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14 de jan. de 2009

Carros Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit.

Pegando o gancho do link publicado no Uêba no dia 14/01/2009 intitulado: “Destaques do Salão de Detroit 2009 (em meio à tempestade que arrasa a indústria automobilista norte-americana, em uma cidade quase-fantasma...)”, é possível constatar alguns impactos que a crise global provocou sobre a maior feira do mercado automobilístico mundial, que começou no dia 11 e termina em 25/01/2009.

O primeiro deles é que os chineses, que chegaram de mansinho no Salão de 2006, este ano foram acomodados na parte mais nobre do prédio. Ora, até hoje a nossa lembrança de carros chineses só não é tão hilária quanto os carros russos, porque ainda não os tivemos por aqui. As figuras mais próximas geograficamente da China que podemos recordar são os carros coreanos tidos como os micos pelo mercado consumidor, tais como a Besta e Towner. Ainda bem que a Hyundai expurga as desconfianças que pesam sobre os orientais.

Quanto aos carros chineses, resta-nos somente a imagem bizarra do burburinho das ruas de Pequim atulhadas de carros estranhos. Enfim, tudo que sabemos sobre carros chineses pode ser resumida no imaginário desta foto:
Imaginário dos Carros Chineses

Sobra espaço na cidade quase fantasma de Detroit.
O ano 2009 entra para a história como recebedor da herança do estrago causado pela crise financeira global que corroeu 2008. Então, em meio às crises e deserções das grandes montadoras, eis que dois fabricantes chineses são guindados ao espaço nobre do Salão do Automóvel de Detroit – no andar principal do pavilhão, eles ficaram ombro a ombro entre os estandes da Subaru e da Jaguar. Com um detalhe, apenas a Brilliance Auto tem carros para pronta entrega (só na China), enquanto a Byd Auto, nem na China tem modelos prontos para pronta entrega.

Montadora Brilliance.
A Brilliance fabrica na China os carros BMW séries 3 e 5 e caminhonetes Toyota voltados para o mercado interno, sob a marca Zhonghua. A companhia tem planos para entrar no mercado americano num futuro próximo, não especificado.

A Brilliance levou 4 modelos ao Salão de Detroit:

M1.
O M1 é um sedã com inspiração nas linhas do Mustang Giugiaro, porém mais luxuoso e conservador, descrito pelos próprios chineses como “Grande e Solene”
O desenho do M1 é a versão da Brilliance do sedã de luxo, com assentos de couro, acionamentos automático de luzes e Bluetooth. Tem motor convencional 1.8 turbinado, equipado com câmbios manual e automático, a escolha do motorista. Diferentemente da BMW de mesmo nome, a posição do motor é frontal.
M1 - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

M2.
Este é menor do que o M1, tem frente mais agressiva e a sua traseira termina com um desenho das luzes traseiras influenciado pelo BMV série 5. Motor convencional de 1,8 litros.
M2 - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

M3.
Se a Brilliance conseguir entrar no exigente mercado americano, certamente este modelo terá grande aceitação. O M3 é um cupê esporte com uma traseira hatch.
M3 - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

FRV.
O menor dos 4 modelos exibidos é o FRV, um monovolume hatch de 5 portas equipado com motor convencional de 1,8 litros turbinado.
FRV - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

Para os padrões deste ano mostrados no Salão de Detroit, a Brilliance não chegou a apresentar qualquer novidade para um mercado ávido de notícias sobre tecnologias altamente econômicas e ecologicamente corretas. O trunfo deles será o preço arrasador?

