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26 de jun. de 2008

Por que usar o formato RAW ao invés do JPG?

Formato RAW significa em bom português um arquivo bruto que contém apenas aquilo que foi captado pelo sensor CCD da máquina fotográfica digital. É um formato cru por excelência, que não possui não compactação, nem balanceamento de branco, nem calibragem de temperatura de cores e nem correção de exposição.

Comparando-se com o mundo analógico, é como a revelação do negativo de um filme 35 mm, onde todo o processo de regulagem de cores, enquadramento, tempo de exposição, compensação de áreas sombreadas e áreas queimadas pelo excesso de luz, serão realizados no processo de cópia para o papel.

A maioria das máquinas digitais populares só trabalha com o popular formato JPG, que oferece algumas vantagens interessantes:
- ocupa menos espaço nos cartões por ter sua compressão nativa;
- tem total intercambialidade no mundo digital – é lido por qualquer visualizador de fotos;
- permite embutir informações EXIF; nome da câmera, data da foto, tempo de abertura do obturador, medida de zoom, flash, balanceamento de cor, temperatura de cor, etc.

Mas as vantagens param por aí, porque as desvantagens são grandes para os fotógrafos, mesmo amadores, que querem imprimir fotos em tamanho maior, de A4 para cima:
- pouca profundidade de cor – as especificações do JPG aceitam no máximo 8 bits de largura de informação de cor – enquanto que os formatos sem compressão trabalham com 12, 16, 24 bits, o que aumenta a quantidade de matizes de cores possíveis de ser exibidas;

- a pouca profundidade de cores decreta que os arquivos em JPG exibirão sempre aberrações cromáticas facilmente detectáveis, o que não permite jamais que um trabalho fotográfico seja reproduzido em formato grande, sem perdas dramáticas perdas de qualidade. (Não dá nem para pensar numa exposição de fotos geradas em JPG!);

- degradação da imagem devido à compressão. Quem edita uma foto em JPG e salva em JPG, age como quem tira fotocópia de fotocópia. Cada processo de editar/salvar submete o arquivo a uma nova compressão, resultando em perdas gradativas de nitidez e de resolução de cores.
Um arquivo JPG não permite edições. Caso você queira editar um JPG, deve convertê-lo para outro formato sem compressão;

- a grande degradação do JPG é a nitidez: se você tiver dois arquivos, um gerado sem compactação em TIFF e o mesmo convertido para JPG, dê um zoom na mesma área dos dois arquivos e constatará que os contornos no arquivo TIFF são muito mais nítidos do que no arquivo JPG.

A grande procura atual pelos formatos sem compactação se deve às decepções que os usuários experimentam, principalmente quando imprimem seus trabalhos. Existem na Internet vários exemplos comparativos do nível de degradação experimentado pela compactação JPG.

Como no artigo anterior, abordei o processo de habilitação da câmera Canon PowerShot S5 IS para operar com formato RAW, neste post trago os resultados de uma foto em três estados: em RAW puro, em RAW convertido para o formato DNG (Digital Negative) compatível com os produtos da Adobe. Apesar do PhotoShop poder ler o DNG, ele não lê os metadados presentes no arquivo. O programa que pode ler a integralidade do EXIF e dos metadados é o PhotoShop LightRoom, que apresenta na tela o arquivo RAW original + calibragens feitas quando a câmera foi posta em modo manual, em que foi feito o balanceamento de cores e de branco.

No arquivo JPG gerado pela máquina, os dados de balanceamento são incorporados no próprio arquivo e no formato RAW, estes dados ficam disponíveis na seção de metadados do arquivo, não sendo incorporados na própria imagem, permitindo que o fotógrafo possa fazer ajustes posteriores de exposição e balanceamento ao gerar o arquivo TIFF final, que vai incorporar os ajustes que vão definir parâmetros importantíssimos e contrastantes, tais como a nitidez das áreas sombreadas versus suavização das áreas “queimadas” pelo excesso de luz.

A foto seguinte é a mesma que foi gerada em formato RAW pela minha Canon S5.
Aloe Vera Flower
Ela foi publicada no Flickr em formato JPG em 1024 x 768 com compressão de 90%. Para os que quiserem dar algumas mexidas no formato RAW, disponibilizo-o no RAW original com terminação .CRW e fiz a conversão para o formato RAW DNG usando o programa DNG4PS-2 (compatível com o RAW da Canon I5) encontrável na página CHDK da Wikitecnology, conforme explanado no artigo anterior.

Download do arquivo RAW da Canon PowerShot S5 IS  Aloe_vera_flower.CRW

Download do mesmo arquivo RAW, convertido para o formato Digital Negative da Adobe  Aloe_vera_flower.DNG

Não disponibilizei o arquivo TIFF resultante, por ocupar 45 Mb de espaço e porque o usuário que se interessar nos RAWs poderá ele mesmo gerá-lo com o programa PhotoShop, ou com o PhotoShop LightRoom.

Referências:
The "Art" of CRW Conversion
RAW captured from S5IS
Gerenciando os arquivos RAW de sua câmera digital
RAW: você já provou uma imagem “crua”?

Fotografia digital, Canon, formatos, RAW, JPG, CHDK, DNG, compactação, profundidade de cores, nitidez, balanceamento

5 comentários:

  1. Gostaria de saber o link para baixar o CHDK para a PowerShot S5.
    Se puder me enviar agradeço.
    sbv.juliana@gmail.com

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  2. O link está no post anterior:
    http://chdk.wikia.com/wiki/S5IS

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  3. Como voce converteu de CRW para DNG?

    Ja tentei de tudo, ate o adobe raw + dng converter. na hora de convertar da erro...

    se puder me responder, acradeceria... abraço

    miramezjr@gmail.com

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  4. Miramez,
    A conversão de CRW é completamente dependente do tipo de hardware de máquina fotográfica você tem.
    No meu caso usei o programa DNG4PS-2 conversor específico para a Canon Powershot http://chdk.wikia.com/wiki/DNG4PS-2 que talvez não funcione com a seu câmera. Portanto, você deve procurar o programa espepecífico e se sua câmera gera CRW nativamente, o software deve ter vindo no CD de instalação.
    Artigo anterior pmde explano o uso do DNG4PS-2: http://www.blogpaedia.com.br/2008/06/como-transformar-canon-i5-numa-cmera.html

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