1 - Usam dos recursos da ciência sem freios éticos, mesmo que as pesquisas redundem em deformidades ou morte das cobaias;
2 - são assassinos frios e calculistas e não têm nenhuma restrição a cometer genocídios;
3 - experimentam em si mesmos as suas criações malignas;
4 - possuem deformidades físicas severas obtidas por erros de manipulação de produtos tóxicos e auto-experimentações;
5 - têm o sonho se igualar a Deus tem termos de poder de criação da vida;
6 – apresentam comportamento psicótico, esquizofrênico e aparência desmazelada;
7 - vivem como ermitões fechados em laboratórios, normalmente subterrâneos ou em sótãos de castelos mal assombrados;
8 - sotaque estrangeiro, normalmente alemão, uma alusão ao super carrasco nazista Joseph Mengele;
9 - risada maligna que pode ser ouvida ecoando pelos lúgubres calabouços de sinistros laboratórios;
10 – lutam pela imposição de sociedades alternativas distópicas controladas por governos oligárquicos.
Tais estereótipos originaram alguns famosos vilões que se notabilizaram primeiramente na literatura de ficção científica do fim do século XIX e início do século XX e depois foram transpostos para o cinema. Os vilões a seguir encarnaram tipos emblemáticos e representativos em filmes que se tornaram clássicos.
10 - Dr. Arliss Loveless – Wild Wild West.
A crítica foi impiedosa com esta tentativa de transposição para o cinema do seriado clássico James West. Sob o ponto de vista formal de obra cinematográfica, o filme é realmente um lixo, com roteiro péssimo e claudicante e a caracterização do lendário agente federal por Will Smith é caricata e medonha.
No entanto, os amantes da estética Steampunk concordam unanimemente de que este filme é o maior clássico deste gênero em todos os tempos. Os dispositivos Steampunk que aparecem ao longo do filme são simplesmente lendários, todos funcionando adequadamente a vapor.
Em homenagem à arte Steampunk, não poderia faltar nesta lista o Dr. Aliss Loveless interpretado por Kenneth Branagh.
Loveless é um cientista que perdeu metade do corpo e tem a compulsão de conquistar os EUA. Para tanto, ele sequestra os maiores cientistas de cada área da engenharia e os utiliza para a criação de dispositivos bizarros, o maior deles, uma aranha caranguejeira mecânica gigante de 25 metros de altura dotada de grande poder de fogo.
Estereótipo: pessoa submetida a uma grande perda física que entra em processo compulsivo de vingança e dominação.
9 - Dr. Eldon Tyrell – Blade Runner.
Num dos maiores filmes de ficção científica de todos os tempos, o criador dos mutantes encarna perfeitamente o estereótipo do cientista maluco: rico empresário, homem de cobiça de se igualar a Deus e fome ilimitada de poder. A morte nas mãos de um dos seus replicantes foi o desfecho condizente com o lema da corporação Tyrell sobre as suas criações: mais humano do que humano.Estereótipo: pesquisador genético que desenvolve técnicas de produção de seres humanos sintetizados artificialmente. Dominador do mundo.
8 - Ernst Stravro Blofed – Com 007 só se vive duas vezes.
Aquele que foi um dos maiores inimigos de James Bond acabou virando clichê de super vilões do cinema subseqüentes. As suas características da cicatriz na cara, careca e o cuidado obsessivo pelo seu gato de estimação não só inspiraram outros vilões “sérios”, como também a paródia genial do inigualável Dr. Evil de Austin Powers.
Estereótipo: rosto deformado e dominação do mundo usando parafernálias mecânicas bizarras.
7 – Dr. Evil – Austin Powers.
O que dizer da paródia de Blofed, senão que é genial? Apesar da sua extrema crueldade, ele trata com extremo zelo o seu gato pelado, seu pequeno clone Mini-Me e seu filho legítimo Scott. A característica de enfatizar as aspas em uma frase com o gesto de fechar duas vezes os dedos indicador e médio de ambas as mãos é imitado até hoje, confesso que uso com frequência este recurso.
Estereótipo: os mesmos do cientista anterior, mas acrescido de picantes ingredientes de comédia de humor negro. Veja o video em que o Dr. Evil aperta alguns botões e executa aos poucos o seu ajudante Mustafa.
O vilão do mais famoso filme de ficção científica de todos os tempos originou todos os estereótipos que alimentariam os roteiristas doravante. Rotwang é um gênio do mal cujas máquinas animam uma cidade distópica. O incrível laboratório do vilão com seus arcos voltaicos, aparatos borbulhantes e máquinas bizarras cheias de mecanismos complexos deu origem ao clichê de laboratório que seria reproduzido à exaustão nos anos vindouros.
A aparência de Rotwang, com seus cabelos desgrenhados e olhos estalados e mão mecânica se tornaram marcas registradas do poder científico do mal.
Estereótipo: dominação do mundo através das máquinas.
5 - Dr. Henry Jekyll e o Mr. Hyde – O médico e o monstro.
Caso você esteja em dúvida sobre a possibilidade de se tornar um cientista do mal, responda a esta pergunta: você conduziria seus experimentos em ambientes controlados, ou preferiria testar as suas teorias em você mesmo?
