteiro esquenta principalmente as extremidades. No momento em que uma pessoa vence a preguiça e o desânimo e se impõe uma disciplina de não falhar nenhum dia a sua hora de exercícios, ela está propiciando irrigação ao seu corpo, está distribuindo vida a ele, que lhe retribuirá em saúde e bem estar.

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