Páginas

Pesquisar

2 de fev. de 2010

Taras sexuais violentas.

Tara é um termo arcaico aplicado às práticas sexuais que se desviam do conceito de "normalidade". Contudo, a contemporaneidade sexológica preferiu adotar o termo parafilia para evitar conotações preconceituosas.

Ora, quando se aceita que o ser humano usa o sexo para a obtenção de prazeres que vão muito além dos objetivos estritamente biológicos de reprodução da espécie, também é licito estender o conceito de normalidade. Porém, como há uma tênue linha a separar a sexualidade normal da compulsão, quando os indivíduos lançam mão de métodos excitatórios que causam dor, sofrimento, humilhação, molestamento, mutilação e até mesmo morte, então algo está tão errado, que podemos nos socorrer dos termos Tara, ou Aberração.

As condutas aqui abordadas, por envolverem dor e violência física, pertencem à classe dos comportamentos sado-masoquistas, que implicam no estabelecimento de frágeis relacionamentos de sujeição/submissão. Porém, como as parafilias deste grupo são inumeráveis, preferimos nos circunscrever às mais representativas e bizarras que resultam em danos físicos, desde os mais leves, até os irreversíveis.

Certamente que os indivíduos portadores de tais sintomas aberrativos deveriam procurar atendimento psicológico em consequência do sofrimento psicológico provocado por situações nem sempre consentidas pelo parceiro(a). Como é praxe nas parafilias, não necessariamente as taras violentas resultam em relações sexuais genitais normais, já que o desejo sexual primário é desviado para outras sensações além daquelas obtidas através da cópula.

Odaxelagnia – excitação sexual através de mordidas.
Odaxelagnia - obtenção de prazer sexual através de mordidas
Todos temos um quê de odaxelagnia nas nossas relações amorosas, só que mordiscando suavemente à guisa de tempero erótico. A tara começa quando as mordidas resultam em sangramento e o pior, quando “arrancam pedaços” do parceiro(a). Nos casos consentidos, é claro que houve o estabelecimento de uma relação instável de sujeição/submissão, e naqueles sem consentimento, há a agressão pura e simples que costuma termina numa delegacia de polícia.

Perigos: lesões graves e infecções, já que a boca humana é uma das mais infectantes do reino animal, perdendo apenas para o Dragão de Comodo da Indonésia.

Ballbusting – chutes na genitália masculina.
Somos levados supor que depois de uma intensa sessão de chutes nos testículos, esta tara não é propícia para culminar numa relação sexual normal.

Perigos: obviamente, o tarado passivo corre o risco de romper um dos seus testículos, ou os dois, além de ficar estéril. Caso o seu pênis fique erecto e receba um chute violento, corre o risco de se quebrar, o que causaria um rompimento irreversível dos corpos cavernosos, somente reparável através do implante de prótese de silicone.

Cuntbusting – chutes na área pélvica.
O mesmo vale para a prática de chutes na área genital feminina, não se imagina que uma mulher ainda tenha libido depois de receber os impactos que a jogam no chão se contercendo de dor. Os praticantes norte-americanos de Ballbusting e Cuntbusting, costumam recorrer às boas casas do ramo, que possuem nos seus quadros gente especializada em chutar as partes íntimas dos cliente, com a força personalizada ao gosto de cada um.

Perigos: hematomas, contusões e até mesmo fratura dos ossos da pélvis.

Trampling Extremo – pisoteamento com sapatos de salto-alto.
Trampling Extremo - pisoteamente com sapatos de salto-alto
Normalmente praticantes desta modalidade são homens que se submetem passivamente às sevícias de hábeis pés femininos especializados na arte de provocar dor, que é traduzida em excitação sexual na mente dos tarados. O denominado Trampling Extremo consiste na utilização de saltos altos pontiagudos que potencializam a dor/prazer.

Perigos: hematomas, lesões por perfuração, dilaceração muscular, perfuração de testículos, perfuração dos olhos, etc.

Asfixiofilia – busca do prazer através do sufocamento.
Asfixiofilia - excitação sexual através do sufocamento
Prática que tanto pode ser realizada solitariamente, quanto a dois. Ela consiste em induzir no indivíduo um severo estado de hipóxia através da privação mecânica de oxigênio. Os adeptos desta modalidade relatam êxtases quando o seu cérebro ultrapassa a região do umbral entre a consciência e o desfalecimento.