Se você preferiu a segunda alternativa, tem tudo para se tornar um cientista maluco, assim como o Dr. Jekyll. A sua pesquisa sobre a alma humana levaram-no a desenvolver uma substância capaz de separar o caráter da pessoa. Ao ingeri-la, o médico assumia a personalidade do Mr. Hyde, um monstro assassino e cruel que aterrorizava as ruas de Londres do século XIX e passado o efeito, voltava a ser o bondoso e insuspeito médico. Mas, uma coisa deu errada, o lado mau do Dr. Jekyll foi pouco a pouco assumindo o controle.
Estereótipo: o médico e o monstro gerou uma grade safra de obras que recorrem ao clichê da dupla personalidade.
4 - Dr. Moreau – A Ilha do Dr. Moreau.
O clichê da ilha tomada de aberrações habitada por um cientista louco que transforma animais em simulacros de seres humanos surgiu com o livro A Ilha do Dr. Moreau de H.G. Wells publicado em 1896. Decidido a formar a sua própria raça, o doutor não hesita em perpetrar uma série de experimentos que resultam em criaturas metade humanas e metade leopardo, búfalo, gorila, etc.
Estereotipo: um cientista das áreas biológicas em confinamento numa ilha é antecipação visionária do escritor H.G. Wells em 1896 sobre o episódio que ocorreria somente meio século depois, o advento do cientista-monstro nazista Joseph Mengele, que encarnou perfeitamente o estereótipo do Dr. Moreau durante a segunda guerra mundial. A composição da Ilha dos Mutantes da novela da Record se aproveitou do estereótipo do Dr. Moreau para criar a vilã Dra. Júlia.
3 - Dr. Herbert West – Re-animator.
O Dr. Herbet West fabrica um liquido que, quando administrado em cadáveres recém mortos, restaura as funções mecânicas. Porém, os “mortos-vivos” não se sentem exatamente alegres por terem sido arrancados do sono eterno, fogem e passam a aterrorizar a comunidade.
Estereótipo: reanimar os mortos é um tema recorrente nos thrillers de terror, o cientista que dedica todos os esforços para restaurar a vida a corpos recém mortos.
2 - Victor Frankenstein – Frankenstein.
Ele viola sepulturas, profana cadáveres e procura de “peças” que possam compor um corpo à guisa de robô feito de partes humanas. Este clássico da literatura de FC apareceu pela primeira vez em 1818 através do livro Frankenstein, ou O Prometeu Moderno de Mary Shelley. No livro, Shelly jamais dá um nome a criatura, preferindo citá-lo como monstro, demônio, maligno, etc., porém popularizou-se para a criatura o mesmo sobrenome do cientista criador, num exemplo de como a recepção de uma obra artística pode destoar das intenções originais do escritor.
Estereótipo: é a sanha do cientista determinado a dominar os segredos da vida e vencer a morte. De certa maneira, as técnicas dos transplantes são tributárias do Dr. Frankenstein.
1 – Victor Von Dom – Doutor Destino – Quarteto Fantástico.
O principal inimigo do quarteto fantástico segue à risca a cartilha do cientista maluco: rosto desfigurado, psicopata compulsivo, sede insaciável de poder, assassino cruel e sempre envolvido em experimentações que objetivam conquistar o universo.
Assim como o líder do Quarteto Fantástico Reed Richards, o Doutor Destino também é cientista, mas provido de um menor talento, motivo suficiente para se ter iniciado o maior ódio das histórias em quadrinhos.
Estereótipos: Victor Von Doom encarna praticamente todos os estereótipos, seu rosto é deformado, tem personalidade psicótica, é assassino e tem ilimitada sede de poder. O Dr. Destino é o único cientista maluco desta lista que quer vai além da ambição de dominar o mundo, ele quer conquistar o universo e conseguiu por algum tempo durante as guerras secretas travadas entre todos os bandidos da terra e os heróis, reunidos pela entidade denominada Beyonder numa dimensão alternativa.
Fontes:
Top 10 mad scientists.
Cientista Louco.
Sp.Steampunk.
The Island of Dr. Moreau.
You Only Live Twice.
Dr. Jekyll and Mr. Hyde.
Dr. Evil.
Doutor Destino.
Dr. Arliss Loveless.
Link relacionado:
Top 10 Mad Scientists in History.
Muito bom artigo, parabéns!!!
ResponderExcluirUm que fez bastante falta na lista foi o Dr. Strangelove (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb)
ResponderExcluirCadê o mestre dos mestres o Emmet Brown do BACK TO THE FUTURE ???
ResponderExcluir:S
Troquei o Strangelove pela homenagem ao gênero Steampunk.
ResponderExcluirO Doc. Brown que frequenta os Top 10 por aí, não faz parte deste porque o bom doutro não é do mal. Que pena...
Muito interessante. Mas só uma correção sobre Joseph Mengele: Considere que os desenhos antigos (picapau, etc) já trazem sotaque alemão. Isto se deve à uma questão da politica internacional, reproduzida ideologicamente nos desenhos animados, contra a supremacia alemã. É necessário lembrar das guerras mundiais. O combate ingle e norte-americano aos interesses da Alemanha desde séculos passados.
ResponderExcluir