Virou realidade o maior pesadelo de quem está apreciando a decolagem de um avião: ser atropelado por ele.
Um rapaz estava nas margens do Lago Hood no dia 7/7/2009 em Anchorage, a maior cidade do território do Alasca, EUA, fazendo tomadas do vai e vem de hidro-aviões quando se sucedeu o acidente com um avião deHavilland DHC-2 Beaver:
O resultado do acidente, foi que a asa do avião passou a um pouco mais de 1,5 metros das cabeças do cinegrafista e do seu pai que estavam na margem, e o motor passou a um pouco mais de 2, 5 metros deles.
A tripulação de 2 adultos, 2 crianças e 2 cachorros (teria havido excesso de peso?) saiu ilesa da brincadeira, apesar do Beaver ter se espatifado.
Considerações a fazer sobre o acidente:
- nota-se pelo ruído no microfone da câmera que o vento estava forte;
- pela posição da biruta nos últimos fotogramas, quando o avião consegue alçar voo, nota-se que o vento está totalmente atravessado em relação ao eixo da "pista" do lago;
- o fato da biruta estar um pouco murcha e de não haver grandes movimentos nas árvores ao fundo não significa pouco vento, mas provavelmente vento de rajada acompanhado de forte turbulência. Um usuário do Youtube interpretou que o vento estava fraco por causa da posição da biruta, mas todo o piloto deveria saber que em dias de fortes rajadas, o vento tende a ser desuniforme. O outro indício de que o vento estava realmente forte pode ser constatado pela ondulação do lago;
- o piloto tentou ganhar na marra o controle do aparelho imprimindo maior velocidade, o que foi um erro, pois ele começou a adernar ao fazer a curva e não conseguiu mais aproar o vento. Este foi o momento de abortar a decolagem e esperar um momento mais propício;
- quando o aparelho levantou voo, o esqui esquerdo saiu primeiro da água e o piloto fez uma tentativa desesperada para retomar o curso aumentando a inclinação (banking) para o contrário à deriva do vento. Todo o piloto sabe que o aumento do banking implica em diminuir a área de sustentação da aeronave e quando tal manobra acontece perto do solo, o avião cai irremediavelmente.
Lição de moral.
Se as leis de segurança aeronáutica funcionam no Alasca, o piloto deve ter pego um "gancho" e obrigado a repetir aulas de decolagem com vento de través.
Só para mostrar que não se brinca com avião em dias de forte turbulência, veja o exemplo desastroso deste pouso num dos menores aeroportos do mundo, localizado na ilha de possessão francesa St. Barthelemy. As rajadas levaram o piloto a "comer" a pista e se estabacar na área de escape. Felizmente a areia fofa providenciou o colchão ideal para a desaceleração.
Referência original em inglês: [The Inquisitr].
Não é turbulência! É vento de través, ele não causa turbulência, ele tira o avião do rumo. E no segundo video vc está enganado, o erro foi do piloto por arredondar demais o pouso, ele tinha que arremeter quando perdeu a área do toque.
ResponderExcluirLemon, você tem razão, suas contribuições enriquecem o texto, mas que não me faz pensar menos em turbulência aliada ao vento de través, vento suficientemente forte para empurrar o avião para fora do eixo da decolagem e insuficiente para estufar a biruta.
ResponderExcluirNo segundo vídeo se percebe a turbulência pela maneira como o pequeno avião vem tomando pau na rampa de aproximação, mas o fator determinante do acidente foi o excesso de arredondamento. Por que? Acredito que naquele instantes ele sofreu o efeito Wind Shear. http://en.wikipedia.org/wiki/Wind_shear
Pelo jeito foi uma rajada de través, e aquele de St.Barthelemy foi cagada total... "mas todo o piloto deveria saber que em dias de fortes rajadas, o vento tende a ser desuniforme"... Gusts nem sempre saem no METAR... o tempo tava calmo, mas uma rajada tirou o avião da reta. Isaias, Wind Shears são geradas abaixo de grandes CBs, o tempo tava limpo aquele dia, e uma Wind Shear teria potencial para derrubar o Seneca...
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