Perigos: principalmente nas sessões de auto-asfixia, o tarado corre o risco de desmaiar e, portanto, não conseguir afrouxar o aparato mecânico de sufocamento. Vide caso da morte bizarra do ator David Carradine por auto-sufocamento masturbatório.

Mutilação e morte.
Mutilação Sexual - Snuff
O filme franco-nipônico Império dos Sentidos retrata no seu clímax uma situação radical de obtenção de excitação sexual através da mutilação, quando a personagem decepa o pênis do seu companheiro e o deixa sangrar até a morte, posteriormente carregando consigo a “relíquia” como se fosse uma última tentativa de “falinização” da heroína.

Uma lenda urbana sobre os subterrâneos do cinema pornô dá conta da existência de filmes do tipo Snuff. São películas rodadas, enquanto supostamente as atrizes são torturadas e mortas ao final. Até hoje não ficou comprovada a existência de nenhum filme Snuff verdadeiro, já que naqueles, alegadamente deste gênero, foi constatada a “ressurreição” das atrizes mortas nas películas anteriores.

Na vida real existem inúmeros casos de mutilação, conhecidas principalmente nos episódios de estupro e pedofilia, seguidos ou não de morte. Por ser a tara sexual mais extrema, que a transforma definitivamente num crime, não resta dúvidas quanto ao seu alto grau de patologia e ameaça para a sociedade.

Resumindo a tese, uma tênue linha separa o ferramental lícito de excitação dos comportamentos sexuais bizarros e o julgamento de valor quase sempre é exarado pelo meio social onde o pretenso tarado está inserido. Diante de tamanho relativismo, certamente um cidadão tido como normal em Amsterdã, poderá ser surrado até à morte em Kathmandu e vice-versa.

Independentemente da chancela social, o bom senso adverte que quando alguém precisa de violência para chegar à excitação sexual, pode haver algo muito errado na sua mente, mesmo sob as tradicionais justificativas de que estamos na era em que tudo é válido, pelo menos enquanto o império muçulmano não dominar o planeta.

Leia também:
10 desvios sexuais bizarros não genitais.
Sintomas do Vício em Sexo.

14 comentários:

  1. Penso que existem há séculos. O mais famoso e mais caricato é o Marquês de Sade que até é considerado um filósofo. Nunca li nenhum livro dele, talvez por repugnância, não sei não. Quando era garoto vi o Império dos Sentidos, na garagem com os amigos sem os pais saberem, a curiosidade. Recordo-me da polémica entre os adultos. Tinha ficado com uma ideia que eram os dois doidos.
    Por outro lado a TV faz disto um espectáculo, com entrevistas e cenas. Claro que é transmitido por volta das 2 horas da manhã mas, sinceramente entendo que prestam um mau serviço.
    Igualmente penso que devem ser disfunções cerebrais. Há um que não é mencionado " Pedofilia " que é o que mais me impressiona, tanto mais que muitos são presos, e quando são devolvidos à liberdade fazem o mesmo. Isto leva-me a concluir que não existe tratamento ou os Psiquiatras não se interessam. É um crime hediondo que é forço eliminar.

    ResponderExcluir
  2. Mario, a pedofilia não foi elencada propositalmente, pois ela se extrapola em muito a violência física, já que extermina o futuro de crianças e adolescentes, mesmo dos que não mata diretamente.

    ResponderExcluir
  3. Voltando ao tema e sabendo que a pedofilia não foi consagrada, não resisto, com a sua permissão óviamente, a colocar a questão com uma nova abordagem.

    Advertência introdutória:nunca interpretei a separação entre Estado e religião como uma restrição ao direito de esta intervir no espaço público.

    Não acho que a fé seja uma exclusiva questão do domínio privado, nem julgo que uma congregação se deva demitir de defender em público aquilo que pensa sobre a vida em sociedade.

    A este respeito, contento-me com duas regras: nenhuma deve ter o poder de instrumentalizar o Estado para impor as suas ideias a crentes e não crentes;e nenhuma hierarquia se deve encontrar acima da Justiça dos homens.
    Vem isto a propósito da difícil situação em que se encontra o Vaticano devido ao progressivo conhecimento de casos de pedofilia entre os seus sacerdotes.

    Direi que Deus os deve ter querido pôr à prova.

