O nome Pink Floyd se originou dos sobrenomes dos músicos parceiros de blues Pink Anderson e Floyd Council, ídolos dos quatro colegas de universidade Syd Barret, Roger Waters e Nick Mason. Quando formaram a banda, Syd teve a idéia de tomar emprestado o nome do disco da dupla chamado “ The Pink Floyd Sound”, mais tarde foi reduzido para Pink Floyd.
A lista a seguir exclui trilhas de filmes e discos lançados pelo Pink Floyd depois da saída de Roger Walters.
1- The Piper at the Gates of Dawn (1967).
O único álbum sob a liderança de Syd Barret tem a temática versando sobre espantalhos, gnomos e contos de fadas. Estava inaugurada a era do som instrumental psicodélico, com enormes passagens cacofônicas e viagens no reino psicológico das alucinações. Podemos falar em reinvenção sonora do submundo inconsciente de Salvador Dali? O título “O flautista nos portões do amanhecer” foi inspirado no conto infantil de Kenneth Grahame, protagonizado por um rato e uma toupeira que passam por uma experiência mística.
2- A Saucerful of Secrets (1968).
A era Syd Barret se esvaia em muita droga e um rock ’n’ roll cada vez mais escasso. A sua saúde mental se deteriorava e a banda radicalizava na viagem psicodélica. Com músicas difíceis de serem executadas ao vivo, este álbum é um dos mais obscuros do quarteto. Apesar de Syd Barret ter composto a maioria das músicas do primeiro álbum, neste a sua influência se reduziu a uma: “Jugband Blues”. As ousadias sonoras deste disco lançaram as bases dos futuros álbuns - músicas enormes cheias de variações dissonantes - viagens psicodélicas que forjaram definitivamente a marca registrada Pink Floyd.
3- Ummagumma (1969).
A origem do termo Ummagumma é de uma gíria usada para designar o ato sexual. Com a retirada de cena de Syd Barret para um sanatório, a banda teve que seguir seu caminho com o substituto David Gilmour pilotando as guitarras. Tal formação perdurará ao longo dos álbuns clássicos: Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright. O primeiro álbum sem Syd compõe-se de dois discos, um deles foi gravado ao vivo e o outro em estúdio. O fato de ter obtido o 5º lugar nas paradas de sucesso da Inglaterra, denota tanto a boa receptividade do público da época para o som lisérgico, quanto o amadurecimento artístico da banda.
4- Atom Heart Mother (1970).
O popular “disco da vaquinha holandesa” contou com a cooperação de uma orquestra e do compositor avant-garde Ron Geesin. O lado A do disco é preenchido por uma suíte orquestral extremamente longa de 23 minutos. No lado B aparecem músicas mais Pink floydianamente características. Como antecipação às inovações tecnológicas que se cristalizariam no álbum The Dark Side of the Moon, este usou um dispositivo chamado “coordenador de azimute”, um joystick para “mover” o som no espaço acústico quadrafônico.
5- Meddle (1971).
Este álbum também também um lado preenchido por uma única música de 23 minutos, o épico Echoes. Ele foi considerado por David Gilmour como o primeiro disco realmente do Pink Floyd devido a coesão e à ausência de elementos externos à banda. Uma das faixas mais memoráveis de Meddle é “One of These Days”, música considerada um clássico, com Nick Mason proferindo nos efeitos vocais: “num dia destes, vou cortá-lo em pedacinhos”, enquanto a melodia ancorada pelo ritmo sintetizado faz um tributo ao Dochor Who, um clássico de ficção científica que sucesso da TV naqueles tempos. Meddle conseguiu figurar na 3º posição do Hit Parade da Inglaterra e em 70º lugar nos EUA.
6- Dark Side of the Moon (1973).
A começar pela capa, este é o disco mais conceitual do Pink Floyd, que abandona as letras demasiadamente viajantes e os temas espaciais. A temática se debruça no cotidiano e fala sobre coisas existenciais. Tal amadurecimento lírico trouxe como consequência a publicação pela primeira vez das letras, compostas exclusivamente por Roger Waters, num disco da banda. Começa a era de ouro da banda que se estenderá por quase 10 anos e na minha opinião pessoal, o disco do prisma representou o apogeu máximo. Foi o disco mais vendido do mundo no ano.