Montadora Byd.
A Byd é a maior indústria do mundo de baterias recarregáveis. Desde 2003, quando começaram seus projetos, eles estão se preparando para entrar para valer no mercado chinês em 2010, além dos mercados da Europa e Israel.
A montadora Byd compareceu ao Salão de Detroit com 3 modelos:

F3DM e F6DM híbridos.
Estes modelos empregam tecnologia híbrida, ou seja, usa simultaneamente motores convencionais a gasolina e baterias de ferro. O sistema de bateria de ferro é revolucionário porque simultaneamente ao aspecto ecologicamente correto, é extremamente eficiente na carga, pois permite uma meia carga rápida em apenas 10 minutos através de tomada comum de 110 volts.
F3DM - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit
F6DM - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

E6 elétrico.
O E6 é um carro de 5 lugares propulsionado exclusivamente com a energia entregue por baterias de Ferro desenvolvidas proprietariamente pela Byd. Um motor de 214 hp move as rodas dianteiras, enquanto outro motor de 54 hp se encarrega das traseiras, num total de potência de 268 hp. A autonomia alegada é de aproximadamente 400 Km. A aceleração, que ainda não é o forte dos carros elétricos, no E6 parece não ser um problema, pois a fábrica afirma que ele acelera de 0 a 100 Km/h em 8 segundos. Ahh, ela alega também que a sua velocidade é de 160 Km/h.
É ver para crer, pois testes idôneos ainda não foram feitos.
E6 - Chineses elétricos, híbridos e convencionais invadem Detroit

Debandada geral.
Com a defecção de marcas do porte da Porsche, Susuki, Mitsubishi, Ferrari, Land Rover, Rolls-Royce, Nissan e Infiniti, sobrou muito espaço vazio no Centro de Convenções Cobo, que precisava ser preenchido. Diante da conjuntura adversa, os chineses foram “agraciados” com um lugar de honra pela primeira vez na história dos salões americanos, ao serem deslocados do porão do evento para o centro das atenções (no lugar da Mitsubishi) e posicionados, curiosamente ombro a ombro com o mainstream das montadoras que atualmente dominam o mercado americano.

A primeira aparição dos chineses aconteceu no Salão de Detroit de 2006, quando a montadora Geely ocupou o “porão da obscuridade” no lobby do edifício. Curiosamente, neste ano de 2009, também a pioneira fábrica chinesa resolveu não aparecer. Suspeita-se que os espaços do próximo ano serão invadidos por Geely, Byd, Brilliance e outros chineses interessados em fabricar “Corolas Toyota” para pobres.

Desafios de qualidade que os chineses devem vencer para entrarem no mercado americano.
Ao contrário dos brasileiros, os americanos não compram carros que não tenham passado nos testes de segurança: teste de impacto (Crash Test), alce (Moose Test) e outros.
As notícias não são nada animadoras para os chineses:
In German crash test, China's Brilliance BS6 sedan fails miserably.

Chinese Sedan Earning its 1-Star Crash Rating.


O vídeo a seguir, comparando testes de carros europeus e chineses, ajuda ilustra melhor o que estou falando:


Autor: Isaias Malta
Fontes:
Popular Mechanics: Chinese Cars, Are they Ready for Prime Time?: 2009 Detroit Auto Show.

Engadget: Keepin' it real fake, part CV: Chinese automakers invade Detroit Auto Show.

Autoblog: Moving on up! Chinese automakers move out of Cobo basement thanks to Detroit no-shows.

Orlando Sentinel: China's cars jolt Detroit auto show - but can makers deliver?

3 comentários:

  1. A revista Autoesporte lançou uma edição falando sobre o carro mais barato do Brasil, apresentando pelos chineses no Salão do Automóvel.

    20 mil reais com ar condicionado e várias parafernalhas adicionais, realmente muito bom em termos de assessórios.

    É esperar para ver se eles em 2009 terão realmente espaço para comercialização no Brasil. Talvez seja a hora de diminuir as exorbitantes taxas cobradas pelo governo em cima das peças e das montadoras nacionais.

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  2. A frente desse verdinho parece um pouco com o novo Palio. Bem que a Fiat poderia aprender com eles hein!!

    E o problema do Brasil abixar os impostos para carros de fora, por exemplo chineses, é que vai começar a vir umas porcarias maiores do que já temos aqui. Tudo bem que muitos deles valem a pena, como citado pelo cara acima, mas se começar a vir aquelas motos transformadas em carro, tipo triciclo, vai ser triste!

    Abraço.

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  3. Carro chines?? é só vc não bater kkkkkkk
    Pois pelo que se viu, são mal feitos,. sem segurança alguma. É o que os europeus tentam fazer vc entender.

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