    O Vaticano pode defender a indissolubilidade do casamento, a submissão da sexualidade à reprodução, declarar guerra ao preservativo e à homossexualidade e até classificar o aborto de pecado mortal.
    Isso é «lá com ele».
    O que não pode é defender tudo isto e o mais que entender e, ao mesmo tempo, esconder a pedofilia nas suas entranhas. Pode dizer-se que este é um problema da Igreja,no qual os outros crentes e os não crentes não se devem meter. Discordo. Assim como o Papa procura impor os seus critérios morais a quem não é crente ou professa outras crenças, também estes têm o direito de, no espaço público, se dirigir aos católicos quando a razão abandona os seus hierarcas.
    Há,contudo, outra razão para este procedimento:a pedofilia não é apenas um pecado,um assunto privado que se dirime entre o Altíssimo e o prevaricador.
    Cá por baixo, a pedofilia é crime público e o encobrimento obedece a moldura penal específica.
    O Vaticano e os bispos sonegaram, durante anos, informação às autoridades judiciais de vários países e por tal facto devem responder, independentemente das contrições que prestem aos céus.
    Esta posição lamentável é intencional: absolve, com argumentos de senso comum, a prioridade que o Vaticano deu à protecção da sua imagem sobre os direitos das vitimas.

    O pecado dos poderosos é mesmo este: julgam-se, sempre, ao abrigo das leis comuns.

    ResponderExcluir
  4. Mário,
    esta é, sem dúvida, a grande chaga da igreja que sangra em praça pública. Por alguma razão oculta os próceres da Igreja de Roma transformaram a pedofilia em assunto "interna corporis", no entanto, ao longo do tempo a sociedade laica tem apurado a sua aversão ao crime de corrupção de menores. Assim, hoje nos deparamos com uma espécie de fim da linha, quando o passado é cobrado implacavelmente.
    E, se a igreja tem um passado que a condena, tampouco o presente consegue ser dirimido.

    ResponderExcluir
  5. Não resisto a escrever novamente sobre a pedofilia.

    Interrogo-me como é que a Igreja pode não saber aquilo que quase todos sabemos há tanto tempo?
    Foi com indignação que ouvi as declarações do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, quando este estabeleceu uma relação entre a pedofilia e a homossexualidade. "Está tudo louco?", "o que é que a Igreja pretende com isto?"
    Quando acordei, tinha a certeza de que vivia em 2010, mas ao ouvir as afirmações do cardeal pensei que alguém me tinha teletransportado para uma época passada.
    Confesso que fiquei envergonhado com aquilo que ouvi da boca do cardeal.
    Como é possível que a Igreja venha a público cometer uma argolada desta natureza, criar confusões e estabelecer relações insustentáveis? É preciso baralhar as mentes menos informadas e confundir os espíritos?
    Não entendo e não aceito.
    Uma coisa é falarmos de orientação sexual, ou seja, da forma como cada um se sente atraído sexualmente e afectivamente pelo outro: por pessoas do mesmo sexo, pessoas do sexo contrário ou por ambos os sexos.

    Outra coisa é a pedofilia.

    A orientação sexual não é uma opção; é-se homossexual, heterossexual ou bissexual. Não se muda, não se escolhe, não se trata! Não se pode transformar um heterossexual num homossexual, nem vice – -versa, porque a orientação sexual não é uma doença.

    A pedofilia é uma perversão sexual, é um desvio, é punível por lei e caracteriza-se pela atracção e pelo abuso sexual de crianças. Dois itens distintos.

    Não dá para baralhar, senhor cardeal! Basta.

    ResponderExcluir
  6. Se o Cardeal fala por Roma, então espera-se, ou uma condenação formal e peremptória ao homossexualismo e a todos os sacerdotes homossexuais, ou a revogação do celibato. A única coisa que não esperamos é continuarem a manter o escândalo em banho-maria.

    ResponderExcluir
  7. Voltando ao tema e sabendo que a pedofilia não foi consagrada, não resisto, com a sua permissão óbviamente, a colocar esta questão.

    Não pode ser verdade.!!!