7- Wish You Were Here (1975).
Os frutos do sucesso começam a cobrar os primeiros tributos. Wish You Were Here já foi gravado em meio a turbulências internas. Não obstante, é considerado um dos álbuns mais geniais do grupo, cuja temática é a ausência imposta pela mecanização da vida moderna e, principalmente, a ausência do ex-integrante Syd Barret. A própria capa da primeira edição do disco teve o cuidado de passar a idéia: o tradicional envelope do LP era vendido envolto num papel celofane negro, sem nenhuma indicação do que havia dentro. O álbum alcançou pela primeira vez o TOP 1, simultaneamente na Inglaterra e nos EUA. No mundo foram vendidas mais de 10 milhões de cópias.
8- Animals (1977).
Com a temática baseada no clássico da ficção fantástica de George Orwell “A Revolução dos Bichos”, o acolhimento do álbum aconteceu sob o fogo cerrado das emergente bandas de punk rock, que acusavam de elitistas os músicos de rock progressivo. Talvez pela influência do punk, o disco foi marcado pela guitarra mais pesada e distorcida. Pela primeira vez Rick Wright não assina nenhuma música, num claro indício de que Roger Waters começava a sua supremacia, que se tornaria insuportável nos breves anos seguintes.
9- The Wall (1979).
Esta verdadeira ópera épica do rock foi inteiramente concebida por Waters, com tons autobiográficos, ela tem a sua cara e é quase o seu disco solo. Poucos resquícios restavam daquilo que uma vez foi um grupo. Não obstante o clima sombrio imperante na banda, o sucesso comercial do disco foi estrondoso: 15 semanas no topo do Hit Parede dos Estados Unidos durante o ano de 1980. Vendeu 20 milhões de cópias pelo mundo e é considerado o álbum duplo de maior venda de todos os tempos. Ganhou o disco de platina por ter vendido 11,5 milhões de cópias somente nos EUA. A vendagem do The Wall fez do Pink Floyd o maior sucesso na era pós Beatles, por ter conseguido emplacar dois álbuns mais vendidos em menos de uma década, nos anos de 1973 e 1980.
10- The Final Cut (1983).
Mais sombrio ainda do que o The Wall, o The Final Cut representou o corte final na vida da banda. O último álbum da formação clássica do Pink Floyd teve uma temática exclusivamente devotada às viagens de Roger Waters contra a guerra das Malvinas e aos seus monstros interiores. Apesar de ser tecnicamente um álbum de uma banda teoricamente composta de 4 integrantes, a frase no impressa no seu interior esclarece: Um réquiem para um sonho pós guerra composto por Roger Waters e executado pelo Pink Floyd. A Coda da maior banda de Rock de todos os tempos havia chegado ao seu último compasso.
Autor: Isaias Malta
Links relacionados:
Um tributo a Richard Wright.
Vídeos raros das performances do Pink Floyd dos anos 60.
Goodbyemrpink - Youtube.
A Saucerful of Secrets.
Atom Heart Mother.
Meddle.
Pink Floyd - The Dark Side of The Moon (1973).
Pink Floyd - Wish You Were Here (1975).
Pink Floyd - Animals (1977).
Pink Floyd History.
Parabéns pelo ótimo artigo.
ResponderExcluirFalou com grande propriedade de uma das melhores bandas já existentes no cenário do Rock, que influenciou e ainda mantem grande influência sobre dúzias de outras bandas.
Para mim The Wall é um clássico, provavelmente o Opera Rock mais famoso, e uma obra que inspira alguns artistas dos quais hoje eu considero primordiais no cenário do Rock/Metal mundial.
Ótima lembrança e um belíssimo gosto musical!
Muito boa a postagem... Pink Floyd faz a diferença ao se pensar em musica de qualidade e inovadora... sempre será uma grande inspiração para todo o futuro musical
ResponderExcluirÓtima postagem Pink Floyd é uma das maiores e melhores bandas de todos os tempos. Só faltou falar sobre os discos: A Momentary Lapse of Reason e The Division Bell, pelo jeito você é um dos que detesta a fase Gilmour, ein? Mas ao menos mostre para quem ler que ela existe.
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