    Araparica estado de Alagoas.
    As denúncias de pedofilia, por parte de padres e outros graduados da igreja, levou a uma enorme acareação, por conta da CPI da Pedofilia, em Brasília.
    O facto diferencial é, que, neste caso, ocorreu ameaça de morte, por parte dos religiosos denunciados.
    Uma conversa gravada com o padre Edilson Duarte, pelo coroinha Fabiano Silva Ferreira, em poder da Polícia Civil, ele (o padre) afirma que o coroinha "só tem a perder", ao denunciar o caso.
    A articulista, (fiquei estupefacto) foi bastante simplista, acha que esses padres não estão fazendo nada?
    Que outros grupos humanos têm também os praticantes deste delito?
    Então, em que diminui a acusação contra os padres?
    O padre, objecto da denúncia, promovia orgias, com beberagens e prática de muito sexo, nas igrejas, casas paroquiais e no balneário da Barra de São Miguel. O aliciamento era com dinheiro e bolsas de estudos em colégios particulares.
    Não há como explicar o delito, atenuando com ideia de que é, também, praticado por outras pessoas, além dos religiosos.
    A articulista foi, digamos, bastante bondosa, demais até...

    Fonte: UOL Notícias, 18/04/2010

    ResponderExcluir
  8. Mário,
    a pedofilia tem permanecido tanto tempo como um crime impune devido à leniência da sociedade. Será que é chegada a hora de trancafiar definitivamente os pedófilos nos manicômios judiciários? Porque acho que isto é doença e incurável.

    ResponderExcluir
  9. Isais,
    100% de acordo. Tem que se colocar um ponto final neste crime hediondo. Sou um homem calmo mas estes procedimentos alteram-me o comportamento. Fico transtornado.
    Obrigado pela sua compreensão e paciência para me aturar.
    Bem haja

    ResponderExcluir
  10. Com a sua permissão volto ao tema da pedofilia só que agora trata-se de uma reflexão.

    Nem sempre um problema assumido é um problema solucionado. Mas um problema abafado será, alguma vez, um problema resolvido?
    É certo que este não é um exclusivo da Igreja Católica. Só que as responsabilidades da Igreja são maiores. As pessoas tendem (tendiam?)a confiar muito mais num padre do que noutra pessoa ou instituição.
    A Igreja tem pedido perdão por aquilo que, ao longo dos tempos, ocultou. Mas é bom que a autocrítica não se circunscreva ao passado. O encontro com a Verdade (sobretudo com a verdade que dói e incomoda) não pode demorar tanto tempo.
    Há quem viva (e morra) sem uma palavra de conforto, sem um gesto de alento, sem um vislumbre de esperança.
    Será que já demos conta de que esconder não ajuda a regenerar o agressor e, pior, contribui para prolongar o sofrimento da vítima?

    As palavras não resolverão tudo, mas o silêncio curará alguma coisa?

    Hoje, temos presente que a tragédia não se resume aos actos. Ela envolve também o encobrimento dos mesmos. A gravidade de um acto não está em que ele seja conhecido. Está em que ele seja cometido.
    É imperioso agir, mesmo que se torne (insuportavelmente) incómodo.

    Não foi Jesus que se apresentou como sendo a Verdade ? Não foi pela Verdade que ele foi condenado? Não foi pela Verdade que ele derramou o sangue e deu a vida?

    Será, então, lícito esconder a Verdade?

    ResponderExcluir
  11. Mário, há muito a estratégia da igreja para lidar com esta chaga foi o silêncio, até que, aparentemente o papa Bento XVI entregou o assunto à justiça dos homens. Mesmo assim, eles ainda preferem a omissão - entregar ao julgamento dos outros os seus pedófilos - ao invés da ação - excomunhão dos tarados.

    ResponderExcluir
  12. Eu gosto muito de levar minha namorada passear de carro, mas antes a convenço a despir-se totalmente e a entrar no carro deixando suas roupas em casa. Em seguida, passeando pela cidade, a levo comigo à casa de meus amigos envolta em jornais.
    Como o jornal rasga-se com facilidade, a vejo em apuros tentando esconder sua nudez! Para mim isso é o máximo em excitação.

    ResponderExcluir
  13. Isto e uma variante do voyeurismo.

    ResponderExcluir
  14. Minha amiga gosta muito de andar de mini saia e sem calcinha. Com os ventos repentinos, ela fica em apuros para não mostrar as partes íntimas e começa a andar segurando as roupas. Só ela sabe o tamanho da emoção! Deve ser uma delícia se sentir nessa situação!
    Qualquer dia vou tomar coragem e fazer essa maravilhosa experiência também!

    ResponderExcluir